07 - Giulya.

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Dancei sentindo o Gabriel sarrar em mim, joguei meu cabelo pra frente e pra trás na mesma velocidade, com a bunda lá no alto, tentando me equilibrar em cima do salto, to nem aiii, to louca mermo.

— Joga irmã! — Carina gritou do meu lado — Aí droga!

Enchi meu copo de Brahma, um calor anormal, baile tá lotado, estamos só de cantinho, Thiaguinho ria de alguma coisa que o Nego falava no camarote atrás da gente, um embrulho no estômago me deu, desde da hora que Riquelme botou o pé aqui, eu não consegui mais ficar normal, parece que ele sugou toda minha espontaneidade.

— Muito xoxoda essa tal de bia, xocotó — Gabriel falou rindo, neguei com a cabeça e dei uma golada forte no meu copo

— E chata também! Força uma barra do caralho, coitada! — Carina acompanhou

Continuei bebendo minha cerveja e dançando ao som do beat envolvente, eu sou mais eu em todos os aspectos, se ele tá bem com ela, eu não tô nem aí.

— Ram, vai vendo em porra! — Thiaguinho falou parando do meu lado

— Ih, se manca bofe! — falei rindo, aí perco a postura fácil

— Se manca oh caralho, me respeita em — puxou meu cabelo

— Cheio de graça você, eu hein.— falei fechando a cara, ele riu

— Pouca marra tu né — revirei os olhos indo na direção do Gabriel 

Do nada, Péricles subiu no palco, meu coração veio na boca, eu AMO esse homem com todas as minhas forças, e com umas cachaças na mente então!

Quando começou Melhor Eu Ir, meus olhos encheram de lágrimas e meu coração apertou, levantei bem a cabeça e respirei fundo, ri cantando com toda força que eu tenho, só quem sente falta, gosta não querendo gostar, entende: Só a vida pode explicar, que talvez a gente se encontrou na hora errada, eu pensando em amor, você pensando madrugada e agora a gente não consegue dizer nada, vim dizer adeus.

— Mona, eu não aguento essa, não aguento, help me! — falei abraçando o Gabriel que já gravava vários storys.

— Aí Giulya, começa a chorar não, pelo amor de Deus — ele falou rindo, gargalhei

E mais uma vez meu olhar no Riquelme, dessa vez, o dele também no meu, a mulher abraçada nele, com o rosto no pescoço dele, ele sério, me encarando, virei pra frente e continuei dançando com o Gabriel, ESCROTO, CHATO, RIDÍCULO mas tão lindo o rosto.

— Ihhhh, tá balanceada alá — Nego falou rindo, revirei os olhos virando minha skol beat

— Me economiza, Rafael! — falei bolada, ele riu mais ainda

— RK tá na pista em — falou me zoando, Carina riu negando com a cabeça

— Tô nem aí! —falei indiferente

Mais vulnerável eu fiquei quando começou Feito Pra Durar, Deus me free, pagode não é de Deus não, levantei meu copo e fechei os olhos cantando com a mão no peito, PÉRICLES POR QUE ME FIZESTE SOFRER?: Você chegou e me avisou que era o fim pra nós dois, me faltou o ar e eu não quis acreditar, pra que guardar no coração, mágoas que machucaram, se o amor supera qualquer dor no mundo.

— Mana, to partindo valeu? — Alana falou tocando meu ombro, aí cortou minha onda poxa

— Cuidado em Alana! Vai pra onde e com quem? — perguntei encarando ela

— Lá pro Vitor, amanhã nós se ver de tarde — concordei 

Vitor é um bofinho que ela pega, vive indo pra casa dele, é tranquilinho, eu deixo né, fazer o que, prender é pior mas tudo tem o seu limite, esse é o momento dela de curtir a vida, agora ela tá na idade, antigamente era outros quinhentos.

— Aí, esse homem é tudo pra mim, num aguento! — Gabriel falou secando os olhos, gargalhei alto

— Ué viado, tá chorando por que? — impliquei fazendo ele rir

— Saudade do meu mozi, aguento ficar brigado não — falou manhoso

— Para de cu doce e manda logo mensagem pra ele — falei rindo

Carina sumiu com o nego como de costume, dei um rolê babado com o Gabriel pelo baile, muito cintura ignorante junto, fiquei nervosa só de ver, desviei dos bofes que tavam tentando me parar, aí deus me dibre, Gabriel acabou mandando mensagem pro bofe, já era 5h e eu já tava caindo de sono, perdi o pique total de baile.

— Vou guiar doida, to morta! — falei pro Gabriel, ele me encarou

— Já? Que isso mona, tá cedo — falou abrindo uma heineken que a Carina tinha trago

— Tô cansada irmã, mais tarde ainda vou trabalhar — ele concordou e Carina revirou os olhos

— Tu é velha em, porra! Chata! — Carina falou me abraçando pelos ombros

— Quer que eu te leve? — neguei — Cuidado em Giulya, qualquer ko me liga — concordei

— Amo vocês! — dei um beijo na bochecha dela e um na dele

Marquei mais um pouco e guiei, maior sufoco pra sair, fui andando mesmo, to caindo de sono literalmente, era só o th aparecendo do nada e me levando de moto, mas o bofe é doido, deve tá com alguma novinha una hora dessa.

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Delírios - Livro 2.Onde histórias criam vida. Descubra agora