23 - Rick.

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- RK, ELES VÃO TA SUBINDO, A VISÃO É QUE ELES TÃO ESPERANDO O REFORÇO, PAPO DE OCUPAÇÃO MERMO - O menor falou no rádio

Olhei para minha mãe distraidona brincando com a Victória — Mãe tu vai ter que se adiantar e levar a Victoria, valeu? Os canas tão na entrada da favela, melhor a senhora se adiantar logo — ela levantou e veio na minha direção

— Olha só Riquelme, se você está achando que eu vou apoiar a minha neta vivendo nessa loucura, eu não vou não — apontou apontou o dedo na minha cara

— Ow relaxa valeu, depois nós fala disso — falei cortando o assunto

— A minha neta NÃO vai viver no meio disso, ou você larga essa vida, ou você entrega ela pra mãe dela! — fechei a cara — Ela é maluca, tem os defeitos dela, mas a menina tava muito bem vivendo longe dessa agitação — neguei com a cabeça — Isso não é vida, hoje você tá, amanhã você não tá! Você acha isso um bom exemplo? — perguntou — Se anos atrás, eu não tivesse levado você e sua irmã pra longe disso, vocês não estariam nesse caminho hoje — neguei com a cabeça

— Deu minha hora — falei indo pro quarto — Faço contato com a senhora quando tudo se acalmar — peguei meu armamento, botei tudo em cima da cama

Ela entrou no quarto com a Victoria — Pai te ama valeu — falei pegando ela no colo, dei um beijo e ela abraçou meu pescoço

Peguei um bolo de notas de 100 e dei na mão da minha mãe — Qualquer coisa tu me aciona — ela me olhou séria

— Deus te abençoe! — falou me fazendo concordar

Mandei uma tropa escoltar elas até minha mãe pegar a pista, quando ela pegou a pista, a bala cantou, subi na moto com meus menor da segurança, sempre que eu posso evitar operação, eu evito, é desgastante pra geral, pros morador correndo risco de vida, pra nós, mas tem vez que é inevitável.

— É bater de frente, geral, perdoa não! — falei para eles

— Fé geral, já ganhamo — Maiquin falou empinando com amoto

Tropa saiu pra abate, quando bati de frente com a Giulya, nem acreditei, vários bagulhos na mente, até achei que ela tava ferida, destino é foda, hora errada no lugar errado mas entrelaçando nós de novo.

Me espremi rente ao muro e mirei, bala voando por cima da minha cabeça, destravei e larguei o dedo, menor do meu lado, nervosão, os caras a três passos da gente, quase batendo de frente.

Escalamos o muro e caímos em cima da lage, favela ta tomada - Tão subindo pra parte mais alta, atenção aí valeu - falei no rádio

- RK, cai pra cá, manda três pra cá - Nego falou no rádio

Fomos pulando de lage em lage, os cara mandando tiro pra cima da gente sem dó e nós correndo, tá achando que a tropa vai fraquejar? Ram, vai vendo.

— Minha perna porra, minha perna — Menor atrás de mim gritou, baleado

Maiquin ajudou ele a pular, arrumei meu colete e desci pela escada, bati de frente com um, trocação rolou firme, eu e maiquin conseguimos meter o pé.

Corri mais pra frente, me escorando no murro, pra mais de 4 rodeando três corpos caídos no chão, maior falação, não dava pra ver quem tava no chão, mas era soldado nosso.

Senti meu corpo dá uma balanceada, eu e VN deitamos no chão e eles foram saindo, se aproximamos mais dos corpo, comecei a sentir um teto preto, meu corpo ficando estranhão.

— PAIZÃO PORRA, FALA COMIGO PORRA — VN gritou abaixando do lado do corpo, irreconhecível, mais três do lado também

Peguei ele no colo, eu to cego, visão embaçada, corpo todo tremendo, tirando força de onde não tenho.

Corremos pra 13, chegamos lá tinha uns manos e o Nego com a perna fodida e barriga cheia de sangue, desacordado, botamos paizão na sala e ajudamos a carregar o Nego, geral revoltado.

— PRESTA ATENÇÃO PORRA, AGORA É OU NUNCA  — gritei nnervoão — Ele pariu lutando com nós — eles concordaram

— A mina tá vindo vê o nego, ele tá respirando, só ficou nervosão com o sangue — Menor falou pra mim, concordei

Nervosão, cabeça a mil, posso perder mais esse irmão não, tá maluco, botamos pra descer geral, maior desespero, nossa realidade é foda.

Mataram o Homem, morreu fazendo o que ele mais gostava, nunca vi, mais foda que ele, ia pra guerra com geral, disposição pra caralho mesmo depois de dominar tudo, Carlos tá morto mas não vai tá esquecido não, vou honrar teu legado pra sempre, cria não, morre cria vira lenda:  Se eu fecho os olhos, minha mente desenha você, tampo os ouvidos, mas consigo escutar sua voz, só de pensar que nunca mais eu vou te ver dói, que mundo é esse tão cruel que a gente vive? a covardia superando a pureza, o inimigo usa forças que oprimem, é, vai na paz, irmão, fica com Deus, eu sei que um dia eu vou te encontrar, valeu menor, espera eu chegar. ⭐

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Delírios - Livro 2.Onde histórias criam vida. Descubra agora