27 - Giulya.

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— O QUE ESSA PIRANHA ESTÁ FAZENDO DEITA NA MINHA CAMA? — ela gritou partindo pra cima de mim, Riquelme entrou na frente

  — Ou fala baixo, tá gritando por que porra? — ele falou empurrando ela

— Você não pode fazer isso comigo, botar outra assim, dentro da nossa casa — ela falou chorosa, eu ri, outra?

— Num te dei o papo que acabou? acabou porra, tá maluca? — ele falou sério

— Eu soube do que aconteceu, eu vim ficar com você — ele negou — Manda ela embora AGORA, Rick — gargalhei, que mico!

— Vaza, tô estressadão, preciso de mais estresse não — ela partiu pra cima dele dando tapas, ele sacudiu ela pelos braços com força

— SUA MULHER SOU EU! EU NÃO ACEITO ISSO, EU NÃO MEREÇO — gritou se debatendo e tentando vir pra cima de mim — Eu vou acabar com você, sua desgraçada! Você vai me pagar! Gosta de comer o bofe dos outros né? Vamos ver até onde isso vai — falou apontando pra mim, meu sorriso só aumentou

— Boa sorte, mana! Por isso ele não ficou com você, tá vendo? Aos meus pés você nunca chegará passando essa vergonha — falei rindo, a cara dela ficou vermelha, se pudesse me matar, matava

— PIRANHA, INTERESSEIRA, VOCÊ SÓ TA COM ELE POR INTERESSE, MAS SUA MÁSCARA VAI CAIR — gritou nervosa — Só quer ele quando ele tá bem, INTERESSEIRA, OFERECIDA — jogou o cabelo se debatendo toda e eu paradinha, no mesmo lugar.

— Chega dessa porra, bora Beatriz, bora porra — Riquelme falou empurrando ela pra fora do quarto

Sentei na cama gargalhando, eu não tô conseguindo controlar meu riso, que ódio, olha o papel que essas mulheres se submetem, que mico, deveria ter uma câmera escondida aqui pra filmar isso.

Depois de um tempo ele voltou para o quarto, todo sério, carinha de puto — Tá vendo, olha a comédia que você quer botar no meu lugar, num dá — alfinetei sem conseguir me controlar

— Ram, fica quieta tu também, estressa não — falou ignorante, gargalhei

Tomei um belo de um banho no banheiro dela rs, tinha uma mesa de café prontinha pra gente que a senhora que trabalhava lá fez, Riquelme já tava comendo e eu sentei do lado.

— Tenho que brotar lá na casa do paizão, menor passou a visão que tá maior confusão lá, tia Leandra tá doida — ele falou sem me olhar

— Uhum, eu vou em casa, preciso ver como estão as coisas por lá — enfiei um pedaço de pão na boca, ele negou

— Tem como tu ver isso depois não? Queria que tu fosse comigo — me encarou, concordei

Vesti uma roupa simples, já que só tenho looks prontos da loja aqui, era pra mim fazer reposição, mas né tô usando tudo.

Riquelme entrou no carro e eu entrei no carona, abri meu suco e ele abaixou o vidro, ele dirigia quieto, a comunidade tava bem vazia, o clima pesado.

Chegamos a uma ladeira alta, Riquelme estacionou o carro na parte de baixo e subimos andando, tinha muitos caras, muita gente em frente a casa, umas pessoas que eu nunca nem vi por ali.

— Qual foi do ko? — Riquelme perguntou apertando a mão de um menino

— Senhora aí, tá quebrando a casa toda tá ligado, maior situação irmão — o menino falou sério, meio sentido com a situação

Riquelme segurou minha mão e me puxou ladeira a cima, todo mundo encarava a gente, a mim principalmente, Riquelme entrou na casa e eu senti um aperto grande no coração, um falatório danado, choros, gritos..

— Seu tio se foi, Riquelme! Meu filho se foi. — a senhora falou para o Riquelme

— Vó, calma, olha pra mim — Riquelme me soltou e abaixou perto dela — Eu tô aqui po, tô aqui com a senhora — ele falou calmo, como nunca vi na minha vida

— Por que que fizeram isso com ele, por que? — perguntou mais pra si mesma, abraçou o Riquelme

Ele ficou abraçado uns trinta minutos com ela, e eu quietinha, só fazendo carinho nas costas dela, depois que ela já tava bem calma, Riquelme se levantou e uma mulher, muito bonita, veio falar com ele, ela parecia bem tranquila e conformada.

— E aí tia Leandra — ele falou entrelaçando a mão na minha

— O enterro é daqui a pouco, eu não sei se tenho forças pra ir — ela falou com os olhos vermelhos — Tá irreconhecível Rick — engoli o bolo que se formou na minha garganta, que tristeza

— Nós vai fazer o possível e o impossível, tia, sangue do meu sangue, vai ficar assim não! — Riquelme falou sério apertando a minha mão

Do nada, uma loira, linda agarrou o Riquelme, ele abraçou ela superficialmente e falou alguma coisa que eu não entendi, ela chorava, pelo que eu percebi era prima dele, filha do Carlos.

— Meus pêsames! — falei abraçando a dona Leandra que me abraçou de volta — Eu sei o quão difícil tá sendo para vocês, mas ele deixou sua marca, virará lenda, com certeza! — ela concordou

A loira soltou o Riquelme e me olhou meio assim, balancei a cabeça em cumprimento e o Riquelme me puxou para fora da casa eu dei graças a deus, já estava me sentindo sufocada com o clima pesado.

— Aciona GERAL, eu quero geral, nós vai parar esse rio de janeiro, entendeu? — ele falou para o VN

— Já tá acionado Rick, vai geral descer, geral!— VN falou sério

Fomos descendo e ele destravou o carro e mandou eu entrar, fiquei lá de dentro vendo ele falar e gesticular algumas coisas para os meninos.

Mensagem de Carina Sis 💗: Nego tá bem, avisa o Rick
Mensagem de Carina Sis 💗: Reagiu bem a cirurgia
Mensagem de Carina Sis 💗: Que alívio 😣🙏🏾
Mensagem de Giulya 🧜🏻‍♀️: graças a Deus 💗🥰

Riquelme entrou no carro e bateu a porta com força, encostou a cabeça no volante e ficou, quieto.

— Ei, você pode ir pra casa descansar um pouco, não precisa ficar nessa agitação toda, vão respeitar teu luto! — falei carinhosa, ele levantou a cabeça me encarando

— Preciso tomar um porre, isso sim! — falou ligando o carro — Tenho missão, reunião com os manos, se tu quiser se adiantar — concordei

Ele estacionou em casa e descemos, eu fui pegando minhas coisas e ele direto pro quarto, quando eu entrei no quarto, me deu vontade de chorar, o Riquelme estava montando uma trilha de droga.

*Não esqueça seu fav e seu comentário.

Delírios - Livro 2.Onde histórias criam vida. Descubra agora