Cap.65

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Marquinhos

A Lilian estava fazendo uma comidinha para a gente. Agradeci a Deus por ter ela como amiga, assim não passarei fome. A Lilian cozinha muito bem, diferente da Anna que foi fazer pipoca doce e queimou a panela. Que foi fazer arroz, mas o negócio virou uma papa.

Me sentei no sofá, respirando profundamente. Desde daquela hora, eu nunca mais vi o Thiago. Estava preocupada, ele nunca some do nada.

  — Bom, poc fedida, fiz uma lasanha. - A Lilian falou, se deitado no sofá e colocando os seus pés sujos no meu colo.

  — Falsa.

  — Por que eu sou falsa? - Arqueou a sobrancelha. Neguei com a cabeça, que poc insuportável.

  — Você não quis comprar picolé para mim.

  — Para que picolé se você chupa a rola do Vk? - A Anna que estava resolvendo com um advogado, olhou para gente na hora. Ela iria processar a pessoa que bateu no seu carro, sendo que foi ela mesmo que bateu no próprio carro. Mas um dia normal nessa residência de amigos evangélicos e de Deus.

  — Saudades da pica de ouro. - Falei, só para irritar a Anna mesmo.

   Ela pegou os papéis e se trancou no quarto.

  — Nossa, a Anna tá bravinha. Oque será que rolou?

  — Também não sei. - Me levantei. A Lilian tinha pedido açaí para a gente comer depois da pizza. Eu vou fingir que irei tomar banho, mas, vou na cozinha para comer um pouco do açaí, quem apoia esse lacre?

   Me espreguicei. Peguei a minha blusa e joguei na Lilian, que agora mexia no celular.

  — Bom, iriei tomar banho e...

  — Você sabe aonde o Thiago tá? - Ela sussurrou.

  — Não sei aonde aquele maluco tá. Não precisa se preocupar não, o velho daqui a pouco tá aqui, babado em você.

   Meu telefone começou a tocar desesperadamente no meu bolso, peguei achando que era a Pérola mais conhecida como o amor da minha vida, mas, era só a sapatão encubada, a homofóbica chata, a machista escrota, a Barbie falsificada... são vários apelidos.

  — Oque tu quer, paty? Me dá um segundo de paz. - Falei, escutei uma zoada de fundo.

   Era a voz do Thiago, gemendo. Omg, elas sequestraram o sugar daddy.

  — Seu amiguinho tá na minha casa bêbado. Ele me chamou e a Isadora para transar. Enquanto ganhava o melhor boquete da sua vida, gemeu o nome da Lilian e ainda vomitou na Isadora enquanto a mesma quicava nele. Eu juro, Isadora, se ele sujar mais alguma coisa quem vai limpar é você. - A paty falou com a suposta irmã da Lilian.

   Escutei uns sussurros. Não dava para entender direto já que o Thiago gritava: vem aqui, Lilian. Vamos continuar, minha loira.

   Por Deus, ele tá muito bêbado. Que vergonha do coitado.

  — Você vai vim buscá-lo ou não?! - A paty falou, demostrando a sua raiva.

  — Como eu vou buscá-lo se nem sei aonde o mesmo tá, sua porra.

  — Vou te passar o endereço. Outra coisa, fala direito comigo. Não sou sua amiguinha Lilian não, me respeita.

  — Direito.

  — Vou te mandar o endereço, idiota.

   Desligou a chamada. A Lilian me olhava curiosa.

  — Quem era?

  — Achamos o Thiago. Ele está na casa da paty, bêbado. Gemeu teu nome enquanto estava recebendo um boquete e vomitou em cima de uma pessoa. Enfim, a vergonha.

  — Quer que eu vá buscá-lo também? Vou contigo.

  — Não, tudo bem. Eu sei cuidar muito bem de um sugar daddy.
 
   Ela concordou, rindo.

[...]

   Quando cheguei no apartamento da Mc18%, quem abriu a porta foi uma loira. Que, no caso, deve ser a irmã da Lilian. Mas, sem brincadeira alguma, parecia nem um pouco com a Lilian. Ah não ser o cabelo, só isso que as duas tem de igual.

  — Cade o meu amigo que só passa vergonha? - Olhei para dentro do apartamento.

  — A paty foi buscá-lo. Você é?

  — Marquinhos, melhor amigo da sua irmã.

  — Hum.

   Antes que eu pudesse falar mais alguma coisa, a paty, fã do Mc cidade alerta, apareceu com o Thiago.

   Pelo o seu estado, ele está horrível. Nunca vi o Thiago tão bêbado daquele jeito.

  — Vaza daqui. - A paty me entregou tudo e fechou a porta na nossa cara.

   Demorou pra caralho para levar o Thiago até o carro. Quando conseguir, quase gritei de alegria. Obrigada senhor.
  

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