38 - Rick.

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Quando o menor me passou a visão que Rayane tava na entrada da favela, sozinha, desesperada me procurando, já senti que não era boa coisa, maior tempão sumida, agora aparece assim do nada.

Mandei o moleque levar ela lá pro escritório que eu já tava pra chegar, mandei reforçar a segurança, confio em ninguém não, só confio em Deus.

Ela tava diferente pra caralho, aparência mais abatida, magra, o cabelo curtinho, olheira pra caralho, sem vaidade nenhuma, completamente diferente da Rayane que eu convivi a minha vida toda.

— Qual foi Rayane? Como tu aparece assim do nada, uma hora dessa? — perguntei desconfiado  sentando na cadeira e pegando um cigarro

— Eu preciso falar com você — falou passando a mão no rosto, lágrimas já desciam e ela aparentava tá nervosa — Riquelme, t-tiram tudo de mim, d-destruíram m-minha vida — soluçou botando a mão na boca

— Tudo o que? Num tô entendendo! — falei soltando a fumaça, ela desviou o olhar do meu

— O V-valter tava fechado c-com umas tretas aí, provavelmente v-você ficou sabendo — concordei fechando a cara — Mês p-passado descobriram q-quem eu e-era — soluçou — descobriram que eu era sua i-irmã e-e acharam que eu t-tava ali de traição, ele, ele....ele— passei a mão no rosto e pensei na Valentina. meu rosto esquentando rápido

— Cadê minha sobrinha? — perguntei sério batendo na mesa, ela negou com a cabeça e botou a mão na boca, chorando mais ainda

— E-eles e-eles, o meu marido cara.. — neguei com a cabeça e apaguei o cigarro — A-a V-valentina tá lá com a minha s-sogra, nem a minha filha eu consegui trazer, foi tudo a base de da humilhação, mas eu sei que ela tá bem, mas— levantei

— Caralho, Rayane, PORRA! — gritei puto — Como tu deixou aquele cuzão fechar com rival caralho? OLHA TEU ESTADO, porra! — joguei o boné em cima da mesa — Se te encostassem, eu ia entrar naquela porra, ia bagunçar tudo, geral sabe a minha fama, não ia ter pra ninguém! — falei sério

— R-Riquelme eu preciso da minha filha, preciso de ajuda, m-minha sogra tá lá, n-nem falar comigo ela fala direito — neguei me apoiando na mesa, de frente pra ela

— Tu traiu tua família, tu me traiu e caiu no papo do cuzão do teu marido, sempre te avisei pra tu sair fora daquele cara e tu nunca me escutou — ela me encarou com os olhos vermelhos — Olha a pica que entrou dentro do teu cu, caralho, tudo que eu menos posso é declarar uma treta dessas agora, Rayane — andei pela sala

— A-a minha filha, eu só quero e-ela — falou me olhando, neguei com a cabeça e olhei pra porta

— Vai atrás da minha mãe, tu precisa se acalmar primeiro, botar a cabeça no lugar e eu pensar — falei indiferente, ela levantou — Mandar um menor te levar lá na casa da minha mãe, chamar um uber, sei lá  — falei abrindo a porta

Quando ela ia passar por mim, ela me agarrou e me abraçou chorando, maior pica, saber disso assim, to cheio de ódio, apertei bem ela, abraçando fortão, nós é mesmo sangue, virar as costas pra ela jamais, mas nós arca com as nossas escolhas né? É tudo consequência.

Quando o menor meu de confiança foi levar ela, eu entrei pro escritório de novo, mil e um pensamentos, essa porra é foda, mas a decisão é uma só, plano de estratégia pra nós tá invadindo lá, deixa eles acharem que essa porra vai ficar assim DUVIDO!

Madruguei por ali mesmo, só alimentando meu vício, essa porra que eu não consigo largar, quando penso em largar, mais vontade de usar dá, já não consigo mais controlar meus instintos, e mais problemas me aparece, não era pra essa porra ser assim, eu não planejei assim.

— Fala meu mano — Nego entrou na sala, dia amanhecendo já

— Coe nego, diazão bonitão, graças a deus — falei me olhando na frontal do celular — Mas já tô de cara quente — ele sentou na cadeira

— Dá o papo — falou acendendo um baseado

Expliquei a situação toda da Rayane pra ele, meu mano é de confiança, deixa esses alemão achar que nós tá dormindo.

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Delírios - Livro 2.Onde histórias criam vida. Descubra agora