Bitch

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Ri, colocando a mão sobre a boca em forma de tentar conter o riso.

- Me responde! 

Ela bate aquele salto ridículo novamente no chão, espumando de ódio, é nítido.

- Eu é que te pergunto isso. - respondo, me apoiando na bancada de mármore. - Pensei que tivesse ficado bastante claro pra você naquela noite que eu sou namorada dele agora.

- Você só é um bichinho pro Michael, é pra mim que ele corre quando precisa de uma mulher de verdade. 

Estufando os peitos, seu decote fica ainda maior.

- É mesmo, é? 

Dou de ombros, voltando a olhar o pequeno bolinho dentro do forno.

- É, e eu acho melhor você ir embora antes que ele volte. 

- Ou o quê? - ri novamente, voltando a olhá-la. 

- Vai se arrepender, eu juro que vai sua vadia.

Nossa, a palavra com ¨v¨.

- Como você entrou aqui? - questiono.

Nada no mundo nunca me irritou tanto quanto aquela palavra em específico. Somos vadias por fazer o mesmo que os homens? Os quais são taxados de pegadores? De machões? Oh não, comigo não.

- Eu sou uma vadia mesmo, qual o problema? - jogo o pano na pia, me aproximando dela. - E fico com quantos eu quiser, na hora que eu quiser e quando eu quiser.

A cutuco a cada sentença, fazendo-a recuar toda vez que faço isso.

- E vou te dizer mais - a feminista em mim saúda a feminista em você. - , se você acha que é certo ofender uma pessoa solteira que teve algo com seu namorado, sem saber que ele era comprometido que fique bem claro, pra poder justificar o comportamento de macho escroto dele, saiba que você é patética e merece ser uma corna mansa até o fim.

Aquela boca cheia de gloss se abre e fecha várias vezes, como um peixe. 

- Dá a chave do carro aqui. - estendo a mão, parecendo a melhor oportunidade que eu tinha de sair daqui. 

Ela dá, sem questionar o motivo.

- Desliga o forno. - digo, apontando para ele.

Vou até a porta principal, a chave reluzindo de forma mágica e milagrosa entre meus dedos. Abro a porta e dou de cara com ele, murchando imediatamente.

- Vai pra algum lugar?

Cutuco um detalhe da maçaneta, puta da vida. 

As coisas sempre davam errado no momento em que estão quase dando certo.

- Padaria? - dou um meio sorriso.

Michael estende a mão e eu jogo a chave nela, voltando para a cozinha.

- Sierra, que droga está fazendo na minha casa? 

Sierra se vira, assustada.

- Eu vim buscar minhas coisas seu canalha! - ela o empurra de forma manhosa. - Você trouxe outra mulher pra nossa casa.

Acompanho a cena enquanto dou a primeira colherada na sobremesa, interessada.

- Você nunca morou aqui, e não tem mais nada seu em lugar algum. 

Outra batida de salto no chão, quase vi uma lasca do piso voar longe.

- Por que me trata assim? Eu era sua garota, não ela. - Sierra tem os olhos marejados agora, e deixou de ser uma brincadeira para ser algo que me deixou mal. - Você nunca conseguiu ser fiel, mas nunca me trocou de verdade. Pensei que tínhamos algo.

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