20 - Giulya.

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Acordei procurando meu celular que tocava em algum lugar do quarto, rolei na cama sentindo o corpo da Alana esparramado do meu lado.

Levantei achando o celular carregando no canto do quarto, 4 chamadas perdidas da Carina, 8h23 da manhã, meu coração veio na boca.

- Oi, oi, o que houve - falei quando ela atendeu a chamada
- Giulya, amiga, você NEM IMAGINA
- Fala logo, Carina, que susto porra! Tava dormindo, parece maluca - falei saindo do quarto
- Amiga! Não dá pra falar, você tem que vir aqui pra VER com seus próprios olhos - abri a geladeira e peguei uma garrafa de suco
- Que merda aconteceu? - perguntei preocupada
- Filha, RK, apenas isso! - falou rápido, uma luz lá dentro da minha cabeça acendeu e eu sentei na cadeira rápido
- O QUE? AÍ? - ela murmurou em concordância - Tô chegando! - falei desligando a chamada

Meu Deus, como assim a filha do Riquelme tá lá na Carina? O que houve nesse baile que eu perdi? Maldito dia que eu resolvi ficar em casa.

Tomei meu suco e fui me arrumar, pra Carina ter me ligado, boa coisa não é, aproveitar pra levar umas peças novas na minha loja de lá.

— Vai pra onde uma hora dessa? — Alana me perguntou quando eu saí do banheiro

— Lá na Carina — falei vestindo meu top

— Uma hora dessa? Pra que? — perguntou me olhando — Ihhhh, a mona do RK tomou um PAU babado no baile ontem — riu

— De quem? Que isso? — encarei ela, muita coisa pra um dia só

— De uma mona lá, apanhou logo na cara, pior tu não sabe — riu jogando a cabeça pra trás — RK num fez nada, meteu o pé e largou ela lá — neguei com a cabeça

Voltei a me vestir e pensei um pouco, Riquelme não tem um pingo de vergonha cara, desfilando com essa menina por aí, fazendo a garota de chacota, pior é ela né, se permitindo, é aquilo né, a gente se sujeita a passar por aquilo que a gente permite 🤷🏻‍♀️

Depois do nosso encontro eu nunca mais vi ele, tô fugindo igual diabo foge da cruz mesmo, quero nem bater de frente com ele, aquele lá é cilada na certa.

— Vou vazar, até sabe lá que horas! — falei mandando um beijo no ar pra ela

— Fé, beijos — falou voltando a deitar

Peguei o uber na entrada da comunidade, várias pessoas voltando do baile, tinha umas até chegando, hoje vai até 12h, não duvido nada, aí que saudade dessa vida de me embriagar até esquecer meu nome.

Paguei e desci, mandei uma mensagem para Carina falando que já tinha chego e 5 minutos ela já tava na entrada me buscando.

— Carina, me explica isso direito! — falei fechando a porta

— Giulya, cheguei do baile, eu nem dormi, tão nervosa que eu to com essa história — ela falou dirigindo — RK invadiu o hotel que a Vivian e a criança estavam hospedadas, pegou a criança e trouxe pra cá — neguei com a cabeça, tô passada — Pior, já tá em TUDO quanto é jornal isso – MEU DEUS!

— E quem vai criar? Nossa, Riquelme é maluco, quando eu penso que não, ele me arruma uma dessa — falei séria — Essa maluca da Vivian podendo evitar tudo isso! Meu Deus! — Carina concordou

— Tudo foi ela que plantou né, mas ele não tinha muito direito de fazer isso, ele não cuida nem dele, Giulya — Carina falou estacionando o carro em uma padaria

Descemos e sentando em uma das cadeiras, ela pediu pão e café — A mãe dele vai criar, duvido que ela vai deixar a criança na responsabilidade do Riquelme — falei apoiando o braço na mesa

— A bichinha é a cara dele, idêntica — Carina falou rindo

— Pelo menos isso né? já não pode dizer que não é — ri pegando meu café

— Rafael tá revoltado comigo, dei um show com o Riquelme na frente de geral — ela falou rindo, neguei

— Imagino, mas tá certa mesmo! Eles se acham os donos da razão, tudo que faz é certo e só a opinião deles importam, e não é assim — falei indiferente — Nem imagino o que a mãe dessa criança tá sentindo uma hora dessa, com todos os defeitos, é mãe — Carina concordou

— Se ele não por limites nele mesmo, quem vai por? Já tá homem velho, passou da hora de criar responsabilidade, ele acha isso aí legal? Num é legal não — Carina falou fechando a cara

Terminamos de comer e eu fui pra loja, tava tudo bem certinho, conferi uns valores e fiz umas contagens, as meninas daqui gostam real de trabalhar e a loja tá indo bem, isso me motiva.

Cheguei na casa da Carina, Melody tava sentada no chão assistindo um desenho e a filha do Riquelme brincava distraída com uma boneca.

— Oi meu neném — falei pegando a Melody no colo — Como você tá minha princesa? — perguntei rindo pra ela

— Papapapa nenê — ela falou aleatória, gargalhei

A filha do Riquelme me encarou com maior olhão, que criança linda! Me abaixei perto dela, sentando com a Melody ainda no colo, ela estendeu a bonequinha para Melody que riu, do nada a porta abriu e o Nego entrou com o Riquelme atrás.

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Delírios - Livro 2.Onde histórias criam vida. Descubra agora