Cap.11

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Eu encontrar o Eduardo numa rua totalmente movimentada foi pura obra do destino.

Lembro-me como hoje daquele dia...

Lembrança on:

Eu já estava a quase uma semana na rua, dormia na praça já muito tarde durante a noite, bem cedinho levantava do banco e perambulava. No dia anterior o último biscoito dos dois pacotinhos que uma tia do orfanato havia me dado tinha acabado, a minha barriga roncava muito, eu me sentia fraca.

Eu tinha muito medo da maldade com que alguns homens olhavam, apesar de eu está fedida e suja, pois já eram muitos dias sem tomar banho, não tinha nem água ao menos para beber.

Já era noite, a fraqueza tomando conta de mim. Atravessei a rua, mas antes de chegar ao outro lado ouvi uma buzina de um carro e depois só senti o impacto e tudo ficou escuro.

Acordei com uma claridade que fez os meus olhos arderam até eu me acostumar, olhei ao redor me deparando com paredes totalmente brancas e alguns fios conectados ao meu corpo.

De repente a porta se abriu passando por ela um rapaz alto, cabelo loiros e olhos bem claros.

De repente a porta se abriu passando por ela um rapaz alto, cabelo loiros e olhos bem claros

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Ele vestia uma roupa social, estava sério e com uma cara culpada que me deixou triste. Seu olhar era intenso como se pudesse ver toda a dor da minha alma.

_Olá, eu queria me desculpar por ter te atropelado, eu estava distraído no celular por um instante e quando eu tentei freiar já era tarde demais. - Falou ele com um tom de arrependimento.

_ Olha não foi sua culpa e o que importa é que eu estou bem. - Falei com a voz fraca.

_ Não se esforça demais! Eu te trouxe assim que aconteceu o acidente, queria comunicar a sua família, chamar alguém, mas não achei nada a não ser sua identidade. - Se explicou, mas sei que também era um meio de arrancar alguma informação de mim.

_ Eu não tenho familia, na verdade não tenho ninguém. - Falei chorosa, tentando em vão controlar lágrimas já derramadas.

_ Como isso é possível? - Perguntou meio duvidoso.

Naquele momento contei toda a história pra ele, não sei o motivo mas ele me passava segurança, sentia que podia confiar e contar com ele.

_ Olha, eu não sei o que te dizer para te confortar pelo passado, mas eu tenho uma proposta pra te fazer. - Disse.

_ Qual a proposta? - Falei, não tinha mais nada a perder mesmo.

_ Eu tenho uma vaga de garçonete em minha cafeteria e no fundo dela tem um quartinho que você pode ficar até conseguir juntar algum dinheiro para alugar uma casa. - Eu o olhei incrédula, era perfeito, tudo que eu precisava para recomeçar a minha vida.

_ E- eu não s-sei o que f-falar - Chorei naquele momento emocionada pela oportunidade e ele me abraçou.

Senti conforto em seus braços enquanto lágrimas caiam. A última vez que fui abraçada foi pelo meu pai e minha mãe, e agora sentir esse carinho novamente foi acolhedor.

Com três dias eu saí do hospital mas ainda não estava 100%. Conheci a sua mãe, a Mara , seu pai ,o Roberto e sua irmã Marisa que exigiram que eu ficasse em sua casa até me recuperar e poder começar a trabalhar.

O que era para durar alguns dias, virou anos, eles se apegaram a mim assim como eu a eles e a toda a familia e não aceitaram que eu fosse morar no quartinho atrás da cafeteria.

Eu só saí de lá para ir morar com o Eduardo, em seu humilde - só que não - apartamento, mesmo assim uma vez ao menos na semana eu tenho que passar a noite lá por exigência de dona Mara.

Lembrança of.

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