Lilian
Respirei fundo antes de entrar naquele local barulhento. Tocava alguma música, não consegui identificar qual era, mas logo percebi ser Summertime Sadness da Lana Del Rey.
Diferente da outra casa de show que nós fomos, aquela era menor. Mais abafada. E claro, com um número maior de pessoas. Era o último dia de carnaval, já pode imaginar a putaria que estava.
Não os julgo, queria tá rebolando a minha tabaca na frente do paredão.
Cruzei meus braços, um pouco desconfortável com a plateia de tarados olhando para o meu corpo.
O Thiago passou o braço pelo o meu ombro. Suspirei, aliviada.
Desde a primeira vez que ouvi que o homem hétero ama homens e sente atração sexual por mulheres, eu nunca mais fui a mesma.
— Vamos para aonde? - O Marquinhos perguntou.
— Vamos para a mesa. - O Thiago apontou para uma mesa com a quantidade ideal de cadeiras.
Sentei em uma cadeira.
O homem moreno ao meu lado, passou o braço pelo o meu ombro e se inclinou. Beijou a pele fria do meu pescoço. Eu sou vampira, não me julguem.
— Vai querer oque? - Ele sussurrou. Olhei para o cardápio nas minhas mãos.
Leite direto da fonte, fresquinho. Quis falar, mas, preferir ficar quieta na minha.
— Uma cerveja.
— Cuidado para não ficar bêbada igual da última vez. - Sussurrou. Olhei para o mesmo, indignada.
— Você tá me chamando de alcoólatra?
— Eu tô calado. Não falei nada.
Sorrir, mais logo meu sorriso foi desfeito quando sentir uma dor na minha cabeça. Uma pessoa puxava os meus cabelos com força.
— Sua vagabunda, saí de perto do meu macho. - Escutei a voz da menina que o Thiago fica.
A menina da faculdade.
— Paty, pelo amor de Deus. Nós dois só somos amigos.
O Thiago se pois de pé e foi até ela, tentando fazer a mesma soltar o meu cabelo.
— Vagabunda, me processa. Pelo o meu cabelo eu dou a minha vida, graças a Deus. - Falei.
Sentir suas mãos puxarem com mais forças.
Sabia que o Thiago estava ao seu ápice de explodir de raiva. Ele estava tão nervoso, que segurou o braço da mesma, fazendo ela soltar o meu cabelo.
— Para com esse show. Você é uma menina maravilhosa, vai atrás de quem te ame, de verdade. - O moreno segurou o rosto da garota.
Passei a mão no cabelo. Tentando, de alguma forma, que ele ficasse como estava antes, antes da paty destruí-lo.
O Marquinhos olhava tudo rindo, o vagabundo.
Não sei oque o bunda peluda disse a paty, mas ela saiu chorando.
— Desculpa a paty. Ela é meio... impulsiva. - Sentou ao meu lado, de novo.
— Tudo bem, com tanto que ela não me deixasse careca. Por que você não acaba logo? Ficar iludindo a garota que não dá né?
Ele arqueou a sobrancelha.
— Eu falei com ela faz um ano. Disse que não queria nada, mas, ela não sai do meu pé. Naquele tempo, levou a notícia de boa, mas agora não.
Oras, nem percebi.
— Hum, você podia tentar mostrar a mesma que a vida não gira em torno de pau.
— Criada em uma família totalmente machista, vai querer que saía oque?
Ele tomou um gole da sua água.
Me ajeitei na cadeira, arrumando o meu vestido azul escuro. Estava me sentindo gostosa, como se nunca me sentisse assim. Mas, hoje era diferente.
A Cinderela chora. Estão escutando? Porque eu sim.
— A Lilian tá parecendo um gnomo de jardim. - O Marquinhos falou.
— Nossa, muito obrigada isso ajuda muito a minha autoestima.
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Logo Você?
RomanceLilian Vasconcelos, não pensa no amor e acha que é uma coisa inexistentes. Tem várias coisa para fazer na vida ainda, não pensa nem na possibilidade de se relacionar com alguém. Sua vida é baseada em seu pai, sua madrasta e sua irmã controlan...