Cap.21

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Capítulo sobre estupro. Se não gosta desse tema, aconselho a não ler.

Isadora

Minha vida não podia estar melhor sem a Lilian.

Ela sempre foi a ovelha negra. Nunca seguiu as regras, nem parece que fui criada pelo o mesmo pai que me criou.

Enfim, a vergonha da família.

Estava todo mundo reunido. Comemorando o meu aniversário, podia ser o nosso, mas ela preferiu ficar com os "amigos".

Quando meu pai viu aquela foto da Lilian seminua, ele quase teve um infarto.

— Não criei minha filha para ser uma vagabunda, olha isso. Tá parecendo uma prostituta. Isso é uma vergonha para o Roberto, o pessoal vai falar oque vendo a noiva do filho do melhor médico da cidade quase nua no insta? Esbanjando o seu corpo? Isso é uma vergonha.

O Roberto estava até chorando.

— Eu amo ela, Paulo. Não quero minha mulher assim no insta.

— Você pensa que eu quero? É minha filha com um bando de sem teto que leva ela para o mal caminho.

— Eu iria entregar isso para ela. Esperava que a mesma estivesse aqui. - O Roberto colocou a mão no bolso da calça, tirando uma caixinha aveludada.

Ele me entregou. Abrir a caixinha vendo alianças lindas dentro.

— A gente tá noivo, tem que oficializar.

— Vocês acham que a Lilian vai aceitar isso? Pelo oque aparenta, ela nunca vai gostar de ser sustentada por homem e nem casar com um a força. — minha mãe falou.

— Ela vai se casar e ponto final. Sou eu que mando, eu sou o pai dela. Ela tem que me obedecer.

O Roberto se levantou e me puxou pelo braço.

— Quero te mostrar um negócio. - ele segurou minha mão e me puxou até a entrada da casa.

   Ele sentou na cadeira. Me sentei ao seu lado, dobrando as minhas pernas.

   O mesmo pegou o celular e me entregou, colocou um vídeo.

   No que aparentava, era a Lilian dormindo, nua.

   O Roberto abria um pouco as pernas da mesma e filmava bem a sua buceta. Passava a mão no seu clítoris e depois penetrava a mesma com os dedos.

  — Dei sonífero para ela. Esse dia foi maravilhoso. - Engoli em seco.

  — Ela sabe que você fez isso?

  — Não, eu acho que não.

  — Você estuprou a Lilian.

  — E?

  — E que isso é crime. Você vai ser preso.

  — Você acha que filho do melhor médico desse país vai preso? Acha mesmo? Você acha que eles vão acreditar em uma velha? Uma mulher de trinta e seis anos que ainda nem se casou? Caí na real, Isadora. Você sempre sentou inveja da Lilian.

   Respirei fundo.

  — Você sempre sentiu inveja. Ela é a queridinha do papai. Tem um corpo gostoso pra caralho, é nova e tem vários homens na palma da mão. E você? Uma mulher de trinta e seis anos, uma solteirona. Você tá com alguém?

  — Mais ou menos.

  — Tu acha que esse homem vai te querer? Ele só tá com tu por causa da fama do seu pai. Pelo o dinheiro do mesmo. Quem ficaria com uma velha? Olha isso, uma ruga. - Ele tocou meu rosto.

   Me levantei rápido e entreguei o celular para o mesmo.

  — Oque você quer em?

  — Quero que você faça sua irmã se casar comigo. Entendeu? Quero que você a obrigue se casar comigo.

  — Não, ela já é bem grandinha para saber oque fazer da própria vida.

  — Você tá me escutando? Quer que sua irmã pare em um site pornô?

  — Isso é crime, vou denúnciar você.

  — Quer que eu repita oque disse? Será que vamos mesmo acreditar em uma idosa?

  — Oque é crime? Oque esse plaboy fez?

   Escutei a voz do Thiago, respirei aliviada.

   Fui até o mesmo, abraçando ele forte.

  — Um tempo atrás, ele gravava vídeos transando com a Lilian e entregava para os amigos baterem punheta. Agora ele drogou ela e gravou a transa, um estupro. - Percebi que o Thiago ficou puto.

Ele me soltou e estralou os dedos das mãos.

— Sabe, plaboy. Faz um tempo que eu não vou dar uma passada na polícia. Eu vou lá agora, o motivo vai ser por ter matado você. - O Thiago deu um soco na cara do menino e subiu em cima do mesmo, sem parar os socos.

Eu não sabia oque fazer. Peguei o celular do menino e pisei em cima, fazendo quebrar me pedacinhos.

— Quero que me fale aonde esta os vídeos. Quero eles todos apagados. Agora.

— Desculpa, irmão. Não faço oque gente como você pede. - outro soco foi deferido no seu nariz. Deu para escutar o estralo que fez.

— Não vou repetir, quero todos os vídeos apagados. Anda, mimado do caralho. — o Thiago saiu arrastando ele até o quarto do mesmo, com eu os seguindo.

O menino teve dificuldade, mas foi até a bolsa. Tirou de dentro alguns pendrive e um notebook.

   O Thiago recolheu tudo e o pegou o braço do menino, fazendo que o mesmo ficasse de pé.

  — Que tal passar um tempinho na cadeira? Ver o sol nascer quadrado? E olhe, a prisão que eu vou te levar dinheiro de papai não tira você de lá.

   Estava morrendo de medo do Thiago fazer alguma besteira.

Ele saiu xingando. Fomos andando até o estacionamento. O pessoal olhava para a gente com medo.

— Oque vocês fizeram com o Roberto? - Meu pai perguntou.

— Eu fiz oque você devia ter feito por ele ter exposto a sua filha, e ter transando com ela.

— Mas, eles transavam. - Meu pai falou. Como eu gostaria que ele cala-se a boca por um minuto.

— Transando com ela dormindo? Isso é meio que estupro, correto? Esse daqui, se for por mim, vai mofar na cadeia. Vamos Isadora, vem comigo.

— Você não vai, Isadora. Eu sou o seu pai, você vai ficar aqui.

— Vai não? - O Thiago perguntou e eu neguei com a cabeça. — Que bom, não vai me atrapalhar.

Respirei fundo.

Comecei a rezar para o Thiago não fizesse nenhuma merda.

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