Lilian
"Eu espero que você entenda
Que o meu amor é amor de quenga
Eu não quero que você se prenda
No meu amor, amor de quenga"Nunca vi uma música que se semelhasse tanto com o Marquinhos.
O bicho é uma quenga purinha, Deus me livre.
O pessoal ali já estava todo mundo bêbados. E como sempre, eu que vou cuidar desses doidos.
— Tá vendo aquela menina? - O Marquinhos falou. Ele apontou para uma menina morena logo atrás de mim. — Eu vou casar com ela.
— Você tá falando da Pérola? - Ele concordou com a cabeça. — Sinto pena da coitada.
— Para, né Lilian? Você sentou no meu pau e não reclamou. - Ele sentou no chão mesmo, sem ligar que o pessoal pode passar em cima do mesmo.
— Naquele dia eu estava na base de álcool. Mesma coisa com o Thiago. Foi um deslize, não acontecerá mais.
— Se fosse para rolar de novo, seria com eu ou o Thiago? - Ele olhou para mim. Um rostinho angelical, nem parece que é a maior puta desse carnaval.
— É para falar a verdade? - Concordou com a cabeça. — Você, o Thiago tem um pau pequeno.
— Falou mancando. - Revirei os olhos e chutei o Marquinhos.
— Cala a boca.
— Tá com o corpo todo roxo aí. É mentira? - Levantou o meu casaco, deixando aparecer minha barriga com alguns chupões.
— É, você está mentindo. Eu que caí da escada, idiota.
— Mas, aonde a gente tá nem tem escada. Ué.
— Eu não falei nada de escada.
— Então por que tá de calça e casaco?
— Porque tá fazendo frio. - Cruzei meus braços.
— Sei, finjo que acredito.
Estava morrendo de calor. Aquele casaco quente e uma calça não estava dando certo. Abrir o casaco para entrar um pouco de vento.
— Vai falar com a Pérola não? - Arqueie a sobrancelha.
— Para que?
— Não me diga que você tá com vergonha, não é possível.
— Não é vergonha...
— Já levou um chá?
— Ainda não.
— Se não levou o chá e tá assim, imagina quando levar. Vai tá beijando os pés da mesma.
— Cala a boca, roxa.
— Da uma sugada aqui na minha rola, ó glub glub.
— Seu pau imaginário, muito grande e grosso.
Peguei a garrafa de água e coloquei ali, fingindo que era um pau.
— Sim, bem grosso. - Bati na cara do Marquinhos com a garrafa. — Chupa meu pau.
— Maluca. - Sussurrou e passou a mão no rosto.
— Vai falar com a Pérola não? Quer que eu fale?
— Você tá tão apressada para que? E, aliás, não tem para que, ela nem sabe quem eu sou.
— Mas vai saber agora. Levanta essa bunda e vamos lá. - Segurei seu braço, tentando fazer esforço para ele se levantar, mas o mesmo negou.
— Me deixa aqui. - Sussurrou.
— Você é muito medroso. Segura a minha bolsa. - Joguei minha bolsa na sua face e fui até lá.
Uma loira de cabelo curto rebolava na frente de um homem. Meu Deus, que baixaria. Eu sou culta.
— Oi Pérola. Quanto tempo né menina? - Ela me abraçou com um pouco de receio.
— Você é a ...?
— Lilian Vasconcelos. Acho que você não me conhece, faço faculdade na mesmo local que vocês. - Apontei para o bonde ali. — Vamos para onde interessa, meu amigo medroso quer ficar você.
Apontei para a bailarina de Chernobyl que estava sentada no chão. O mesmo virou o rosto fingindo que não me conhecia.
— O Marquinhos, como eu vou me esquecer dele? - A Pérola rir e bate na sua própria testa.
Ué.
— Marquinhos da faculdade, todo dia me entrega uma florzinha. Ele está um pouco... diferente?
— Menina, é porque você não viu ele ontem no show da Pablo Vittar. Tava uma bailarina toda.
— Desculpa, você pode pedir mil desculpas a eles. Fiz uma aposta com esses idiotas, passar o carnaval sem ficar com ninguém. - Ela apontou para os amigos.
— Tudo certo, vou dizer a poc. Outro dia vocês ficam. - Dei tchau para o povo e fui até a bailarina.
— Não te conheço, não sei o seu nome. Você não me conhece, passe direto e vá falar com outra pessoa. - Ele sussurrou e empurrou as minhas pernas.
— Para né Marquinhos? Pelo amor de Deus. Ela disse que fez uma aposta para não ficar com ninguém nesse carnaval. Mas, vai ficar muito feliz se puder comer o seu cu em qualquer dia desse.
— Mentirosa, isso só foi para você largar o pé dela.
— Aí Marquinhos, você é tão bobinho. - Apertei suas bochechas.
— Para, está doendo. - Imitou o meme. — Eu já falei que não te conheço, louca.
— Parou, idiota? Na hora de comer o meu cu você me conhecia né?
Gritei alto o suficiente para o pessoal perto escutar. O Marquinhos se levantou.
— Eu não te conheço. Como é o seu nome?
— Vá se fuder, vá. Me deixe em paz. Só queria fazer seu bem.
— Você me fez passar vergonha.
— Nem foi tanta assim. Olha só, arrumei uma ficada para você. Tinha que me agradecer.
— Mimimi. - Dei um tapa no seu braço.
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Logo Você?
RomanceLilian Vasconcelos, não pensa no amor e acha que é uma coisa inexistentes. Tem várias coisa para fazer na vida ainda, não pensa nem na possibilidade de se relacionar com alguém. Sua vida é baseada em seu pai, sua madrasta e sua irmã controlan...