25 - Júlia.

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eu quis um dia te dar, a luz pra iluminar, o escuro da solidão, não deu, lutei pra te conquistar de tudo fiz pra mostrar, foi grande a decepção, valeu.

Flashback: seis meses atrás.

— Tá maruca tu? Tá achando que pode sair falando essa porra assim? Se liga hein — ele falou me olhando sério

— NÃO quero mais! Não quero! Pronto. — falei me levantando — Quanto tempo a gente tá nisso? Me fala? Nem você sabe, são tantas né — ri magoada, ele negou

— Tu fala umas merdas, namoral, última linha contigo — saiu do quarto batendo a porta

Bufei de ódio, o Carlos sempre quer ter o controle de tudo, ele sempre tem toda razão, isso é o que mais me deixa com raiva, é sempre a mesma coisa.

— Vou embora! — falei chegando na sala, ele riu

— Vai nada ow doida — segurou meu queixo e me puxando para um beijo

E mais uma vez eu estava ali, nos braços do homem que eu sou cegamente apaixonada, o homem que me ensinou as malicias da vida, que me laçou em um relacionamento secreto, o homem que eu amo e vou continuar amando até a outra vida.

— Você vai embora? Achei que fosse ficar aqui — falei vendo ele vestir uma camisa da Nike

— Não, vou partir, amanhã é aniversário da Leandra! — falou sem me olhar, Leandra, a fiel.

Levantei puta da vida, eu to cansada disso, cansada de ser a amante número 303987, eu me amo demais pra ficar me permitindo assim à ele.

E Ele se foi, mais uma vez, como ele vai sempre, para os braços dela, a mulher que ele realmente ama, a mãe dos filhos dele.

Flashback: um mês atrás.

—Tu tá maluca? Saindo com aquele mano lá? Tu quer me fuder, Julia? — ele segurou meu rosto com força

— Eu sou SOLTEIRA — falei tentando me afastar, ele me segurou, me encarando sério

— Solteira é o CARALHO, quem te como sou eu, tu é mulher minha — tentei me afastar mais uma vez, sustentando o olhar frio dele — Acaba com essa porra, se eu souber que tu tá com ele, eu vou... — interrompi ele

— VAI O QUE? HUM? EU GOSTO DELE. — gritei séria me afastando, ele me olhou

— Tu é piranha, isso que você é, tu não gosta de ninguém não, tu gosta só de tu mesmo — suspirei sentindo meu corpo tremer — Vai, faz o que tu quiser da tua vida, mas depois não volta pedindo perdão não — tentei levantar, ele me empurrou de novo com força — Tô cheio de vontade de chegar em cima desse menor, mas tu não vale meus estresses não. — me levantei com força — Assume que gosta desse menor na minha cara, assume! — engoli a saliva com força

— Carlos, para, você ta me machucando — murmurei chorosa, ele me soltou, negando com a cabeça, louco!

— Eu curto pra caralho ficar com você e tu espera eu meter o pé pra ir ficar com esse cuzão, tu desfilou com ele na minha cara lá no baile, Julia! — falou cheio de ódio —Acaba com essa porra, me escuta! — pediu

— Deixa eu viver minha vida em paz, se você continuar vindo atrás de mim, eu vou contar tudo pra tua mulher, aquela corna mansa — falei rápido

Ele ficou me encarando e eu aproveitei e meti meu pé correndo pra casa, desde do dia que eu disse que não queria mais, eu nunca mais olhei na cara dele, ele não veio atrás, pra ele, eu sou só mais uma né? Mais uma até arrumar outro.

Quando a saudade apertar, não vou chorar mas se o meu pranto rolar, deixa,  quando a solidão chegar, querendo me acompanhar, eu não vou desanimar, jamais vou me entregar.

Solucei sentindo meu coração apertar com mais força, ELE NÃO, esfreguei meu rosto e abri meus olhos me encarando em frente ao espelho, eu to um lixo.

Ninguém entendia nada, minha mãe me olhava com dois pontos de interrogação na cara, ninguém também imaginava, que eu saia com ele, que eu me encontrava com ele, que eu sou completamente apaixonada por ele, o sigilo dói.

Com o Tulio eu até consegui esquecer o Carlos, eu aprendi a gostar do Tulio, não foi algo natural de mim, eu me forcei a isso, para me vingar dele, eu vim embora pra esquecer ele.

— Que mais água? — minha mãe perguntou preocupada, neguei — Julia, eu não tô entendendo, você e esse cara...— interrompi ela

— Sim, saíamos! — ela me olhou em choque

—Como que isso acontecia e ninguém falava nada? Que loucura é essa? — perguntou

— Não importa agora né? Ele tá morto, morto, meu Deus — levantei a cabeça soluçando

Minha mãe me abraçou e ficou ali agarradinha comigo, que dor, perder alguém que próximo, é a pior dor do mundo, não desejo ninguém.


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Delírios - Livro 2.Onde histórias criam vida. Descubra agora