Where is she

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Michael P.O.V

- Faz cinco meses, porra! - grito, socando a pessoa amarrada na cadeira. - Aonde ela está?

Um choro ridículo começa, me fazendo ficar ainda mais furioso.

- Eu não sei quem é ela senhor, por favor eu sou só o segurança da estação.

Atiro nele e depois acendo um cigarro, vendo o sangue escorrer pelo lugar onde a bala saiu. Eu iria encontrá-la, iria trazê-la de volta, eu preciso dos dois comigo.

Liesel P.O.V

- Bom dia Hank, vão ser ovos mexidos hoje de novo? - ri, atendendo ao homem forte, tatuado e bronzeado que estava sentado no café.

- Como sempre, querida. - ele responde sorrindo, bebendo sua xícara de café forte. - Já sabe que sou um cara previsível.

Rolei os olhos, entregando o pedido para a cozinha.

- Pode trazer mais, por favor? - ele pede, levantando a xícara.

Eu o sirvo, perdida em pensamentos.

- Pra quando é esse carinha aí?

Hank era um homem solteiro, perto dos trinta e cinco. Sempre foi muito cordial e bem humorado, e pode-se dizer que meu primeiro e melhor amigo desde que me mudei para a cidade. 

Nós conversamos bastante sobre o bebê e, eventualmente, ele fica curioso para saber sobre o nascimento.

- Mais três longos meses. - suspiro, alisando a barriga. - Estou me sentindo uma verdadeira baleia ultimamente, não vejo a hora de vê-lo escapulir daqui.

Ele ri, balançando a cabeça.

- Meu irmão dizia a mesma coisa, mas depois que a Harriett nasceu ele disse que queria muito que ela voltasse pra dentro da minha cunhada.

- Por quê? - coço o braço, interessada.

- Segundo ele, na barriga se o bebê chora você não escuta.

Soltei uma gargalhada, deixando-o para trás.

Eu estava trabalhando como garçonete do café local, vivendo um dia após o outro. O bebê ficava cada dia maior, me fazendo temer por sua vida. Eu acabei de me dar conta do que Hank disse, uma vez que ele nascer, não estará mais sob minha proteção absoluta, e eu não vou suportar caso algo aconteça a ele.

Foi por isso que eu fugi.

Como ter uma criança com um homem declaradamente violento em casa? Eu não quero que ele se espelhe em quem o pai é e muito menos que seja igual a ele, quero uma vida pacata e paz para nós dois, mesmo que isso signifique ficar longe de Michael para sempre.

Os sonhos iam diminuindo com o passar do tempo, eu quase não os tinha mais, mas confesso que agora sonhava com outras coisas. Acho que a ideia de construir algo com alguém me deixou apaixonada. Não estou dizendo que seja algo verdadeiro, mas penso se as coisas não poderiam jamais serem consertadas depois, se eu ficaria sozinha e não saberia o que é amar alguém.

Aquele sentimento que nascia por Michael era, ao mesmo tempo, contrário ao que eu queria. Parecia que pertencia a outra pessoa e não a mim, mas mesmo mesmo assim eu me pegava pensando nele às vezes. 

Nos seus beijos, no seu cheiro, na sua carranca mau humorada e no bumbum lindo que ele tinha.

- Até amanhã Amy. - me despeço, indo pra casa.

- Até mais Cassie!

Agora eu me chamo Cassie James. Peruca morena, lentes de contato castanhas, muita maquiagem para cobrir as sardinhas e óculos sem grau para completar o visual.

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