A minha suposta irmã, entregou a bolsa para o seu namorado e amarrou os cabelos em coque frouxo. Olhando assim de perto, ela se parecia um pouco com a minha mãe, nossa, na verdade.Queria entender bem o motivo dela nunca ter entrando em contato. Por dentro, sei que o Paulo nunca deixou. E isso me deixa mais puto. Porra, ele nunca vai deixar eu ser feliz? O seu fantasma vai sempre atrapalhar os meus momentos de felicidade?
— Bom, oque vocês estão fazendo aqui? - A minha suposta irmã perguntou.
Abrir a boca para responder, dizer que somos irmãos. Entretanto, minha voz saiu baixa e eu só conseguir dizer: err...
Sério, Manoel? Você passou a vida inteira pensando oque falaria quando reencontra-se a sua irmã, e quando finalmente a encontra, a sua boca só saí um "err"?
Quando ela viu que não teria resposta nossa. Abriu a porta e entrou dentro do quarto, indo falar com o Paulo. Respirei fundo, tentando me acalmar de alguma forma.
A Flávia me olhou, ainda chocada.
O namorado decidiu entrar também. Sabia que iria acontecer alguma briga, ou, xingamentos. Por que, oras, quem suportar o Paulo por tanto tempo? Só aquela minha meia irmã que eu não sei o nome.
Passei a mão no cabelo. A Flávia me abraçou, me olhando carinhosamente. Abracei o seu corpo, deferido beijinhos na ponta do seu nariz.
— Seria um momento ruim para eu contar a piada do anão? - Ela perguntou.
— Um pouquinho.
— Você tá feliz? Por saber que ela é a sua irmã? - Perguntou a minha esposa. E por mais estranho possível, eu não sabia a resposta.
Eu passei tanto tempo imaginando a minha irmã com a única memória dela bebê que eu tinha na cabeça que acabei não pensando no mundo real. É estranho morarmos na mesma cidade e nunca termos nós encontrado.
— Acho que... eu não sei. Tudo aconteceu tão de repente. Você grávida... o acidente do Paulo, o possível reencontro com as minhas irmãs. Não tive tempo para raciocinar ainda.
Ela concordou com a cabeça. Beijei o seu pescoço, enquanto respirava o seu cheiro. E por um momento naquele dia conturbado, fiquei calmo nos braços da minha mulher.
Depois de um tempo, nos sentamos na cadeira. Só esperando o anúncio da morte do Paulo para podermos ir embora.
Estava com fome e Flávia estava começando a ficar enjoada do hospital.
A minha irmã saiu do quarto, sendo acompanhada do médico que estava cuidado do Paulo e do seu namorado.
Não que sejamos fofoqueiros, mas, escutamos alguns gritos vindo do quarto. Eu e a Flávia se prendemos mais a parede, para poder escutar. Não conseguimos escutar nada e ainda saímos como malucos para o pessoal do hospital.
Os três andaram até nós.
— Acho que o pai da senhorita não aguenta mais um dia. Se suportar quatro horas, é um milagre.
A garota não teve reação alguma. Ela só concordou com a cabeça e se sentou ao meu lado.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Logo Você?
RomanceLilian Vasconcelos, não pensa no amor e acha que é uma coisa inexistentes. Tem várias coisa para fazer na vida ainda, não pensa nem na possibilidade de se relacionar com alguém. Sua vida é baseada em seu pai, sua madrasta e sua irmã controlan...