Estava cansada. Ontem — quando vim do shopping com o Thiago —, me deitei na cama e dormir.Fiquei a amanhã toda na faculdade e à tarde toda fora, espalhando meu currículo em escritório ou até em lojas. Qualquer lugar que o salário fosse o bastante para alugar um apartamento, para mim já estava ótimo.
Meus pés doíam por conta da sapatilha.
Fiz um coque no cabelo e me abanei um pouco, o calor estava de matar.
Voltei devagar para casa por conta da dor nos meus pezinhos de princesa. Só queria tomar banho e dormir.
— Você não entende? Isso é estranho para mim, você beijando outra pessoa e sem eu poder fazer nada. — a Anna gritava. Entrei em silêncio, fui para o meu quarto fazendo o menor barulho possível.
Hoje na faculdade, ela e o Vk mal se falavam. Entendo o Vk e também entendo a Anna. Ela é apaixonada por ele, assim como o mesmo é por ela. Uma paixão de sete anos, bastante tempo.
Ele nunca tinha feito nada com homens, se descobriu bi na hora que transou com o Marquinhos, e, gostou. Ele gostou. O fato dele ter gostando é que deixa a Anna apreensiva.
Porque, oras, ela tem medo de ser trocada.
Enquanto ia na direção do meu pequeno lugar aonde eu me acalmo, a porta do quarto do Thiago estava aberta.
Me encostei na porta.
Ele estava deitando na cama, fumando, como sempre. Oque me fez revirar os olhos. Ele estava só de cueca, e parecia ter saído do banho não faz pouco tempo.
— Oque você quer aqui, Letícia? — falou, ainda de olhos fechados. Sorrir, Letícia é sua mãe.
— Como você sabe que sou eu? Meu nome é Lilian, tevês.
— Sinto o seu cheiro.
— Oque você é? Um cachorro para farejar o meu cheiro? — andei até o mesmo. Ele sorriu, de leve, mas sorriu.
— Já passei a noite com você pelada em cima de mim, seu cheiro está em todo canto desse quarto, Letícia.
Me sentei na beirada da cama. Ele levou o cigarro entre os lábios e deu um trago, a fumaça espalhou pelo ar.
Seu corpo estava molhado, confirmando a minha teoria que ele acabou de sair do banho. Levei minha mão para passar no seu peitoral, mas logo mudei de ideia.
— Como é meu cheiro? — perguntei, querendo acabar com o clima péssimo que ficou.
— Morango, e...
— E?
— Suou. Um aroma horrível de suou. — ele abriu os olhos e olhou para mim, rindo. Dei um soco no seu ombro.
— E você fede a... deixe me pensar. Você fede a esgoto, um esgoto bem sujo. — ele se sentou na cama, deixando os nossos corpos próximos.
— Oque tem nesse esgoto? — levou a mão para a tatuagem no meu ombro, acariciando.
— Não queira saber.
— Você fica excitada perto de mim, admita. — sussurrou no meu ouvido e beijou o meu pescoço.
— Por que admitiria uma mentira?
— Sabe, mentir é feio, criança. O papai não explicou isso para você?
— Você é um inconveniente. Eu não fico excitada, eu não estou excitada. Quem deve estar é você.
— Por que eu ficaria excitado com uma criança? — arqueou a sobrancelha.
— Não gastarei meu tempo com você. — me levantei rápido e peguei minha bolsa. — Fiquei aí com o seu cigarro e aroma fresco de esgoto. E só para falar, eu nunca ficaria com você.
— Ótimo.
— Maravilhoso. — saí dali.
Esse menino é inconveniente, chato, idiota, e mais outras coisas.
Caminhei até o meu quarto. O Marquinhos estava deitando na minha cama, assistindo alguma coisa na televisão.
— Oque você faz no meu quarto?
— Me expulsaram do meu sofá cama. Tive que ficar aqui já que o Thiago também não me quer no seu quarto fedorento.
— Oque está acontecendo? Lá na sala?
Tirei a minha sapatilha. Respirei aliviada por ter tirado aquele troço do meu pezinho.
— Você vem perguntar para mim? O Vk queria falar com a Anna, só você vendo, foi o maior cabaré.
Me deitei ao seu lado, pegando o balde de pipoca da sua mão.
— Tá com a minha calcinha? Pode ir passando. — o Marquinhos riu e negou com a cabeça.
— Sua calcinha não está mais comigo.
— Tá com quem então? Aquela calcinha foi cara. Oque você fez?
— Seu amiguinho Thiaguinho fez questão de guarda-lá. Ele disse que te entregariam. Deixa o coitado, vai bater uma punheta e depois entrega para você.
— Cala a boca.
— Sabe Lilian, a proposta da transa ainda tá aberta. É só falar o dia que a gente faz você gozar como nunca antes. — me virei para encara-lo.
— Quando você disse a gente se referiu a quem?
— Anna e eu. Claro que se não tivesse a Anna, chamaria o Thiaguinho.
— Você acha mesmo que eu vou transar com vocês dois?
— Tem certeza que não? O Thiaguinho parecia bem excitado vem você rebolar na minha boca. Não quer tentar nada com ele?
— Me faça rir não, Marquinhos. Tu acha que eu quero alguma coisa com ele? Possa ser uma transa e nada mais, relacionamentos para mim não dão certo.
— Pode dar. Sempre tem a sua primeira vez.
— Tá achando que é quem? O cupido?
— Quase isso. — revirei os olhos.
— Tire o seu cavalinho da chuva, eu mesma não quero nada com ele. Se Deus quiser, nem transar a gente vai. Estou a procura de um emprego e logo vou alugar meu apartamento, indo para bem longe daquele fumante.
— Se você diz isso, quem sou eu para negar uma frase da patroa?
— Nada, você não é nada. Magrelo.
— Isso é bullying contra a minha pessoa. Uma falta de respeito, nunca me senti tão ofendido.
Me levantei e fui para o banheiro, tomar um banho relaxante e depois capotar na cama.
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Logo Você?
RomanceLilian Vasconcelos, não pensa no amor e acha que é uma coisa inexistentes. Tem várias coisa para fazer na vida ainda, não pensa nem na possibilidade de se relacionar com alguém. Sua vida é baseada em seu pai, sua madrasta e sua irmã controlan...