Kill me God

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Haviam três garotas ao redor dele, todas elas bastante nuas.

Ele as beijava e se deleitava com aquilo, eu percebia o prazer dele e aquilo me deixava enjoada. Sem conseguir me conter, virei para o vaso que havia ao lado da porta e vomitei, chamando a atenção deles.

- Liesel? - Michael me chama, erguendo-se do sofá em que estava.

Não consigo olhar pra trás.

Quase perto do saguão de entrada daquele lugar, visualizo um sorriso bastante amigável no meio da multidão. John me olhava e fazia cara de incompreensão, me deixando decepcionada com ele.

- Até você? - esmurro seu peito quando chego mais perto, furiosa. - A Jamie não merece isso.

Agora ele parece triste.

- A Jamie terminou comigo. 

Ele coloca a mão nos bolsos, envergonhado.

- Também, se você frequenta essas festas de sacanagem, eu terminaria sem sequer pensar duas vezes sobre isso. - ralho, nervosa.

- Festa de sacanagem? - agora sua expressão divertida voltou.

- Tem gente fazendo suruba aqui John, sexo em muitas pessoas, você me entende? - estou indignada, olhando ao redor.

- Acho que isso acontece em todo lugar, mas aqui é só uma festa normal mesmo.

Eu percebo que ele quer muito rir, mas eu mesma quero muito chorar.

- Você tá aqui com alguém? 

- Eu... - antes de conseguir respondê-lo, de canto de olho vejo o que pode ser Michael. - Quebra um galho, cara.

- Ahn? 

Antes que sua expressão de confusão passasse, eu o agarro e empurro para a parede, fazendo com que ele fique em minha frente. Faço com que ele deixe os braços ao redor de minha cabeça, assim não seria reconhecida, e colo nossos corpos. Eu não queria ser vista por Michael e muito menos voltar pra sua casa, então aproveitaria e fugiria dali depois daquilo.

Grudo em sua boca, apertando seu rosto com minhas mãos. Era um par extra de coisas pra cobrir meu rosto, e eu tinha que pensar rápido.

- John, você viu a Liesel? - a voz dele está atrás de nós, eu vejo sua mão cutucá-lo no ombro.

A cabeça de John se vira e eu colo meu rosto no peito dele, me encolhendo e rezando para que estivesse escuro o suficiente.

- Ahn? 

Ele devia estar confuso demais depois de tudo.

- A Liesel, você viu ela? 

Decido que preciso ousar pra afastá-lo de vez, então peço perdão ao pudor que habita em mim pelo que estou prestes a fazer. Me coloco de joelhos e passo as mãos para trás da cintura de John, dando a entender que faria um boquete nele.

Sim, Deus. Um boquete.

- Desculpa cara, não vi que você tava ocupado. 

Deu certo, Michael se virou e saiu dali em uma velocidade recorde. Me coloquei de pé em um piscar de olhos esbugalhados de John.

- Eu vou te dever uma pra sempre John. - e eu sei que pode parecer errado, mas depois de provar aquela boquinha gostosa eu só queria um pouco mais. 

Roubo mais um beijo dele, nos desgrudando e correndo para fora do lugar. Foi tão errado beijá-lo, mas quem pode me culpar? Aqueles lábios pareciam de mel, e eu não beijava alguém fazia um tempinho.

¨Desde que eu dormi com o primo dele...¨

Pensamentos culpados já estão me invadindo, eu sei.

Corri como uma louca até os portões, dizendo que meu táxi já estava ali. E a verdade é que não havia táxi algum. Eu vaguei por aquele bairro vazio até não tem mais para qual lado ir, ou era rodovia ou centro da cidade. Então decidi que iria pro centro, parando em uma esquina para cruzar a rua.

- Ei, aqui é o meu ponto.

Solto um gritinho de susto, encarando a garota que saia das sombras.

- Eu só quero cruzar a rua. - respondo, trocando o peso do corpo de pé.

- Tá perdida, amiga? 

- Não. - ri, balançando a cabeça. - Um pouco...

Ela concorda, fazendo bico.

- Se quiser, pode vir comigo pra ficar no meu apê, mas já vou avisando que é só por uma noite hein. 

Pensei em alguma forma de recompensá-la, e imediatamente lembrei que, apesar do meu pai estar falido, eu não estava. Só não tinha meus cartões de crédito comigo.

- Vou te pagar tudo que puder em forma de te agradecer.

O sorriso dela se ilumina, boba.

- Então bora amiga, é logo lá pra frente.

Andamos alguns minutos até um cruzamento movimentado, e então entramos em uma rua pouco iluminada e de aparência mais decadente. Eu nunca ia dizer algo, afinal de contas não cabe a mim julgar a forma como ninguém vive a sua vida.

- Amiga, foi mal, mas é aqui que a gente se despede.

Confusa, viro o rosto meio centímetro mas já era tarde demais. 

Uma pancada forte atinge minha cabeça, me fazendo tombar em direção ao chão.

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