AI a minha cabeça

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Todas as histórias têm um princípio, um meio e um fim. Esta não é diferente de todas as outras, afinal, todas se desenrolam assim. Ainda não me convenci que a nossa não durou para sempre. Reflicto sobre essas coisas, e como sempre, o nosso tempo juntos retorna á minha mente. Relembro como isto tudo começou, pois agora, essas memórias são tudo o que me resta. Sempre sonhei em poder voltar atrás no tempo, ter uma nova oportunidade de viver a nossa história outra vez. Não peço para ter a chance de a rescrever de um modo diferente, dado que, jamais o faria. Só queria apenas reviver.
Sei que tudo começou, quando decidi ir com a minha melhor amiga (Isa) passar ferias a Califórnia. Depois de uma longa e cansativa viagem de avião até ao nosso desejado destino, finalmente havíamos chegado.

Isa- Aleluia, chegamos !!
Ana- Não aguentava nem mais um minuto dentro daquele avião, é muito secante estar lá dentro sem nada para fazer durante 12 horas.
Isa- Já agora,  sabes como é que se vai até á casa que alugamos?
Ana- Porque? Tu nao sabes?
Isa- Eu!? Como é que o eu haveria de saber.
Ana- Sim, tu.
Isa- Eu não, tu não sabes??
Ana- Claro que sei, vamos mas é apanhar um taxi, senao nao chegamos lá antes das 18h.
Isa- tens razão, vamos.

A azáfama predominava por todo o aeroporto. Quando saímos, por fim, apanhámos o primeiro táxi que aparecera disponível para nos levar a casa. Apenas nos restava uma hora, comparadamente ao que já havíamos esperado para cá chegar, não era nada. O táxi parou exatamente á porta de casa, pagámos ao motorista que logo de seguida nos ajudou a retirar as bagagens de dentro da mala do carro. Despedimo-nos do senhor, que sorridente seguiu o seu caminho. Relativamente á casa, bem, o que podemos apontar relativamente á mesma, era sem dúvida alguma uma casa simples, moderna, mas se a virmos em relação ás outras que se estendiam ao longo da rua, era mais pequena, mas para nós as duas era suficiente. Retirei as chaves de dentro do saco que tinha comigo, e abri a porta da entrada. Para uma primeira impressão não está nada mal. Passámos a hora seguinte a conhecer a casa e a arrumar a nossa roupa nos respetivos quartos que havíamos distribuído por ambas.

Isa- Ana, queres vir comigo para a piscina, para aproveitarmos o resto do dia que nos sobra?
Ana- podes ir indo. Eu já vou ter contigo.
Isa- ok mas despacha-te!
Ana- não te preocupes que eu não demoro.
Isa- ok. Já vou então. - diz dirigindo se para a piscina

Observei Isa enquanto que esta se afastava, em direção á piscina que ficava nas traseiras de casa. Ainda me faltavam arrumar algumas peças de roupa para que por fim pudesse ir ter com Isa. O tempo estava ótimo para passar o resto na tarde na piscina. Quando acabei as tarefas, por fim, vesti o primeiro biquini que saiu do armário do quarto juntamente de uma toalha, para que me pudesse enroscar quando saísse. Sai do quarto, fechando a porta de seguida, e dirigi-me para o pé de Isa, deitada sobre a espreguiçadeira enquanto que apanhava banhos de sol.

