33 - Beatriz.

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Encarei a cena pouco distante de mim, uma lágrima solitária escorreu do meu olho, meu coração apertou com tanta força que eu só consegui botar a mão na boca e soluçar.

Minha mente não aceita o fato de eu ter me dedicado por 2 anos à esse infeliz e em menos de três meses dele na pista ele me jogar pra escanteio.

Não tem tapa pior do que a infelicidade, eu nunca desejei ser essa garota, nem nunca conheci ela, mas ver ela com o homem que eu amo do lado, sendo tratada feito princesa, me deu uma dor tão grande, deveria ser eu ali.

Sai do baile esbarrando em Deus e o mundo, eu não mereço isso, o que o Riquelme fez comigo, não se faz com mulher nenhuma, ele só me usou quando estava precisando, me descartou feito um lixo!

Subi na minha pcx e meti o pé pra casa, baile já deu pra mim, não boto mais meu pé nunca mais nesse lugar, pra ficar batendo palma pra casal feliz? Duvido!

Quebrei tudo dentro de casa, TUDO, catei só minhas roupas e meus saltos, botei tudo dentro do carro e parti, eu chorava tanto que mal enxergava a pista, o carro fazia ziguezagues, e eu nem sei como consegui chegar, já se passava de 12h, nem dormi ainda, tô destruída, como pode, um homem destruir o psicológico de uma mulher assim.

Entrei na minha antiga casa e desabei em chorar mais ainda, não há como eu fugir dele, em todos os cantos ele está.

Tomei um banho e me olhei no espelho, de que adianta, tanto cordão de ouro, esse silicone, barriguinha chapada, se eu não tenho ELE? Se eu sou a mal amada, otaria que perdeu esse tempo todo atoa.

No Twitter só se falava deles dois, na rua também, eu virei a boba no meio disso tudo, não tem traição maior do que a falta de palavras.

Não existem palavras que consigam descrever nosso relacionamento, no final das contas parecia que tudo aquilo que plantamos tinha sido jogado no lixo... "MEU DEUS, TUDO DE NOVO?"

Mas como eu posso ainda sentir amor por alguém que destruiu minha dignidade e minha auto estima? É algo estranho, uma mistura de amor com vontade de vingança.

Prestei atenção no louvor que a menina cantava, me espremi mais na cadeira e chorei, ninguém prestava atenção em mim, eu era uma completa desconhecida ali no meio de tantas olhares repreendedores.

— Aceite a mudança, se você não aceitar por você, ninguém vai! — alguém falou próximo de mim

Me levantei indo paro o meio da igreja, sem ao menos saber o que eu estava fazer, eu só fiz, fui  andando pelo tapete vermelho e me ajoelhei próxima ao palco chorando — Eu aceito! Eu aceito mudar! — falei alto levantando os braços

Eu solucei sentindo todos os meus problemas me sufocarem para em breve ser solucionados, eu renasci!


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Delírios - Livro 2.Onde histórias criam vida. Descubra agora