50 - Giulya.

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— Acho que vou passar um tempo lá com a minha mãe — Alana falou do nada, me encarando

— Por que? Assim do nada? — ela balançou o ombro indiferente, com o olhar caidinho

— Saudades dela, quero ficar longe disso tudo um pouco — falou baixo

— E a loja? E teu emprego, Alana? — perguntei séria

— Vai ser só um tempo, Giu — revirei os olhos

— Fala logo, mona, que bobeira é essa? Assim do nada? — insisti

— Nada cara! Só tô com saudades da minha mãe mesmo — levantou da cadeira — Quero procurar um curso também, sabe, distrair a mente — concordei

— Você que sabe — falei indiferente, eu hein!

Abri o twitter e quase cai pra trás quando vi todo mundo comentando que a Rayane tava presa, gente, que bafão, passada, mandei várias mensagem pro Riquelme e não chegou, tentei até ligar, mas nem chamada tava recebendo.

Continuei deitadinha na minha cama, do nada me bateu um enjoo horrível, não aguento mais ficar sentindo essas coisas, fico logo preocupada, tanta coisa ruim acontecendo, acho logo que tô doente.

— Teste de grávidez na farmácia é menos de 30 reais tá? — Alana falou quando eu voltei do banheiro

— Tá maluca? Eu hein! — ela riu pegando o celular

— Maluca não, tô é prevendo mesmo, repreende mais que vem dose dupla — ela falou me olhando

— Valeu mãe diná — deitei na cama e fechei os olhos

Ela saiu saindo que eu nem vi, quando acordei ela já não estava mais, tá toda estranha ela, falando pouco, agindo estranho, essa daí eu conheço, quero nem ver o que ela arrumou.

- Alô? - atendi a chamada do número desconhecido
- Fala primeira dama - Riquelme falou do outro lado da chamada - Vem passar a noite comigo, vem! - falou todo manhoso
- Hummm, pedindo assim eu vou agora - ele riu do outro lado da chamada
- Pega o carro e vem, to te esperando, beijos, te amo! - desligou a chamada

Coração fica como? Cheio de amor, eu num aguento sabe, esse homem é tudo mesmo, me levantei e tomei banho, separei algumas roupas e botei na mochila, peguei a chave do Hyundai HB20, tranquei tudo e sai, é dele mas tá comigo, ele comprou a pouco tempo, os documentos tudo ok mas ele odiou então deixou comigo.

Botei minha playlist e parti, tranquilinha escutando minhas músicas, pista vazia, já se passa das 21h30, notei um carro parado um pouco depois da saida, em segundos o tal carro já estava quase colado na minha traseira, continuei na mesma velocidade, subindo de 130 km/h para 150 km/h pra ver qual é da do carro, acelerou juntinho, dessa vez, jogando pra pista do meio, continuei na da alta, ele jogou pra trás de mim, colado na minha traseira de novo, reduzi o máximo possível e ele me passou, agora ficando na minha frente, fui pra pista do meio e acelerei, o carro preto acelerou junto comigo, me seguindo até eu entrar na rua.

Minhas mãos tremiam no volante e minha visão tava meio turva, um aperto no peito, fui dirigindo pela comunidade, meu coração batendo na garganta, eles tavam me seguindo, se fosse assalto eles tinham levado na hora que eu reduzi.

Desci do carro e me apoiei um pouco na porta botando a mão no peito, respirei fundo, o Riquelme abriu a porta e me encarou — Giulya? Qual foi cara? Tu tá pálida — falou vindo na minha direção, tentei falar mas nada saia — Amor? Que foi? — ele falou me apoiando pela cintura e me levando pra dentro

Sentei no sofá, minhas mãos tremiam muito e eu encarei ele — Me seguiram! — falei séria, ele me olhou sem entender — Um carro me seguiu desde da hora em que eu desci, até aqui! — ele fechou a cara

— O que? Tu pegou a placa? — neguei com a cabeça rápido botando a mão no rosto — Tu sabe qual carro era? — perguntou

— Um corolla preto, e-eu não consegui ver quem estava dentro, quanto mais eu acelerava, mais eles aceleraram junto, eu reduzi e eles..— Riquelme me interrompeu

— Eles não queriam levar o carro — concordei engolindo a seco, ele tava sério, maxilar travado — Tá mais tranquila? — abaixou na minha frente, concordei — Fica tranquila, vai acontecer nada contigo não! — me deu um selinho

Ele me deu um copo d'água e saiu pra falar com alguém no celular, deitei no sofá olhando pro teto, puta que pariu, que MERDA.

— Aí hoje a Vivian teve aqui — falou entrando na sala, me sentei rápido — Levou a Victoria!  — abri a boca surpresa

— Tu deixou? — Ele concordou sentando do meu lado e deitando a cabeça no meu ombro — Meu Deus! — beijei a bochecha dele e ele riu

— Não queria não tá ligado, mas vi como a criança é apegada nela, maior parada queria não, mas se é o melhor pra minha princesa, que assim seja — concordei, tô cheia de orgulho — Mas quero ela por perto po, pai dela sou eu, num é aquele cuzão lá não. — gargalhei

— Para de ciúmes, a doida da Vivian sabe muito bem disso e você já deixou isso mais do que claro, agora é apaziguar pela paz da Victoria, ninguém merece crescer com os pais brigando o tempo todo — ele concordou

— Ciúmes nada po, minha filha é minha filha, quero cuzão nenhum entrando no meu lugar não, tá maluco — ele falou enfiando o rosto no meu pescoço

Começamos um beijo lento, cheio de carinho, curtindo o momento, ele todo manhoso, eu sou apaixonada!

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Delírios - Livro 2.Onde histórias criam vida. Descubra agora