Não poderia ficar pior.
Fechei meus olhos respirando com o maximo de calma que conseguia encontrar. Está tão frio, a chuva cai sem dó, forças negativas parece querer me afundar cada vez mais. Abrecei meus próprios joelhos, fechando meus olhos com força, apoio minha cabeça em meus joelhos, e imploro a qualquer coisa que possa me ouvir, apagar tudo de ruim que aconteceu em minha vida.
Eu só quero uma chance para recomeçar de novo.
Olhando para o final da rua onde me deparava sozinha novamente, uma silhueta humana se aproximava, não dava para ver por causa dos pingos de chuva que me impedia de abrir meus olhos.
Ótimo, que passe por mim e não ligue para a minha alma miserável.
Devo seguir em frente?
Preciso sair dessa chuva.
Levanto seguindo o caminho oposto da minha casa, as minhas pernas pareciam não obedecer aos meus comandos, e a chuva fazia meu corpo se encolher todo. A sensação de ser observado me acompanhava novamente. Passando em frente em frente a um bar, pensei, porque não?
Entrei no lugar que cheirava a álcool e perfume barato, havia mulheres dançando bêbadas ao som de uma música péssima, sentei no balcão esperando que alguem me perguntasse o que eu queria.
Uma mulher na casa dos trintas veio me atender - O que uma menina bonita como você faz em um lugar desses?
Eu- Só me da algo forte, por favor.
...- Tudo bem - A mesma me veio com uma garrafa de whisky, despejando um tanto em um copo - Beba de uma vez.
Senti a bebida quente descer rasgando em minha garganta - Me traga outra por favor - E assim ela fez, colocando mais uma dose em meu copo.
Já sentindo o efeito da bebida em meu corpo, senti minhas bochechas quentes e as lagrimas logo em seguida, me sentia tão sozinha, desejava a presença do meu tio.
O que seria de mim sem ele?
Sem alguem para me colocar nos eixos.
Preciso me animar, vou dançar, isso...irei dançar.
Sai do banco me juntando ao grupo de mulheres ali, me envolvi ao som da música, mesmo não sabendo qual era, depois de um tempo subi em cima da mesa tirando a atenção de todas que logo gritaram para mim. Fechei meus olhos me entregando completamente a música, sentindo a tranquilidade em minhas veias, talvez fosse o efeito da bebida.
Mas como nessa história, a tranquilidade não durou para sempre, e todo o momento de alivio que eu estava sentindo foi substituídos por gritos e sons de coisas se quebrando, o que me fez abrir os olhos e parar freneticamente.
Taehyung- Desce dai agora! - O mesmo segurava um homem pela camisa - É melhor me obedecer.
Desci de cima da mesa, naquele momento eu não sentia medo, só queria o enfrenta-lo, manda-lo ir para o inferno. O loiro segurou meu braço me puxando para fora do bar, soltei uma gargalhada, o que o fez olhar para mim.
Taehyung- O que você estava pensando?
Eu- Eu posso fazer o que eu quiser!
Taehyung- Você só tem 16 anos.
Eu- E dai? Quem se importa comigo?
O mesmo segurou os meus braços, me forçando a olhar para aqueles olhos sem vidas - Para de agir como criança, sabe lá deus o que iria acontecer se eu não estivesse aqui, eu me importo com você.
Eu- Não se importa não.
Taehyung- Eu vim atrás de você nessa merda de lugar, e eu não me importo?
Eu- Não se importa, porque se realmente se importasse, não teria brincado com a minha cara, não teria feito eu passar por tudo isso!
Taehyung- Do que você está falando?
Eu- Você estragou minha vida - Eu disse aquilo, sentindo minha garganta doer - Agora diga que se importa comigo, eu me entreguei a você, e você me tratou como lixo, você ia me matar - Não controlei as lagrimas.
Taehyung- Eu me importo, merda, tudo o que eu fiz foi porque eu me importo com você, eu não te machucaria, EU NÃO POSSO TE PERDER OUTRA VEZ!
Eu queria ir para casa, porque não me sinto bem vida, também não quero discutir, não quero brigar, quero fugir. Virei de costa para o mesmo, e segui em frente.
Taehyung- Onde vai?
Eu- Me deixa em paz!
O maior não parava de me seguir, eu também não sabia para onde estava indo, só deixei meus pés me guiá, enquanto as lágrimas se misturavam com a chuva. Comecei a correr com as forças que ainda me restavam, o desespero tomou conta da minha mente.
Porque estou correndo?
Porque não encaro tudo de cabeça erguida?
Cai de joelhos no chão duro, totalmente sem forças, Taehyung se ajoelhou em minha frente, levantando meu rosto para que eu pudesse ver o seu rosto, e deus, aquele cabelo grudado em sua testa por causa da chuva, só o deixava mais bonito.
Eu- Porque? Porque Taehyung?
Taehyung- Me deixa ter a chance de te explicar, eu prometo que tudo fará sentindo.
O mesmo me envolveu em seus braços, me fazendo sentir o calor que emanava do seu corpo.
Taehyung- Vai ficar tudo bem.
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Entre a Vida e a Morte
RomanceO anjo Kim Taehyung, segundo braço do seu pai o abandonou por amor a uma humana. O seu pai furioso por sua desobediência o jogou na terra tirando suas asas, uma maldição foi jogada no casal, onde a menina morre toda vez que as almas do casal se enco...