51 - Rick.

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Tô tentando ao máximo me controlar, mas essa parada da Giulya ter sido perseguida me deixou com uma pulga atrás da orelha.

Passei um rádio pros menor, mandei geral ficar na atividade, nunca se sabe tá ligado, essa parada aí tá estranhona, ainda mais agora, assim do nada.

Giulya já tava dormindo e eu peguei minhas peças e sai, Nego me passou um rádio mandando eu brotar na boca.

— Qual foi? — perguntei descendo da moto, ele me encarou, tava ele e mais três menor numa roda

— Aí Rick, os menor aí, fizeram covardia com um viciado, por nada tá ligado? Coroa pegava as paradas dele aqui e sempre pagou certinho — Nego falou sério, encarei os menor, os três assustados, de pistola na cintura, tudo emocionado

— Me acordaram pra isso, ja sabem que tão  errado né  — perguntei pra eles, eles concordaram — Com ordem de quem que vocês fizeram isso? Tão achando que vocês são quem porra? Hã? — dei uma porrada em um

— F-foi mal Rick, qual foi, foi mal — pediu implorando

— Foi mal? Foi mal o CARALHO — falei puto — Tá achando que é brincadeira? — eles negaram — Última forma pra esse assunto — falei pro Nego e fui na direção do Maiquin que tava com mais dois menor

— Coe patrão. — ele falou apertando minha mão, sentei na cadeira do lado dele

— Aí, tu tem notícias da irmã da Giulya? — perguntei sério, ele me olhou meio assim — Ih caralho, qual foi? — acendi um cigarro e traguei

— Nada po, fiquei sabendo que Vitin deu um pau nela hoje, papo de que me viu com ela e os caralhos — neguei com a cabeça, puta que pariu, mais essa — Coe Rick, peguei a mina mas já tava querendo mó tempão tá ligado, acho essa parada justa não, a mina tava solteira, ele po fez maior sujeirada com ela — me olhou serião

— Vai atrás dela — ele me olhou sem entender — Já já essa porra vai cair no ouvido da Giulya e já não basta o Vitor ter falado pra Alana a parada do Thiaguinho — ele arregalou maior olhão

— Caralho, não acredito que ele fez isso — concordei soltando a fumaça

— Vou tá passando um rádio pra ele assim que amanhecer mermo, se ele não sabe a lei, vai ficar sabendo breve breve — me levantei — Atividade aí, pista tá salgada, vou partir — apertei a mão dele

— Certo, paizão, bom descanso! — falou subindo na moto também

Parti com os seguranças atrás, maior parada, tenho paz nunca, é foda tá ligado, quero nem ver a merda que vai dar quando a Giulya souber disso, caralho, Vitor não dá uma dentro também, mais essa, vai ser cobrado 2x agora.

Levantei da cama e a Giulya já tinha acordado, tava tomando banho, mandei uma mensagem pro Vitor e fui tirando a roupa pelo caminho mesmo, entrei no chuveiro junto com ela e foi só vapo vapo de bom dia.

— Hummm, bom dia! — beijou minhas costas

— Melhor bom dia que esse num tem — ri vestindo a camisa — Bora tomar um café lá na padaria? — ela concordou

— Vou tentar ligar pra minha mãe, tem duas chamadas perdidas no meu celular — falou sentando na cama, concordei

Deixei ela no quarto e fui pra sala, botando meu fuzil nas costas e duas pistolas na cintura.

— O QUE? QUE HOSPITAL ELA TA? — Giulya entrou na sala falando alto no celular, porra, logo de manhã — Mãe, eu vou prai, agora, calma calma — me virei pra ela no momento em que ela desligava a chamada

— O que...— ela me interrompeu

— O Vitor fez alguma coisa com a Alana, ela tá no hospital, Riquelme! Meu Deus, a minha irmã cara — falou com os olhos vermelhos — Que cara louco, como que pode isso! — neguei com a cabeça

— Ou, calma amor! — falei sério fui na direção dela — Ela vai ficar bem po, já vou mandar acionar esse cuzão aí, vai ficar pegado po — abracei ela pela cintura, me abraçou chorando

— E-eu preciso ir lá, preciso ver ela, não posso perder minha irmã não — falou me soltando — Cara, eu quero falar com esse filho da puta, não faz nada com ele até eu voltar não — neguei com a cabeça

— Deixa que eu resolvo, amor, vai lá vê como tua irmã tá e depois nós conversa — ela concordou

— Queria passar mais tempo com você mas..— interrompi ela

— Mas nada po, é tua irmã, tu é apegada pra caralho nela — falei sério

Ela partiu, menor passou a visão que o Vitor já tava lá me esperando, só tomei um café na padaria com os menor da minha segurança e fui pra boca.

— Fala RK, queria tá falando contigo mermo — ele falou assim que eu entrei no escritório

— Qual foi Vitor, tá rolando algum ko teu com o Maiquin por causa de buceta? — perguntei sério sentando na cadeira

— Que? Nada disso po tá maluco, Maiquin é meu parceiro e onde come um, come dois — falou rindo, sem graça pra caralho, concordei

— Mas dá o papo aí, o que tu queria tá falando comigo? — perguntei disfarçando

— Po, queria saber se tem como tu me dá um cargo mais alto ta ligado, minha fiel tá querendo fazer umas viagens aí, dinheiro tá pouco — concordei rindo e coçando a barba

— Claro, tu é meu parceiro, sempre fechou juntou — joguei a glock em cima da mesa, ele me olhou assustado — Mas, me dá papo reto, quando e aonde tu aprendeu a ser x9? — falei rindo

— Hã? Que papo é esse Rick? Eu x9? Tô nem entendendo — falou nervosão, se coçando todo

— Se tu não é x9, como que aquela piranha que tu come chegou aqui me ameaçando falando que tu disse que eu passei o Thiaguinho? — segurei a glock e encarei ele — Tu fez sabe lá o que com ela por que ela te disse que me contou né? Seu filho da puta, x9 do caralho — levantei puto com a arma na mão, ele levantou também, me olhando escaldadão

— Qual foi Rick, num foi isso não, calma irmão — falou gesticulando — Que isso, não precisa disso não, ela tava me fazendo de otário po, por isso dei um corret..— já interrompi bandando ele, foi última forma

Sai do escritório, os moleques tudo me olhando sem entender, só o Nego e o Maiquin sabiam — Aí, x9 na favela tem moral não hein? Se vocês não sabem a regra, procura saber tá ligado, na próxima vez que alguém vazar qualquer assunto que seja interno, a passagem vai ser sem muita falação! — falei sério, geral concordou, passei a ordem e meti o pé

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Delírios - Livro 2.Onde histórias criam vida. Descubra agora