Ana- vez não demorei nada, já aqui estou.
Isa- claro que não. - diz sarcasticamente
Ana- lamento. Esqueci-me de abastecer o meu unicórnio de doces, depois ele não queria andar, foi por isso que demorei mais. - rimos
Isa: já pensaste no que vamos fazer amanhã?
Ana: não. Em que é que pensaste?
Isa- enquanto não vinhas tive tempo suficiente para tratar desse assunto. Amanhã levantamo-nos cedo, tomamos o pequeno almoço, arranjamos-nos e preparamos as coisas para passarmos uma manhã na praia, depois talvez de tarde aproveitemos para dar um passeio por Califórnia. Quero conhecer melhor o sítio, explorar um pouco.
Ana- parece-me muito bem.
Isa- ainda bem que gostas.
Ana- bom, estou a sentir-me como uma lagosta ao sol, podemos ir dar um mergulho?
Isa- vamos lá. - diz levantando se da espreguiçadeira
Ana- espera por mim - digo indo a correr para a piscina
Isa- Ahahah ganhei! - atira-se para dentro da mesma
Ana- eu nem sequer sabia que havia uma competição!
Isa- lamento, esqueci-me de te contar.
Ana- pois.
Isa- pelo menos agora já sabes.

Passamos a restante parte do dia, deitadas sobre as espreguiçadeiras enquanto falávamos e riamos. Quando fazemos algo de que gostamos, o tempo passa mais depressa do que desejamos. Já se fazia tarde, quando por fim me dirigi até ao quarto, trocando a roupa que havia usado durante o dia, pelo pijama. Deitei-me sobre os lençóis macios da cama, encostei a cabeça sobre a almofada, adormecendo, tal como a bela adormecida. Bem precisava de um sono como o dela, estava definitivamente exausta.

                                                                *  *  *  *  *  *

Acordei com o sol a entrar por uma racha da janela que havia ficado mal fechada. Detesto mesmo quando isso me acontece. Levantei-me da cama, um pouco contrariada, devo admitir. De um momento para o outro, Isa entrou pelo quarto dentro, enquanto me chamava para que eu, supostamente acordasse.

Isa- ANA ACORDA! - chama
Ana- não sei se já reparaste, mas eu já estou acordada.
Isa- desculpa. Não reparei que a princesa já se tinha levantado.
Ana- Ah ah ah! - ri-o ironicamente
Isa- bem, se a princesa desejar, o pequeno almoço já se encontra pronto.
Ana- diz-me, por favor, que preparas-te as panquecas com mel?
Isa- não sei. Experimenta ir até á cozinha.

Mal entrei dentro da mesma, o cheiro do café quente acabado de fazer, as panquecas com o mel que dava um sabor doce às mesmas, consumiu-me por inteiro. Sentei-me á mesa juntamente com Isa e tomamos o pequeno almoço em silêncio. Já no final, quando já nem migalhas restavam para contar o que se havia passado, pegamos nas nossas coisas, que Isa havia preparado anteriormente, e dirigimo-nos até á praia.

Ana- ficamos aqui ou preferes ir para outro sítio?
Isa- aqui parece-me bem, assim se quisermos até podemos jogar vôlei, afinal a rede é já aqui ao lado.
Ana- queres vir dar um mergulho ou preferes ficar aqui a torrar durante algum tempo?
Isa- isso nem se pergunta, como é óbvio prefiro ir dar um mergulho.
Ana- nesse caso, vamos.

Corremos até ao mar, como se já não o víssemos á anos. Não sei bem o que se passa connosco. A água estava ligeiramente fria, ou seja, mesmo muito fria. Mal os meus pés entraram em contacto com a água que corria por entre os grãos da areia, senti a pele do meu corpo arrepiar. Não consegui entrar por completo dentro do mesmo, ficando assim mais próxima da costa, enquanto Isa mergulhava por entre as ondas que se formavam. Regressamos quando esta se cansou, coisa que não aconteceu propriamente rápido. Deitei-me sobre a toalha, já estendida sobre a areia, enquanto via secar as gotas de água que tinha sobre o corpo.

Ana- depois queres ir comer uma bola de gelado?
Isa- não.
Ana- não!?
Isa- vou querer devorar a geladaria inteira. - rimos
Ana- nisso caso acompanho-te
(isa leva com uma bola de voleibol na cabeça)
Isa- AI !! -diz levando a mão á cabeça

Afinal, não foi uma simples viagemOnde histórias criam vida. Descubra agora