71 - Richard.

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Epílogo 4 - Formatura, 16 anos.

Dinheiro a nossa tropa tem
Humildade é lixo, mas sem render pra ninguém
Eu vou guardar meus cash pra multiplicar meus bens
Porque minha maior meta é deixar a minha família bem, pode crer
Eu tô voando alto
Sigo na minha luta e trabalhando dobrado,

Hoje é minha formatura do ensino médio, minha mãe tá emotiva pra caraca, passou o dia todo assim, namoral, minha coroa é mó sentimental.

Mas tô ligado que ela tá feliz pra caralho, hoje é o dia da vitória né? Só nós sabe po, quanto ela lutou por mim, nunca escondeu de mim de onde eu vim, não, minha raiz é favela.

Eu sei tudo sobre o meu pai, pesquisei tudo sobre ele, já vi várias fotos, escutei vários comentários, de fato, tô ligadão, o cara era o brabo, ainda é tá ligado? RK não morreu, virou lenda.

Fui poucas vezes pro RJ, mas as vezes em que eu fui, sempre escutei falar muito dele, meu tio nego, sempre conta várias histórias, geral diz que eu sou parecido com ele pra caraca.

Eu conheci minha vó e minha tia Rayane quando eu fiz 7 anos, maior tempão né? Mas po, tô ligado das diferenças delas com a minha mãe, naquela época eu fiquei meio estranho, me questionando pra caralho mas hoje em dia minha vó fortalece firme, é maneirona mesmo de longe, lá pra Recife que ela tá, já fui umas 2 vezes, maior perrengue por que minha mãe pilha pra caraca, mas sou apegadão na minha prima Valentina.

Flashback: Dona Rosa conhecendo o Richard. (Giulya Narrando)

Eu segurava a porta com força, sem entender o que estava acontecendo, afinal, o que a mãe do Riquelme quer com meu filho? Depois de 7 anos?

Mas uma coisa que eu aprendi, nesses 7 anos, é que as pessoas mudam, seja para pior ou para melhor, eu mudei tanto, nas atitudes, no jeito de ser, ser mãe me fez mudar.

Eu simplesmente poderia virar as costas e mandar ela ir embora, afinal, ela nunca quis saber do meu filho, mas eu engoli, engoli todas as palavras contras que eu tinha para dizer naquele momento, e pensei no Riquelme, ela é mãe dele, vó do meu filho, com todos os defeitos, ela tem esse direito.

— Pode entrar! — falei abrindo a porta por completo

— Eu não vim arrumar confusão — ela falou sem graça

— Eu sei, é justamente por isso que eu estou lhe deixando entrar! Se a senhora lançar alguma palavra contra mim dentro da minha própria casa, terá que se retirar — falei séria, ela concordou

Fomos caminhando para dentro — RICHARD!— chamei alto, vendo ele sair da cozinha — Tem uma visita para você — ele olhou para ela e depois para mim, sem entender

— Oi? — falou sem graça me fazendo rir, fui até ele

— Filho, você lembra que eu falei que você tinha outra vó? Além da minha mãe? — ele concordou — Então..

— Mãe do meu pai? — perguntou me olhando, concordei, dona Rosa olhava tudo quieta

— Essa é a sua vó Rosa, ela veio te conhcer — Ele concordou meio assim, desconfiado

— Humm, oi — falou indo até ela e abraçando ela pela cintura, pegando ela desprevenida

— Você é a cara do seu pai, meu Deus! — ela falou se abaixando na frente dele e abraçando ele com força

Pronto, me acabei em lágrimas também, Richard tava todo sem graça, tadinho do meu filho, ela chorava abessa, de soluçar.

Fim do Flashback.

Também sou colado na Victoria, minha irmã, por mais que ela more longe, tamo sempre se encontrando, tenho maior ciúme dela, tá maluco? Minha vida toda, vagabundo nem tenta se não sabe que vai ficar pegado.

O plano da minha mãe é se mudar para o RJ no próximo mês, eu tô como? só a ansiedade, lá é o mundo, outra vibe, aqui não tem nada, calmo demais.

— Bora meu príncipe? —  minha mãe falou entrando no meu quarto

— Ajeita minha gravata aqui mãe, fazendo um favor — falei rindo todo embolado com a gravata no pescoço

— Tá tão lindo — ela falou arrumando minha gravata — Sua tia Carina ligou, mandou um beijão

— Ram, já dei o papo de que final de semana vou tá brotando lá. — minha mãe concordou, diz ela que vai me deixar curtir um baile

—  Bora que sua vó e sua tia já estão prontas!— concordei saindo do quarto com ela

Já tava minha vó, minha tia Alana e meu primo Alan na sala, esse moleque é minha paixão namoral, 2 aninhos já é espertão, filho da minha tia com o Maiquin, tão junto tem uns 4 anos, minha tia é maluca nele, tem que ver surtadona.

— Vamos tirar uma foto com a titia antes de ir, vem — ela falou dando o celular na mao da minha mãe

— Gente, olha a hora! — minha vó falou com o Alan no colo

Tiramos a foto e partimos, maior enrolação esse bagulho de formatura, uma falação do caraca, entrei com a música do Poze - Tô voando alto, como homenagem ao meu coroa. 

— Parabéns meu amor — minha mãe falou me abraçando —  Você é meu orgulho! — beijei a testa dela

— Te amo! — falei abraçando ela pelos ombros

Minha mãe me soltou e eu fui em direção à minha galera, peguei um copo de salgadinho e sentei na mesa da turma.

— Vou sentir saudades!!! —  Luísa falou me agarrando pela cintura, minha ficante

— Também loira! — falei sem dar muita corda, Gabriela me olhava do outro lado da mesa, toda séria, outra mina que eu pego

— Seco! —  Luísa falou me soltando, sem graça

— Bora curtir — falei me afastando

Comi e fiquei só de cantinho, posso nem beber tá ligado, minha mãe não curte, só depois dos 18, mas tô tranquilo. Mais uma batalha vencida, agora é só sucesso, meu plano é cursar engenharia mas posso tá esperando mais um pouco, curtir essas férias infinitas.


Delírios - Livro 2.Onde histórias criam vida. Descubra agora