45 - Alana.

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Alcancei o portão da casa da Giulya e olhei pra trás rápido, vendo uma moto estacionada do outro lado da rua, no escuro embaixo de uma árvore em cima dela, o Vitor.

— Tá fazendo o que aqui? — perguntei vendo ele descer da moto e vim na minha direção

— Acho que você  tem alguma coisa pra me falar — ele falou arrumando a arma, revirei os olhos

— Não tenho nada pra falar com você — abri o portão, quando eu me virei pra fechar, ele empurrou com força, entrando no quintal comigo

— Já que tu não quer falar, vou ter que ir pelo outro caminho! — falou colando a mão na minha nuca, me tremi todinha — Abre logo essa porra! Anda! — falou com a boca colada no meu ouvido

Abri a porta rápido, me tremendo toda, uma sensação ruim, ele me empurrou pra dentro de casa e quando eu virei pra falar com ele, ele tava transtornado.

— Vitor, o que.. — ele me interrompeu

— Tu quer me botar de bobão pros manos todos, que porra é essa? — falou com os olhos arregalados — Tu deu pro Maiquin pra se vingar de mim, sua piranha — neguei nervosa, FUDEU.

— V-Vitor e-eu não fiz — ele me interrompeu de novo

— EU VI TU SAINDO DO CARRO DELE LÁ NA  FAVELA, SUA PIRANHA — ele tentou me dar um tapa mas eu afastei segurando o pulso dele e empurrando pra atrás

— P-PARA TA MALUCO? — tentei ir pra cima dele

— Maluca ta tu, sua piranha, por isso eu não fiquei com você, tá vendo, sua puta, tu virou lanchinho de geral — solucei forte, me sentindo desesperada, QUE ÓDIO.

— Você não tem direito de falar assim comigo, e-eu vou ligar..  — ele me interrompeu

— Ligar pra quem? TUAS PUTARIA ACABA HOJE — falou segurando meu maxilar — A mulher do RK É TUA IRMÃ, tu num é protegida não! — apertou — Eu tô no meu direito de FICAR PUTO, tu me fez de chacota! — soltou

Ele andava de um lado para o outro, transtornado, ele bufava e apertava as mãos com força, cheio de ódio, FUDEU!

— Tu quer me fuder, eu tenho certeza que é isso! — falou me fazendo rir e balançar a perna inquieta

— Você tá surtando por que mesmo? Eu não estou entendendo ainda — perguntei debochada, sem conseguir controlar a língua

— CALA A BOCA PORRA! — gritou andando na minha direção — Tu pegou aquele filho da puta, talarico do caralho, tu tá ficando maluca mesmo — colou a testa na minha me incomodando

— SE AFASTA! — gritei nervosa, coração já quase saindo pela boca, empurrei ele — Eu vou falar com o VN, tu vai tá fudido se encostar um dedo em mim — ele se afastou

— Tu vai falar pra quem? Hã?  Vai rodar tu e Maiquin — me encarou e veio pra cima novamente — Vou fazer com ele igual o RK vez com Thiaguinho, passaporte só de ida — fiquei estática, o Rick.....ERROR, MINHA MENTE DEU UM NÓ.

Ele continuou falando e eu tentando processar o que ele tinha acabado de falar, tudo se ligando, o sumiço repentino do Thiaguinho, o Riquelme assumindo a Giulya, meu Deus.

— Vai atrás da tua MULHER, dos teus filhos! Tu não me merece não — falei indiferente olhando ele com nojo

— Minha MULHER é TU, eu te amo, Alana, num faz isso como não po — acariciou meu rosto, DOENTE — Sou maluco por você, e tu só me menosprezando, volta pra mim — me afastei rápido e abri a porta

— VAI EMBORA! — gritei nervosa, ele veio na minha direção

— Embora? Tu acha que acabou esse assunto? — segurou meu queixo — Isso não acaba aqui não!  — afastei a mão dele

Ele saiu e eu bati a porta com força, um medo desesperador, meu sobrenome é faz merda, eu tenho certeza, mas cão que late, não morde.

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Delírios - Livro 2.Onde histórias criam vida. Descubra agora