Lilian
Eu e o Marquinhos voltarmos do supermercado. Fiz ele comprar comida para mim, oras, tenho fome.
— Isso daqui da para um ano e ainda sobra. - Falou levando as bolsas para cima.
Rolei os olhos pela décima vez.
— Achei que você fosse meu amigo.
— Eu sou amigo de todo mundo. Mas, quando me fazem gastar dinheiro, mil desculpas, mas tá eliminado na hora da minha lista de amigos.
— Nossa, nossa... se fosse a Pérola você compraria né?
— Claro. Se ela pedir a lua, eu vou atrás, more. Faço tudinho.
— Obrigado por demostrar o nível de relacionamento que eu nunca vou ter.
— Pode ter com o Thiago.
— E você deveria ficar calado. Com a boca fechada você é um poeta. Fica até mais bonito.
— Hahaha.
O menino do elevador entrou. Ele sorriu para mim.
— Achei que não iria te ver mais. - Sussurrou. — Não paro de pensar em você.
O Marquinhos não se segurou e riu alto.
— Puta que pariu, garoto. Me deixa em paz. Eu joguei pimenta nos seus olhos, você acha mesmo que quero você?
— Não sei, espero que sim.
— Se fuder, toma no cu.
O Marquinhos continuava a rir.
Saí do elevador puta. Peguei a bolsa do supermercado e danei no Marquinhos para o mesmo parar de rir.
— Isso foi o auge. Coitadinho Lilian, da um chance para ele.
— Da você, idiota.
Entrei no apartamento. Fechado a porta logo em seguida.
Me virei sorrindo, mas logo meu sorriso foi desfeito quando vi aquela cena.
A minha irmã estava seminua no colo do Thiago. Ela colocou sua cabeça na curva do pescoço do Thiago, tentando se esconder.
— No meu sofá, Thiago?! - O Marquinhos falou em um tom alto. — Você esqueceu que eu durmo na porra desse sofá?!
— Você transou na minha cama e quebrou ela! - Rebateu o Thiago.
— Porra, eu ainda tô pagando esse sofá e a cama. Você poderia ter um pouco de consideração e ter ido transar no seu punheteiro?
— Você podia ter um pouco de consideração naquele dia e ter pagado um motel?
— Se fuder, porra. Toma no meio do seu cu. - O Marquinhos pegou as sacolas do supermercado e levou para a cozinha, visivelmente puto.
Eu fiquei chocada. Meu corpo estava tenso e com medo, medo da Isadora contar para o Paulão aonde eu estou e o mesmo voltar a me atazana.
— É... - falei, mais logo parei quando a Isadora se virou.
Ela me olhou por um tempo. Com as mãos cobrindo os seis, se inclinou e pegou sua blusa.
— Não acredito que você tá morando aqui. - Falou depois de um tempo em silêncio. — Você sabe como o nosso pai vai ficar decepcionado, correto?
— Você...
— Vou dizer a ele. - Sussurrou.
Ela se levantou e pegou suas coisas, saiu do apartamento sem dar mais nenhuma palavra.
"Vou dizer a ele"
Essa simples frase acabou com toda a minha felicidade e quase me fez cair de nervosa. Não queria meu pai de novo atrás de mim, eu estou tão feliz com o pessoal.
Olhei para o Thiago que tentava esconder o que estava excitado.
Fui para o meu quarto. Estava morrendo de medo da Isadora falar mesmo.
Tudo bem o Thiago ficar com outra pessoa, eu não ligo. Ele é solteiro e eu também. Mas o chato é o mesmo trazer a minha irmã para aqui, logo agora que eu estava tentando me "esconder" da minha família.
Comecei a arrumar as minhas coisas. Colocando minhas roupas dentro da mala.
Não podia ficar mais aqui.Não agora.
Quando arrumei tudo, aproveitei que o Thiago foi no banheiro e saí.
Saí sem rumo, sem destino. Não tinha dinheiro suficiente para viajar ou pegar um ônibus.
Um carro branco parou ao meu lado.
No começo, fiquei assustada achando que era ladrão. Mas, depois me acalmei.
— Lilian? Tudo bem?
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Logo Você?
RomanceLilian Vasconcelos, não pensa no amor e acha que é uma coisa inexistentes. Tem várias coisa para fazer na vida ainda, não pensa nem na possibilidade de se relacionar com alguém. Sua vida é baseada em seu pai, sua madrasta e sua irmã controlan...