Delírios - Livro 2.

14 - Giulya.

— Tu é fiel do RK? Tá me tirando po, me botando de bucha no bagulho — Thiaguinho falou sentado na minha cama

— Que??? Quem te disse isso? — perguntei me virando pra ele

— Quem me disse? Ele mermo po, falou logo na frente dos manos todo! — revirei os olhos

— Riquelme não cansa, nossa! Passado total na minha vida — falei me virando para o guarda roupas — A troco de quê esse bofe tá falando isso por aí, eu hein! — gargalhei

— Pra mim ficar ligado po, sou bobo não Giulya, saquei ele me fuzilando com o olhar lá no ensaio — ele falou — Ele já deve ter puxado minha ficha, já deve tá ligado que nós já teve algum envolvimento — bufei

— E daí? O que ele tem haver com isso? Aff — me virei pra ele

— Quero conflito com ele não, tá doida? Cara é meu patrão, ko na certa essa porra, me garanto pra caralho, mas sei onde eu posso pisar — falou sério

— Tá bom, Thiago, você tá certo! — falei indiferente

Ele riu caminhando na minha direção, segurando meu maxilar, me beijando sem pressa nenhuma, aí já sabe né? Foi socadão a noite toda, eu fico louca com esse homem, tesão absurdo, ele sabe o que fazer e na hora certa, amor que foda foi essa 🤤🤭

Passarinho que acorda cedo, bebe água limpa né? Levantei cedo, abri a loja mais cedo ainda, Alana chegou contando sobre o babado, xingando o Vitor aos 4 cantos, tá com ódio babado ela.

— Vocês nem imaginam no que eu fiquei sabendo — Ingrid falou encostando no balcão, minha funcionária — RK botou a Beatriz pra escanteio, mona perdeu igual — encarei ela

— Ihhhh, mentira? Durou nem 1 mês gente, como que pode — Alana falou rindo — Giulya que se cuide em — me olhou

— Quero nem saber de fofoca, tu sem liga em, safada! — ri virando para o caixa

Movimento na loja tava tranquilo, fui pro salão, fiz umas unhas, entrei em contato com a minha gerente da outra loja, pelo jeito o movimento lá tava babado.

Só se falava na mona do Riquelme, ela pelo visto, desmentia, passou por mim toda posuda com a motinha dela, graças a Deus beleza eu tenho.

Avistei ele sentado de frente pra minha loja, ele e mais uns 15 caras, as vezes eu me esqueço que o Riquelme só anda assim, em pensar que uns anos atrás eu tinha tanto pavor e depois de um tempo acabei me apaixonando por ele.

— Ih, RK ali Giulya, dorus — Alana falou andando do meu lado

— Se controla, maria fuzil — falei rindo, muito safada cara, não aguento

O barraco se formou em segundos, o Vitor veio pra cima da Alana igual um trator, gritando e xingando ela de tudo quanto é nome.

— Tu tá me achando com cara de otário? QUE PORRA DE TWEET É AQUELE, SUA CACHORRA — ele gritou segurando o maxilar dela

— Me solta seu desgraçado, encosta um dedo pra mim, pra você ver se essa favela num fica pequena — ela rosnou pra ele

— Vou te arrebentar tua piranha, desgraçada, tá achando bonito o que tu tá fazendo? Postando várias mentiras? — ele sacudiu a cabeça dela — Tá tirando com bandido? Tá achando que eu sou qualquer um — Alana riu

— Isso só me prova o quão cuzão você é, Vitor, depois de tudo que eu fiz com você, você me enganar da forma que enganou! — ela falou se sacudindo — ME SOLTA! — gritou

Ele deu uma banda nela e eu fui obrigada a me meter, aí não né? Enquanto era só discussão eu relevei, mas bater nela, calma aí querido.

— Abaixa a tua bola aí Vitor, não é assim não, tá maluco! — falei entrando na frente da Alana, que já tinha levantado e peitava ele

— Se mete não, o bagulho é entre eu e essa aí, já já sobra pra tu também! — ele falou me empurrando pro lado

Meu sangue ferveu, quem esse bofe tá achando que é, em segundos já tava Riquelme, VN e mais uns meninos perto da gente.

— Oh, última forma pra essa porra aí, qual foi? Bagunçando a favela por bobeirinha, qual foi Vitor? — Riquelme perguntou de frente pra ele

— Coe paizão, essa piranha aí me fazendo de otário — Vitor falou transtornado, ele queria bater na Alana de qualquer jeito

— Roupa suja se lava em casa, vai geral pro desenrolo, tu sabe que eu não gosto dessas porras, ainda mais no meio da rua po, feião isso aí — Riquelme falou puto arrumando o fuzil

Desenrolo? A última vez que eu estive em um foi horrível, e eu sempre vou parar nesses lugares por causa dos outros, entramos no carro do VN e me deu vontade de dar uns socos na Alana, brincar com cara de macho surtado? Tá maluca mesmo cara, se esse menino mata ela? Parece que não pensa.

O Riquelme falava várias coisas, aquelas mesmas coisas de sempre, o Vitor botava a Alana como errada a todo custo e eu preocupada com a hora, tenho que trabalhar e esse povo de enrolação.

— Vai descer as duas, contigo nós resolve depois Vitin, os dois tão errados po, tu fazendo a mina de babaca, qual foi, tu num é sujeito homem? Ram, vai vendo — Riquelme falou com o fuzil na mão — Vaza Alana, bora — me levantei

— Valeu RK, vou ficar arrumando ko na favela não, mas também não tenho sangue de barata — Alana falou séria

— Tu fica Giulya, mandei tu descer não! — Ele falou me encarando séria, oi?

— Como é que é? Eu nem tenho nada com esse rolo todo, só vim por vir mesmo — ele riu

— Desce com a Alana — Riquelme falou para o VN — Tenho um negócio pra desenrolar contigo! — falou me encarando sério

Os meninos começaram a sair e só ficou eu e ele, ele brincava com o fuzil na mão olhando a vista, aquilo já tava começando a me estressar de uma maneira absurda.

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