Cap.39

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O capítulo anterior tinha algumas pessoas falando do pronome neutro.
É horrível saber que alguns dos meus leitores são transfóbicos.

"Ah, mas o pronome neutro não existe na Língua portuguesa."

Fode-se? Só vamos respeitar, caralho.
Se vierem falar merda de novo, vou dar block, pqp.

 Se vierem falar merda de novo, vou dar block, pqp

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Thiago

Diferente de mim, a Lilian passou a noite jogando minecraft. Ela é oque?

Só escutava seus gritos. Expulsei a mesma do meu quarto umas quatro vezes, mas, ela insistiu e ficou.

Eu girava na cama.

Queria dormir. Eu só queria uma noite de sono.

   Me sentei na cama, com muita dificuldade. Quem rir do meu estado vai para o inferno.

   Peguei minha muletas e tentei ficar em pé segurando nas mesmas. Quase caí de cara no chão.

   Depois de muito sofrimento, deu tudo certo.

  — Vai para onde? - A Lilian perguntou, sem tirar o olhar da tela do computador. É bom que fique cega ou precise usar óculos.

  — Vou deixar você jogar em paz. - Sorrir amargamente antes de sair daquele quarto.

   Oras bolas, eu não posso nem dormir em paz.

   Expectativa, pensei que iria ganhar uma mamada das boas. Realidade, passei a noite em claro, e não foi do jeito que eu queria.

   Pelo oque eu percebi, todo mundo ainda dormia.

   O Marquinhos estava dormindo que chegava a babar. O Vk estava sentando na cadeira da cozinha.

   Quase levei um susto. Tentei me equilibrar nas muletas, não queria cair de cara no chão.

   Estou pensando seriamente se esse menino não é um fantasma. Aparece igual uma assombração, tem que ir para o culto.

— Me ajuda. - Falei. O mesmo olhou para mim, querendo rir. Revirei os olhos.

Ele puxou a cadeira e eu me sentei, com estrema dificuldade.

— Fazendo oque aqui tão cedo?

— Vim conversar com a Anna, mas a mesma foi para a missa. - Arquei a sobrancelha, a Anna na missa? Nossa, oque rolou.

Olhei para o relógio na parede.

Oito e cinquenta. A Anna logo estará em casa.

— Oque você quer falar com a minha irmã? - Bebi um gole do café frio que estava na minha Xícara.

Seu eu não fazer o café, ninguém mais faz.

— Quero terminar isso de Relação Aberta. Não tá dando certo.

Arquei a sobrancelha.

— Não foi você que queria isso? Tentar novas experiências...

Tentei tomar outro gole do café, mas, acabei cuspindo - sem que o Vk tivesse visto, porque, além de tudo, eu ainda sou educado.

— Não tá dando certo. Eu não quero mais ver ela pegar todo mundo enquanto seguro a lata de cerveja. Isso tá acabando comigo. Agora sou eu que tô com medo. - O mesmo levou as mãos a cabeça, mostrando que estava meio que desesperado.

Peguei um pão fresquinho e passei manteiga. Apesar de tudo, gosto do Vk, ele trás comida para Anna e acaba servindo para todo mundo. Enfim, não gastamos quase nada com comida.

— Medo de que? - Mordi o pedaço do meu pão.

Inclinei para pegar a mortadela que ele comprou.

— Medo de perder a Anna. Eu estou desesperado, Thiago. Eu passei noites pensando sobre isso. Não quero mais um relacionamento aberto, isso tá me ferindo muito.

— Ferindo como? Pega suco para mim, o café está frio. - Apontei para a minha pobre perna.

O Vk concordou com a cabeça e pegou a jarra de suco que estava na geladeira.

Me servi igual um rei. Comi tudo do bom e do melhor.

Vamos constar que o Vk é rico, então, só coloca coisa cara aqui dentro.

— Só... tá sendo difícil para mim. - Ele deitou sua cabeça na mesa.

Aí foi que eu percebi o quanto ele estava arrasando. Parecia um cachorrinho sem dono.

Mordi meu pão e tomei um grande gole do suco.

Coitadinho do Vk.

— Hello família. - A Anna entrou na cozinha.

A mesma beijou a minha bochecha e andou até o Vk, sussurrando alguma coisa no seu ouvido.

— Desde de quando você para a igreja, Anna? - perguntei.

A mesma tirou aquela pano da sua cabeça.

— Desde que cheguei do meu retiro espiritual, amém. Na verdade, fui me confessar.

Soltei uma gargalhada alta. Foi tão alta que o Marquinhos escutou lá da sala e resmungou um: Cala a boca, porra. Quero dormir.

— É sério. Vou ser uma profeta de Deus.

— Oque você falou para o padre?

— Falei pro padre que sonhava safadeza com o Zayn e o Harry, ele me empurrou pra saída e disse que eu era uma pecadora imunda.

— Mentirosa.

— Não posso conta oque eu falei. - Ela piscou e tentou animar o Vk, que não tinha jeito nenhum.

— Vamos conversar, Anna. No seu quarto, por favor. - Ele se levantou e saiu da cozinha.

A Anna me olhou, confusa.

— Oque aconteceu? - Perguntou.

— Não posso falar, ele vai explicar melhor para você.

Ela saiu da cozinha. Continuei a comer minha comida.

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