Entre a Vida e a Morte

33-let me go🌷

As almas mais escuras não são aquelas que escolhem existir no inferno do abismo, mais sim aquelas que escolhem se libertar do abismo e circular silenciosamente entre nós.

Enquanto o senhor Jeon limpava os ferimentos em minhas mãos, o mesmo ditava isso para mim, o que me tocou profundamente. O cuidado que ele tinha comigo, me fez pensar o quão sortudo era o professor Park.

Depois que ele fez os curativos em minhas mãos, o contei sobre tudo, do começo até o fim, ele tinha o espanto em seu belo rosto. Depois de muita relutância, eu o convenci a me deixar ir para casa, já estava na hora, mesmo eu não querendo sair do conforto que era ficar com ele.

E mais uma vez eu me encontrava dentro de seu carro luxuoso, ensinei-le o caminho da minha casa, e não demorou muito para chegar na mesma. O senhor Jeon segurou meu rosto em suas mãos, passando seu polegar em minha bochecha, dando um beijo em minha teste logo em seguida.

Jeon- Saiba que agora pode contar comigo, digo, para tudo mesmo.

Será que esse cuidado é só comigo? Bom, isso não importa agora, o que importa é que sou muito grata por tudo o que ele fez por mim.

Eu- Obrigada Jeon, faço de suas palavras a minha - Fiz o mesmo, depositando um beijo em sua testa, o que o fez olhar profundamente em meus olhos, me fazendo corar instantaneamente - Jeon, eu vou indo agora.

Jeon- Me liga, se precisar de alguma coisa.

Eu- Não se preocupa, eu ligarei sim - O senhor Jeon havia me dado o número dele caso fosse preciso de sua ajuda, saindo do carro fui em direção a porta, o mesmo ficou me observando até a porta ser aberta, depois que a porta foi aberta por Kira, me virei para dar tchau, o mesmo apitou e seguiu estrada a dentro.

 Fui recebida pelo olhar duvidoso da Kira - O que houve com suas mãos?

Eu- Não foi nada, só deixei um vaso de vidro se quebrar.

Nam- Olá Hera, tenha mais cuidado.

Kira- Falou o menos desastrado daqui.

Eu- Oi Nam, não se preocupe, terei mais cuidado da proxima, Kira você tem notícias do tio Jin?

Kira- Sim, eu te falei de manhã, ele só avisou que virar amanhã, você está com fome?
 
Eu- Não, só preciso ir para o meu quarto e tomar um banho - Eu realmente só precisava me isolar e tentar entender tudo o que havia acontecido, logo em seguida fui em direção a escada, para assim poder ir para o meu quarto.

Kira- Ah, Hera, o Taehyung mandou o seu celular pelo o Nam, ele falou que você havia esquecido no Hotel - A mesma tinha um olhar sarcástico em seu rosto, mal sabia ela o que eu havia passado nas mãos daquele doentio.

Eu- Obrigada - Peguei meu celular, enfim indo para o meu quarto.

Deitada em uma banheira de água fria, coloquei todos os meus pensamentos para fora junto com as lagrimas quente que se misturava com a água fria, me sentia suja por ter me deixado levar, ou por ter pensado que ele havia de ser uma pessoa boa.

Hera, sua bobinha...

Saindo do banheiro coloquei um pijama para me deitar, o dia havia passado, mesmo sendo 19:34, eu só queria dormir e esquecer tudo. Apaguei a luz do quarto e abri a grade janela que havia no meu quarto, hoje eu iria dormir sobre o vento da lua.

Eu amo sentir o frio em minha pele, o inverno sem dúvida é uma estação muito bela. Muitas pessoas falam que o frio não é bom, que não aquece e muitas vezes machuca, mas eu discordo, o frio só não é bom para aquelas pessoas que não sabem aproveita-lo da forma certa.

Olhando no relógio, eu vi que já era 01:40 da manhã, e lá estava eu, bolando pela cama, tentando dormir, o que estava sendo difícil.

Senti um peso sobre a cama, especificamente atrás de mim.
 
Era ele, o seu cheiro não me deixava enganar.

Ele estava a deitar-se comigo.

Um grande desgosto me percorreu, quando senti a sua mão alisando meu cabelo, enquanto a outra me agarrava pela cintura, fazendo com o que eu sentisse seu calor.

Eu recuei um pouco, fechando meus olhos com força, rezando para que ele fosse embora, o mesmo me puxou para si.

Taehyung- Só estou tentando te aconchegar, logo logo você vai entender que não tenho coragem de te machucar, eu sinto muito -  O mesmo tinha a voz arrastada. Senti sua respiração contra o meu pescoço, o que me fez arrepiar e ao mesmo tempo ficar aterrorizada.

Eu não quero entender. Me solta!

Ele continou massageando o meu cabelo, dando um beijo no mesmo canto, e como uma resposta divina aquele peso sobre a cama foi sumindo aos poucos. A ultima coisa que ouvir foi o seu pedido de desculpas, como se ele estivesse arrependido de tudo o que me fez.

Mas não irei cair novamente.

Logo depois que ele saiu, eu adormeci entre minhas lágrimas.