His baby

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- Essa vadia ia matar o meu filho! - ele urra, socando a parede. - Ela vai sofrer até dizer chega quando ele nascer, vou fazê-la sentir tanta dor, quero que implore para morrer.

Descontrolado, os demais rapazes tentam fazer com que se acalmasse, afinal de contas era uma mulher grávida, por Deus, eles não eram bárbaros. 

- O meu filho não porra!

Liesel abre os olhos aos poucos e se depara encolhida em uma cama, rodeada por homens que ela conhecia muito bem.

- Veja, ela acordou. - aponta um deles.

Naquela hora o seu coração queria explodir, apavorada. 

Ela era novamente refém, vivendo seu pior pesadelo em um looping infinito de terror.

- Olá minha flor, como estamos nós três hoje? - ele lhe toca a maçã do rosto, acariciando-a de um jeito doentio e nojento. - Saiba que fiquei tão feliz quando soube dessa notícia, nós três felizes para sempre, não é mesmo?

- Por favor, me deixe ir. - sem perceber, Liesel já suplicava pela própria vida, os olhos debulhados em lágrimas. 

- Deixar você ir? Amor, nós vamos ter uma família. 

Aquele discurso doente continuava, um delírio insano.

- Eu tenho que agradecer sua irmãzinha, sem ela isso não seria possível. 

E então o calor todo que ela sentia se extinguiu, dando lugar ao frio. Sua alma estava gelada como nunca antes.

- Minha irmã?

- Ora, sim minha flor. - ele se sentou ao lado dela e tomou sua mão, beijando-a e mantendo presa entre seus dedos, e Liesel não reagiu, completamente incrédula e sem acreditar. - Sua irmã foi quem nos proporcionou o momento mágico que resultou nesse milagre que chamamos de gravidez. 

Ele ri, revirando os olhos.

- E pensar que aquela vadia mimada queria que nós matássemos você, veja bem, eu mesmo quase fiz, mas as coisas mudaram agora, não é mesmo?

- Isso é mentira. - Liesel balbucia.

- Não é, e eu lhe digo por qual razão. - ele a fita com energia, os olhos brilhando cheios de maldade. - Ela tinha inveja de você minha florzinha, que era mais linda, inteligente, educada... Você era tudo o que Theodora mais queria ser, você não percebia, mas estava sempre ofuscando o brilho dela, e bem, ela cansou de ser a número dois.

- Eu nunca fiz nada disso, ela sempre recebeu tudo. - aquela resposta estúpida saiu, uma conversa completamente surreal entre seu algoz e ela.

- Só você não percebia. Ela quer tudo Liesel, tudo mesmo. - ele suspirou, quase como se sonhasse com aquilo. - Eu te quis tanto, desde o primeiro momento florzinha, mas tinha que te observar de longe, até que ela permitiu, e então esse milagre aconteceu.

Ele toca a pequena barriga e a acaricia de forma doentia, fazendo com que ela o repelisse, tamanha era a repulsa que sentiu.

- Não torne as coisas difíceis pra você amor, podemos ser uma família linda.

- Nunca, eu o odeio mais do que tudo. - os olhos marejavam novamente, torcendo para que tudo fosse mentira. - Fique longe de mim, seu monstro.

Aquilo o irritou.

Levantando-se da cama, ele cerrou os punhos com força, começando a perder o controle da situação.

- Escute bem, sua vadia. - tomou entre os dedos o rosto fino e delicado, apertando-o com uma força brutal. - Você vai ter o meu filho, e depois eu vou te violar com toda a minha vontade e te picar em mil pedacinhos pra garantir que nunca mais tenha que olhar pra essa sua cara de merda.

Entre os soluços dela, ele se foi. 

Liesel ficou encolhida na cama, tremendo de medo e ódio. Como pudera ela passar duas vezes por situações parecidas, ainda imagine só! Theodora seria a responsável. Não, só poderia ser mentira com certeza tudo aquilo. Elas se amavam, eram irmãs, Theo jamais seria capaz de fazer algo assim.

¨... Ela caminha de um lado para o outro, debochando da situação.

- Você é uma burra, Hannah. - o seu sorriso perverso mostra o quanto se delicia com aquilo tudo. - Era só ter ficado longe dele, ele era meu! 

Me encolho, amedrontada.

- Como você pôde Elise? Eu sou sua irmã. - digo, respirando de forma entrecortada. - Você conseguiu tudo que queria, eu só fiquei com alguém que jamais pensei em ficar.

- Eu o queria! - ela grita, descontrolada. - Ele era meu! Meu! Meu! Se você só morresse, eu poderia ter tudo que eu quisesse, mas não... você tem que ser o centro de tudo, sempre me atrapalhando.

Elise levanta uma arma, proferindo palavras estranhas.

- Vou selar o seu destino pra sempre irmãzinha, você nunca mais vai ter a chance de ser feliz outra vez. ¨

Foi assim que dormiu, apavorada e pensando em quem acreditar, completamente confusa sobre suas atitudes e ações, se julgando culpada e merecedora.

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