Capítulo 39°

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Kiara Cavaliere.

Entro na casa de Elliot e o encontro no sofá com as mãos no rosto. Eu precisava saber de muitas coisas antes de tomar uma decisão daqui três. Precisava saber mais sobre tudo isso.

—Eu estou aqui, sr Monteiro, como pediu.—Falo e ele me encara.

—Não me chama assim.—Diz, seus olhos estavam vernelhos e tinham garafas de whisky por toda a sala. 

—Vamos direto ao ponto, o que quer comigo? Porque me mandou vir até aqui?—Pergunto.

—Você disse que queria respostas... Estou pronto para falar tudo que quiser ouvir. Serei extremamente transparente.—Fala e eu aceno.

—Onde você faz o serviço de executor?—Pergunto e ele suspira.

Vejo Elliot começar a andar até uma parede da sala. Ele olha para mim por um instante e depois puxa um livro de uma estante, fazendo um aparelho igual os outros aparelhos de segurança aparecer. Vejo ele suspira e colocar seus olhos em frente ao aparelho. Duas luzes vermelhas aparecem e logo ficam verdes assim que o acesso a o lugar é liberado.

—A quantos anos você é um deles?—Pergunto.

—Minha família inteira é envolvida, é um posto que é passado de geração por geração. Sempre é irmãos ou primos a comandarem a Onore.—Diz.

—Quantos anos?—Pergunto mais uma vez enquanto descemos as escadas.

—Desde que nasci eu já era prometido ao cargo. Nós não temos escolhas e eu tentei ir embora, tentei deixar tudo para trás quando eu e Theresa éramos crianças, mas os Russos nos encontraram e por pouco minha irmã gêmea não morreu.—Explica e eu o encaro.

Seus olhos estavam escuros e ele parecia está perdido na lembrança dolorosa.

—Você me falou sobre uma viajem a Los Angeles quando era adolecente, o que foram fazer lá?—Pergunto.

—A guerra havia começado nessa época, era só guerra entre duas máfias, a Onore e a Bratva. Todos os homens da família resolveram mandar todos os adolescentes para outros territórios confiáveis, eles precisavam lutar sem medo dos Russos invadirem suas casas e materem seus filhos, então os filhos da máfia foram mandados para territórios diferentes.—Explica ainda calmo.

—Foram você e seus irmãos para Los Angeles, Território de Ana Pazzi?—Ele nega.

—Damom acabou indo para outro território, ficamos anos longe e quando voltamos, ele parecia um completo desconhecido para nós.—Fala e eu aceno.

Tiro minha atenção do seu rosto ao perceber que já estava na sala onde ele fazia todo seu trabalho de executar suas presas. Era um lugar limpo, tinham muitas prateleiras com armas de vários tamanhos em uma parede e no outro lado, estavam os aparelhos de tortura. Todos pendurados em um suporte enorme na parece.

—Você se orgulha do que faz?—Pergunto e vejo um sorriso sacana aparecer em seu rosto.

—Nunca me orgulhei, ainda mais quando entrei e me tornei um homem feito. Tudo isso parecia ser errado demais, mas tive que me acostumar com tudo isso.—Fala me olhando.

Ele realmente estava tentando ser transparente e estava contando tudo, mesmo sabendo que não podia.

—Caso tivesse filhos um dia, eles seriam obrigados a participar dessa palhaçada?—Pergunto e ele nega.

—Eu fui obrigado pelo meu pai, ele queria que eu fosse o homem que eu devia ser. Queria que eu fizesse jus a meu nome e meu sangue, por isso ele me tranformou nisso. Quando nós tivessemos filhos, eu os daria o poder da escolha e decisão, eu permitiria que fossem para onde quisessem e os protegeriam caso não quisesse contínuar, não os obrigaria.—Fala e eu aceno.

—Quantas pessoas já matou nesta cadeira?—Pergunto e ele abaixa a cabeça.

—Foram muitas, Kiara. Eu não lembro. Só me lembro de vários idiotas, estupradores, drogados, bandidos e traficantes chorarem e gritarem pedindo por piedade e misericórdia enquanto eu gargalhava de suas caras. Era isso que queria saber?—Pergunta e eu engulo em seco quando vejo ele chegar perto de mim.

—Sim, era.—Falo erguendo a cabeça e o encarando.

—Sente-se!—Mando e ele faz automaticamente.

Vou até os aparelhos de tortura e pego um chicote, duas algemas e uma venda.

—Tire sua blusa!—Mando.

Coloco tudo em cima da mesinha ao lado da cadeira onde ele estava sentando e ele me encara confuso e começa a tirar sua blusa.

—O que faria se eu te algemasse?—Pergunto e ele contínua sério.

—Não faria nada.—Fala.

Olho em seus olhos e vejo que ele estava seguro do que dizia.

Contínua.

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A Secretária Do Mafioso.- Nas Garras Do CEO. 🖤Onde histórias criam vida. Descubra agora