Passamos a tarde inteira ali. Esperando.Já estava cansada de ficar sentada sem resposta nenhuma da sua morte. O Thiago comprou coisas para gente comer.
Oque estava não me deixando dormir foi a minha cabeça remoendo uma coisa. Eu sou fofoqueira e curiosa, não iria dormir até saber por qual motivo o menor e a Flávia permaneceu a tarde ao nosso lado.
Acho que querem dar apoio pra mim, ou eu perdi alguma coisa...
— Não querendo ser chata ou algum do tipo, mas, por qual motivo vocês estão aqui? A Flávia tá bem. O menor também. É algum amigo internado? - Fiz a pergunta direcionada aos dois. Os mesmos se entreolharam.
O menor abriu os lábios, porém, não saiu nada. Nada além de um barulho estranho que ele fez com a língua.O médico me atrapalhou, eu iria repetir a pergunta novamente. Me levantei rápido, quase esbarrando no coitado.
— Desculpa o incômodo, mas, acho que seria bom vocês se despedirem. Para ele não se sentir sozinho agora nessa hora tão difícil.
Concordei com a cabeça.
Desde que chegamos naquele hospital, eu só tinha olhando o Paulo uma vez. Durante cinco minutos. Quando ele começou a fazer o mesmo discurso que a minha vida vai ser horrível, que era para eu ter feito oque o mesmo pediu, saí da sala.
Peguei a minha bolsa e caminhei até seu quarto. Respirei fundo, fechei meus olhos... com as mãos ainda na maçaneta. Eu precisava me acalmar, eu não quero falar as coisas que estão guardadas no meu peito.
— Tudo bem? - Meu namorado perguntou. Ele abriu a garrafa de água e me entregou, querendo de todo jeito que eu bebesse um pouco.
— Eu tô bem, Thiago. A grávida aqui é a Flávia. - Empurrei seu braço e entrei rápido no quarto.
A Isadora nós olhou espantada. Limpou as lágrimas e se levantou, sorrindo.
— Não sabia que você e o Thiago eram amigos. - Ela sorriu para o homem ao meu lado. Xent, oque eu perdi?
— É, o mundo é muito pequeno. - Ele se sentou no sofá. A minha queridíssima irmã, foi se juntar com o meu namorado.
Ela sabia que nós dois namorávamos. A mesma até curtiu a foto que eu postei no insta de nós dois.
O Paulo começou a tossir. Ele sussurrou baixinho, pedido um pouco de água.
Peguei a água e entreguei ao coitado. Ficando em uma distância segura, do mesmo.
— Minha filha, minha pequenininha. Como eu sinto saudade quando você era só uma criança. Que ainda cabia nos meus braços.
— Você esqueceu de: quando eu podia abusar sexualmente da mesma sem ninguém saber. - Sussurrei baixo, entretanto, ele escutou. Mas, não falou nada.
O Thiago estava em papo muito bom com a Isadora. Sabia que era para me deixar com ciúmes. Uma coisa que não dar certo de jeito nenhum. Aliás, estava achando até graça.
E se... eles tiveram um caso? Xent, eu talariquei a minha irmã. Xent, eu sou o novo vitão.
Olho, boca, olho.— Lilian, eu preciso te dizer uma coisa. Uns advogados entraram em contato com você daqui a uns dias, eu preciso que assuma o escritório. Por favor, faça isso pelo o seu pai.
— Eu não quero. Pai, por que o senhor sempre tem que destruir a minha vida? Eu tô trabalho, poxa. Eu tô fazendo a faculdade dos meus sonhos. Quando eu tô bem, o fantasma do senhor aparece e destrui o meu castelo de cartas.
— Lilian, é sério. O escritório está na ruína. Se você não ajudá-lo, a família Vasconcelos vai à falência.
— Irei vender e entregar o dinheiro nas mãos da sua filha e esposa. Elas irão desfrutar melhor que eu.
— Faça oque eu estou mandando, Lilian Vasconcelos. Eu preciso que você faça oque eu peço pelo menos uma vez na sua vida. Entre em contato com o seu irmão, ele irá te ajudar.
— Quem é o meu irmão, pai? Você não disse que ele me abandonou junto com a minha mãe. Me diga quem são. Aonde posso encontrá-los?
Os aparelhos começaram a fazer barulho. O Paulo estava com morrendo, morrendo sem contar a história do meu irmão e da minha mãe.
— Seu velho infeliz. Você não vai morrer! Me diga, diga quem é a minha mãe! Diga! - Eu sacudia o seu corpo. Gritava para que ele me escutasse, e... nada. Não recebia nenhuma resposta.
O Thiago segurou os meus ombros, tentando me tirar dá-li. Abracei seu corpo, chorando de raiva. Chorando por conta do inferno que é esse velho.
— Tudo bem. Ele vai para o céu. - O meu namorado falou, quis rir alto. Mesmo não acreditando muito no céu e inferno, um homem como aquele certamente não vai para o céu.
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Logo Você?
RomanceLilian Vasconcelos, não pensa no amor e acha que é uma coisa inexistentes. Tem várias coisa para fazer na vida ainda, não pensa nem na possibilidade de se relacionar com alguém. Sua vida é baseada em seu pai, sua madrasta e sua irmã controlan...