17 -Beatriz.

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Terminei de me arrumar e me olhei no espelho, Riquelme calçava o tênis sentado na cama, um cigarro grande na boca, todo sério.

— Partiu? — perguntou botando a pistola na cintura

Dei minha última olhada no espelho e sai atrás dele, quando o mel é bom, a abelha sempre volta né? Chegou ontem aqui em casa, todo cheio de assunto, óbvio que eu tratei da melhor forma, nós briga mas nós se ama, o que Deus uniu ninguém separa, meu presente!

Subi na moto e joguei bem minha bunda pro alto, fielzona sou eu porra! Quem desfruta do dinheiro dele SOU EU, quem tá tampada de ouro SOU EU.

— Você não vai me dar a mão? — perguntei vendo ele andar mais na frente quando chegamos no baile

— Tu faz questão de uns bagulhos que porra, nada haver — falou sério, entrelaçei bem a mão na dele, faço mexxxmo

O baile todo parou quando viu EU chegando com ele, cacei a ex pra ver se via e só vi a amiga dela, fiel do nego, mona metida abessa, se acha muito, mas com essa aí eu nem quero problema, Carina é o demônio, xocotó, perdoa ninguém!

— Amor, posso trazer minha amiga pra cá? — perguntei no ouvido dele

— Quem? Quero ninguém estranho aqui não, Beatriz! — ele falou soltando a mão da minha

Revirei os olhos disfarçadamente e peguei uma cerveja, uó ficar no mesmo ambiente que essas monas, se acham MUITA coisa, mas levam cada chifre, a mona do VN me encarando abessa, barriga dela tá linda, não vejo a hora de dar um filho pro Riquelme, um herdeiro!

— Bia, que sufoco pra chegar aqui! — Lorrane minha amiga falou segurando meu braço

— Lo, tu não pode ficar aqui não! O outro tá cheio de graça! — falei caminhando com ela pra fora do camarote — A gente fica aqui fora mesmo, amiga, não faço muita questão de ficar lá dentro não

— Nossa, não sei como você aguenta esse bofe, só te menospreza, te procura quando convém, coragem! — revirei os olhos dando uma latinha pra ela

Tava ali mas de olho no Rick, ele tava todo sério, na maior pose, completamente nem aí se eu tava perto dele ou não, ele não se importa mas eu sim!

— Vou ali no RK, rapidinho tá? — falei pra Lorrane

Nem esperei o sermão e já fui andando, ele conversava com o nego e a Carina, parei do lado dele, apoiando o braço nos ombros dele.

— Vamos dar uma volta? — falei pra ele, interrompendo a conversa

— Pode ir com a tua amiga po, tu já não tava lá com ela? — ele falou me olhando

— Nossa, eu quero dar contigo né — falei me desencostando

Ele continuou conversando e me ignorando, aí que ódio, peguei uma garrafa de whisky e um balde de Heineken, fui saindo do camarote.

Só a garrafa eu bebi sozinha, Lorrane tava só na cerveja, minha mente já ta ficando aluadissima, comecei a dançar, empinar bem minha bunda, jogando o mega com vontade, senti meu corpo esbarrar em alguém que passava atrás de mim, mas eu tava tão mole, leve demais que nem me dei o papel de olhar quem era, ah foda se! 

Senti um puxão no meu braço, me viraram com força e uma mão colada no meu rosto, a unha cravada, arranhando da sobrancelha ao queixo, deu nem tempo de ver quem era, eu tentava me defender dos tapas mas não dava, a mulher me batia com gosto.

— TÁ MALUCA PORRA? PRESTA ATENÇÃO! — A mona gritou pra mim tentando se soltar dos braços do menino

— Maluca tá você, nem te fiz nada, louca — falei tremendo, meu rosto ardia, passei a mão na bochecha sentindo uma leve elevação.

— Ow acabou essa palhaçada aí! — VN falou me empurrando pra trás e rindo da situação

— Essa sem noção aí VN, quebrou minha garrafa de vodca e ainda cortou meu pé, não olha por onde dança, num fode! — a menina falou pra ele, Rick se aproximou me segurando pelo braço e me puxando pra trás  

— Mona, eu nem te vi, tomar no cu porra, tá achando que tá falando com quem? — perguntei prendendo o cabelo

— Última forma, vaza bora, se adianta — Rick falou pra menina que saiu acompanhada de mais uns garotos, ele me olhou sério e negou com a cabeça

— Eu não fiz nad.. — parei de falar vendo ele virar a cabeça pro lado e escutar alguma coisa no fone

Rick saiu apressado e sério com os seguranças atrás e mais uns fortes, indo em uma direção só, todos eles, fiquei com cara de tacho o baile todo, ele não voltou nem para saber se eu estava bem.

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Delírios - Livro 2.Onde histórias criam vida. Descubra agora