36 - Rick.

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Horas atrás.

Minha mãe falava pra caralho e eu só prestando atenção na Victoria, minha princesa tá grandona, toda esperta.

— Entendeu, Riquelme? — perguntou parando na minha frente

— Aham, tranquilo — falei sem dar atenção

— Não é possível, você nesse teu mundo da lua, parece até que eu to falando com uma porta — encarei ela

— Mãe, tu sabe que pode pegar quantos tu quiser, meu dinheiro é teu também, tem ko não po — falei levantando

— Ah mas depois me chamam de INTERESSEIRA e tal tal — neguei com a cabeça — Eu vou embora, quero passar no salão ainda — me deu um beijo na testa — Vovó vem te buscar segunda tá bom, minha linda, te amo! — falou pra Victoria que riu toda dengosa pra ela

— Vai lá coroa, se cuida — falei levantando, ela saiu e a Giulya entrou em seguida — Viu tua sogra aí? — perguntei rindo pra ela

— Minha sogrinha querida — ela debochou vindo na minha direção — Oi linda, tudo bem? — perguntou afinando a voz — Você é a cara do teu pai sabia — Victoria riu esticando o bracinhos pra ela

— Ih alá, já tá me trocando, qual foi? — falei fingindo bolação, Giulya pegou ela do meu colo

— Fazer o que, eu sou mais legal que você, né princesa? — falou rindo

- Coe patrão, a doidona da Beatriz já tá aqui com nós já - o menor falou no rádio, me levantei e a Giulya me encarou

— Vou resolver essa mentira que essa mina tá arrumando, valeu? — ela concordou — Daqui a pouco eu volto — dei uma selinho nela

— Tá bom, amor, vai lá — ela falou me dando outro selinho — Nós te espera né papai — falou fazendo voz de criança pra Victoria

Peguei minha moto e parti com os seguranças atrás, tô boladão com essa porra, nem tô entendendo esse papo de gravidez, logo pra cima de mim? Que sempre meti de capa, qual foi, papai é o caralho, essa filha da puta tava é me traindo e agora quer meter dessa.

— Cadê ela? — perguntei pro Maiquin, descendo da moto

— Tá lá dentro, cheia de medo — ele falou rindo

Entrei no quartinho e ele tava sentada  balançando a perna, quando me viu faltou só sair correndo — Que porra é essa de gravidez, Beatriz? Tu tá maluca de falar isso pra minha mulher? — perguntei puto fechando a cara

— RK, não foi n-nada disso — ela levantou, mas sentou de novo na mesma velocidade, quando viu minha cara

— Não foi nada disso? Foi o que então? Dá o papo reto piranha —  cheguei perto dela e sustentando o olhar — Tu sabe que nós sempre fudeu de camisinha, que gravidez é essa? — perguntei

— E-eu tava b-brincando, não tô grávida não, d-desculpa — murmurou baixo, chorando pra caralho, me afastei negando com a cabeça

— Essa tua brincadeira pode causar um bagulho sério, vê bem como tu brinca — falei indiferente, ela negou

— Não, por favor, RK, qual foi? Não tive intenção disso não— levantou e veio na minha direção — Eu sou louca por você, esse amor me faz cometer loucuras, e-eu não consigo v-viver longe de você — murmurou segurando minha camisa

Afastei sem ignorância, ela me olhou soluçando — Tu se envolveu sabendo, tu tá maluca, garota — falei puto — Tá alucinada? criando uns bagulhos sem fundamento na mente — segurei ela pelo braço — Me esquece valeu? Nós não tem mais NADA — neguei com a cabeça

— Eu f-faço qualquer coisa pra ficar junto de você — segurou meu rosto — Não me deixa assim, olha o que você tá fazendo comigo — segurei ela pelos pulsos e sacudi

— Namoral? Te respeito por tu ter segurado o pior comigo, mas foi só isso, não tem sentimento — falei sincero, ela se encolheu — Mete o pé, mete o pé que tu tá proibida de ficar inventando coisa que não existe. — os olhos dela se arregalaram e soltei ela

— Eu não tenho pra onde ir, Rick — ela falou chorando — Como tu me expulsa assim? Isso não é justo, e a lei da favela? Qual foi? — murmurou

— Então começa a ver tuas atitudes entendeu? — balancei os ombros indiferente — Mais uma vez que tu entrar no caminho da minha mulher, tu vai pegar tuas moambas e meter o pé! — falei soltando

— Tudo bem! Se essa é sua escolha. — murmurou soluçando, sai da sala

— Tá proibida de todas as maneiras de pisar aqui, entendeu? — falei sério para os moleques — Leva ela lá de volta de onde ela veio, vai ficar por lá mermo, aqui num quero ela não — os menor concordaram

Parei na boca mais forte, movimento tava tranquilo, cheirei uma trilha, to puto, cheguei em casa ofegante pra caralho, já falei que tô puto?, odeio perder o controle assim, ainda mais com mulher, é foda essas coisas, mulher possessiva não é de Deus não, sufocam legal, não tem trava que adianta, brabão, mas essa aí já recebeu o recado dela.

Observei a Giulya botar o laço na cabeça da Victoria, maior lação, ela ria com o mordedor na boca e falava umas coisas emboladas.

 — Pronto, tá linda — Giulya falou botando ela no chão

— Esse troço deixa ela com maior cabeção — falei rindo, Giulya gargalhou e eu peguei a Ana Victoria no colo — Mas tá gatona, fala princesona do papai — falei fazendo ela rir

— Tô preocupada, Alana não atende celular — Giulya falou olhando pro celular — Tomou chá de sumiço, sinceramente!

— Ah ow, relaxa, tua irmã é dispirocada da cabeça, até parece que tu já num conhece po — falei pegando a chave do carro

Ela foi no banco do lado, com a Victoria no colo, no pagode, tava pique família mermo, geral curtindo, todo mundo apaixonadão na Victoria, paz terrível.

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Delírios - Livro 2.Onde histórias criam vida. Descubra agora