Delírios - Livro 2.

49 - Rick.

FAVELA NEWS: Irmã de traficante procurado é presa na Barra da Tijuca, Rayane Silva tem grande envolvimento com o tráfico, sendo uma das principais contadoras da contabilidade do tráfico, Rayane atualmente, ela foi pega em flagrante após efetuar um furto à uma joalheria, com ela foi apreendido 1500 reais, duas glocks, fora 3 relógios e 7 cordões de ouro.

— Brabão, fudeu!— Nego falou do meu lado, Rayane rodou.

— Menos um problema — falei acendendo um cigarro — Tava tramada contra mim, contra eu, logo eu que sempre fortaleci ela, antes presa do que morta! — traguei forte e soltei a fumaça

— Tu acha que não vão tá encurralando ela não? Duvido — nego falou me encarando, neguei

— Geral sabe que é minha irmã, acha que vai tá sendo protegida mas é aquele negócio, fechou com o outro lado — ele concordou

Encarei a tela do celular, nome da minha mãe brilhando na tela, rejeitei a chamada já sabendo do que se trata, é foda pra ela, tô ligado, mas porra, Rayane vacilou, pelo menos no privado vai tá dando um pouco de paz, fazendo menos merda, é foda entendeu, minha irmã sempre foi parceira pra caralho comigo, era nós por nós, mas se deixou levar por aquele cuzão, tá só arcando com o circo que ela mesma armou.

— Manda uns segurança lá pra minha mãe — falei pro Maiquin — Sabe como vagabundo é, aproveita a fraqueza pra fazer merda — ele concordou

— Tu acha que é viável ainda dar um pulo lá onde os menor tão? — Nego perguntou

— Agora mais que nunca, eles tão ligadão em nós por causa da Rayane — ele concordou e eu me levantei — Vai ser nosso, Nego, vamo chegar bagunçando geral. — falei sério

— Vai mermo! — ele disse rindo — Tô doido pra dar uns pulos lá com a patroa, tá brabo lá em casa — encarei ele

— Qual foi? — perguntei sério

— Ram, Carina po, várias desconfianças, achando que eu tô com mulher — falou me fazendo rir

— E tu tá? Dá o papo reto — ele negou

— Tá maluco RK? Tenho uma 10/10 em casa, tu acha que eu vou trocar por piranha na rua? Sou maluco não — concordei — Nem penso entendeu, satisfeito com ela, mas ela não tá querendo entender isso — suspirou serião

— Carina bate várias neurose mesmo, desnecessária pra caralho, mas segura aí que esse bo é teu — ele riu

Quando eu ia sair da boca, um menor veio andando rapidão na minha direção, falando pra caralho e eu sei entender nada.

— Qual foi porra, que afobação é essa? — perguntei sério

— Tem uma mulher lá na entrada entendeu, com a tua filha mais a tua mãe — ele falou

— Que mulher? — perguntei sério me levantando

— Uma loirona, acho que é a mãe da tua filha — minha cara fechou, um carro já se aproximava com os vidros abaixados

Fui na direção do carro, minha mãe desceu primeiro, me olhando com o rosto vermelhão, desesperada — a Rayane meu filho, prenderam a minha..— interrompi ela

— Eu sei, calma calma — falei passando por ela, quando eu olhei dentro do carro, tava a Vivian com a Victoria no colo — Desce! — mandei abrindo a porta do passageiro

— Riquelme, não faz nada com ela, por favor, olha o momento que a gente tá passando — minha mãe implorou agarrando meu braço

— Mãe, tu não conhece a Rayane! — falei ignorante — Tu não sabe de nada entendeu, Rayane vacilou, vacilou legal — Vivian desceu do carro, tremendo mais que vara verde — Que que tu tá fazendo aqui? — perguntei indo pra cima dela, a Victoria me olhou com os dois olhinhos arregalados, recuei

— Ela veio comigo, eu implorei, filho. por favor, não faz nenhuma besteira, ninguém quer confusão — minha mãe falou entrando na frente dela

— Desde quando tu tá tendo contato com essa mulher mãe? Até tu de traição pra cima de mim? Qual foi? — ela negou

— Ela só tá aqui por que a Rayane procurou ela pra pedir dinheiro, vamos conversar lá dentro! — minha mãe falou alto

Voltei pra dentro do meu escritório, o Nego já não estava mais, a Vivian sentou com a Victoria no colo e eu sentei na mesa — Pode deixar minha filha aí e ir se adiantando — falei ignorante

— Eu quero ter contato com a minha filha — Ela falou baixo, Victoria se agarrou nela

— Que? Que? Contato? — perguntei descendo da mesa — Na hora de tu sumir com ela tu soube, agora vai pagar de desentendida?! — me aproximei da onde ela tava sentada

— Por favor — soluçou se agarrando mais a Victoria — E-eu f-faço qualquer c-coisa pra ter a minha filha perto de mim, n-não v-vim pra te afrontar — me olhou com o rosto banhado de lágrimas — N-não f-faz isso comigo, e-eu j-ja sofri ...— minha mãe interrompeu ela

— Filho, pensa na Victoria, olha como ela é apegada na mãe, isso não é certo Riquelme — neguei com a cabeça, cara quente já

— Ninguém pensou em mim, na minha vez ela não teve pena, tô com pena de ningu..— a voz da Victoria me interrompeu

— M-mamãe não..— ela falou passando a mão no rosto da Vivian, tentando secar as lágrimas

Fiquei encarando a cena sem reação, uma agonia estranhona no meu peito, as duas agora me encaravam, a Victoria sem entender nada e a Vivian desolada, minha mãe falava pra caralho e eu não consegui escutar nada, começou a vir a Giulya na minha mente, todas as vezes que ela cuidou da Victoria e eu comecei a pensar em todas as vezes que deixei a Victoria na responsabilidade dela ou da minha mãe, eu devo tá sendo um pai ruinzão, nem da minha filha eu tenho tempo de cuidar, quem sempre segurou as pontas foram elas, a Victoria conhece mais a Giulya do que eu, caralho é foda.

— Eu quero total acesso a minha filha! — falei depois de uns 6 minutos em silêncio — Tu pode tá levando ela e trazendo toda semana pra mim ver — ela levantou chorando mais ainda

Ela só chorava e me olhava agarrada na Victoria, a minha missão eu já fiz, isso ja me basta, to cansado de ver as pessoas sofrerem.

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