48 - Vivian.

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Alisei minha barriga com uma pequena elevação e encarei a paisagem a minha frente, o Rio de Janeiro continua lindo.

Rodrigo me ligava descontroladamente e eu só rejeitando a chamada, tudo que eu menos preciso agora é de um cão de guardas atrás de mim, já não basta ficar na minha sombra esses meses todos? Preciso de paz.

— Desculpa a demora! — Rayane falou sentando na cadeira a minha frente, analisei ela, acabada.

— O que houve com você, Rayane? Meu Deus! — falei sem conseguir me controlar, ela abaixou o olhar

— Minha vida acabou, preciso de ajuda o quanto antes — disse séria voltando a me encarar

Quando a Rayane entrou em contato comigo, eu só pensei no pior, com toda certeza eu achei que algo tinha acontecido com a minha filha, mas quando ela me mandou uma foto da minha princesa, bem e sorridente, meu coração explodiu de amor e eu só consegui agradecer, que saudade da minha princesa.

Tem sido os meses mais difíceis da minha vida, eu não tenho mais vontade de nada, perdi totalmente o brilho, realmente né, tudo que fazemos de RUIM, um dia volta para nós!

— Ajuda como? — perguntei baixo, sem entender

— Dinheiro, Vivian! Preciso de uma grana pra meter o pé, ir atrás da minha filha que sabe lá onde está — sussurou na minha direção

— Por que tu não pede ao teu irmão? Tá doida, mona? Cadê teu marido e tua filha? — ri, ela negou com a cabeça

— Não posso, breve a verdade vem a tona, o Riquelme só não descobre aquilo que ele não quer! — cortou o assunto, arquiei a sobrancelha

— Que verdade Rayane? O que tu fez? Matou alguém? — perguntei preocupada

— Não convém agora, o que eu fiz ou deixei de fazer é problema MEU — falou ignorante

— Pois bem, é problema teu e você que resolva né? Eu que não vou ajudar ninguém — peguei minha bolsa — Tá precisando de ajuda e ainda vem de grosseria, se vira sozinha gata! — me levantei

— Eu te devolvo a tua filha! — falou me fazendo parar — Ela tá com a minha mãe, em um apartamento aqui perto, eu te devolvo ela se você me dar uma quantia! — me sentei de volta

— Quanto você quer? Tendo a minha filha de volta, eu te compro uma passagem até pra China — ela riu e eu dei um gole longo na minha água

— 50 mil! — me engasguei e comecei a tossir

— Tá maluca? Mona, 50 mil é dinheiro pra caralho, você tá achando o que? — falei alto atraindo alguns olhares, respirei fundo — Não vale a pena, esse papo de devolver minha filha é papo pra boi dormir, eu conheço muito bem o teu caráter sujo! — a cara dela desmontou

— Você acha que eu sou suja a esse ponto? Eu sei muito bem como é ficar longe de quem nós mais amamos, não faria nada disso com você não — falou me fazendo rir

— Pra depois eu ser a errada né? Eu sei muito bem do que teu irmão é capaz e pra você tá querendo fugir assim dele, boa com você não fez! — falei ignorante — Se tu fez sujada com ele que é teu sangue, imagina comigo o que tu não vai fazer né? Boa sorte gata! — me levantei encarando bem ela — Você não me engana não Rayane, quando tu veio com a farinha, meu bolo já tava pronto!

Sai do restaurante com um peso nas costas horrível, se um dia, eu voltar a ter minha filha comigo, que seja da maneira justa, com Riquelme eu NÃO brinco, eu sei muito bem do que aquele lá é capaz e ainda assim tenho a audácia de pisar no Rio.

Meus dedos tremeram e eu disquei o número da minha ex sogra, meu corpo tremia tanto, e as lágrimas desciam do meu rosto.

- Alô? - ela falou do outro lado da linha
- Me deixa ver minha filha, por favor! - implorei com a voz embolada
- Oi? Quem tá falando? Não ta dando pra entender
- É a Vivian - falei respirando fundo - Eu tô no Rio de Janeiro e preciso ver minha filha, urgente!
- Vivian? Meu Deus garota, como você tá? Meu Deus
- Eu preciso ver a Victoria, dona Rosa, por favor
- E-eu n-não sei s-se posso
- Só vai ficar entre a gente, por favor - solucei
- Ok ok, calma, você pode vir até o meu apartamento - suspirei

Ela me passou o endereço e eu voeei até lá, só sai do carro quando já estava dentro da garagem, meu coração pulava dentro do peito, eu subi de elevador, tudo tremia, inclusive minhas mãos, depois de 3 minutos esperando na porta, a porta finalmente se abriu.

— Cadê..— cortei a fala quando vi aquele pingo de gente correndo na minha direção, a sensação foi de desmaio, mas eu me abaixei e abracei a minha filha com todo amor do mundo, o amor da minha vida.

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Delírios - Livro 2.Onde histórias criam vida. Descubra agora