52 - Giulya.

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Fui dirigindo na maior atenção, depois de ontem, toda atenção é válida, minha cabeça tá a mil, chega tá latejando de tanto nervoso, eu to arrasada, tadinha da minha irmã, meu Deus.

Cheguei no hospital e minha mãe já tava me esperando na entrada, super nervosa também — Mãe, calma! — pedi abraçando ela— Ela vai ficar bem, calma! — falei

— Aí Giulya, tinha necessidade desse menino fazer isso com a minha filha? Meu Deus, quanta maldade — neguei com a cabeça

— Vamos lá que eu quero ver ela, ela vai ficar bem, Alana é casca grossa — falei segurando a mão dela, tentando parecer o mais calma possível — Enquanto eu entro, a senhora vai tomar um café, descansar a mente um pouco tá? — beijei o rosto dela, ela concordou

Fomos andando para dentro do hospital e eu peguei o cartão de visitante, Alana tava deitada, acordada, parecia mais calma.

— Como foi isso Alana? Esse desgraçado vai pagar — falei nervosa, ela negou

— G-giulya, e-ele é muito covarde cara! — neguei com a cabeça me aproximando mais dela

— Não vai ser por muito tempo! Riquelme vai resolver isso hoje mesmo, fica tranquila — falei baixo, ela negou com a cabeça rápido, várias vezes

— N-não envolve o RK n-nisso p-por f-favor — murmurou chorosa, quase implorando, repetindo a mesma coisa várias vezes

— Mana, calma! Ele vai resolver, já deve tá até resolvendo, deixa que eles se entendem, mas o Vitor vai PAGAR — falei séria, ela segurou minha mão com a mão direita e me olhou com os olhos cheios de lágrimas

— G-giulya, o RK sumiu com o T-Thiaguinho — ela falou rápido deixando as lágrimas caírem, meu coração acelerou 

— O que Alana? Não entendi, o Riquelme fez o que? — perguntei, acho que tô louca, escutando coisas

— O V-vitor me c-contou em uma das n-nossas brigas que o RK tinha feito isso com o Thiaguinho por causa de v-você — ela falou respirando fundo, como se sentisse dor — Depois e-ele voltou lá na tua casa, ontem, e e surtou por que lembrou da m-merda que tinha f-falado — me segurei na cama e senti tudo rodar

Minha vista foi escurecendo, ficando cada vez mais escuro, e eu desmaei, acordei sentindo uma leveza fora do comum, minha mãe me olhava meio preocupada da ponta da cama.

— Mãe? O que houve? — perguntei me sentando rápido, vendo tudo rodar mais uma vez

— Filha, você tava conversando com a Alana e do nada desmaiou — ela falou preocupada, botei a mão na cabeça e senti o soro no meu braço, o Riquelme passou o Thiaguinho?

— E-eu preciso ir embora — falei vendo o médico entrar no quarto

— Como se sente? — ele perguntou com uma prancheta na mão e me olhando sério

— Bem — falei indiferente, ele concordou

— Bom, Giulya Alves, você tinha consciência dessa gravidez? — e mais uma vez tudo rodou e eu deitei na cama, encarei minha mãe que estava com a mão na boca

— Que gravidez? — sussurrei baixo me sentando de novo, meu Deus, que?

— Bom a senhorita tá grávida de 4 semanas, parabéns! — falou sorridente, botei a mão na boca, sentindo as lágrimas molharem meu rosto, eu vou ser mãe? Meu Deus, eu vou ser mãe.

Delírios - Livro 2.Onde histórias criam vida. Descubra agora