Do i know you?

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A primeira semana em Birmingham se resumiu em mudança. 

Poucas vezes entrei em contato direto com aqueles homens, discutimos meras trivialidades aqui e ali, e ajudei a escolher um pouco o tema e estilo decorativo do restaurante. Apesar de não esperar que minhas ideias fossem ouvidas, ainda sim tinha um fino fio de esperança.

Meu estômago está borboletando nesse instante, estou na feira local comprando legumes frescos enquanto penso no valor da dívida de meu pai. Seria tão alta assim? Só de pensar eu tive um arrepio.

Tudo por que Theodora não conseguia se controlar.

- Ora, que coincidência mais agradável. - uma voz familiar ressoou ao meu redor, fazendo com que minha cabeça se levante para encontrá-la. - Veja querida, essa é a chef do nosso novo restaurante.

Uma moça loira e incrivelmente linda estava ao lado do homem de olhos de gelo. A expressão dela era amigável e maravilhada, como se estivesse realmente feliz de me conhecer.

- É um grande prazer chef, eu sou Grace. - sua mão se estende e eu a toco, sorrindo de volta. - Thomas fala muito de você.

Não sei bem o que dizer quanto a isso, então continuo sorrindo.

- Eu sou Liesel, o prazer é todo meu senhora. 

- Senhora. - Grace leva a mão até a boca, dando um tapa de leve no braço de Thomas. - Por favor me chame só de Grace.

Concordo, mudando a cesta de braço.

- Está pesado? - Thomas pergunta, estendendo a mão.

- De maneira alguma, já estou acostumada. 

Tiro uma mecha desajeitada, que insistia em sair de trás de minha orelha, da frente do rosto, observando outros dois rapazes surgirem por detrás deles.

- Tommy, o Arthur disse que chegaram as encomendas. 

Aquele homem de braços cruzados em frente ao corpo, cabelo bem cortado e uma leve cara de mau, me fez remexer inquieta em meu próprio lugar, voltando a encarar os pimentões coloridos da bancada.

- Veja os modos Michael, cumprimente nossa chef. 

Foi um silêncio constrangedor aquele. Eu ergui meus olhos de forma tão lenta quanto uma lesma no mais calmo dos dias, pegando a todos me encarando. 

- Michael. - foi sua mão que se estendeu agora.

Eu a apertei de forma relutante e com muita pouca força, mas ele fez exatamente o contrário. Seu aperto foi enérgico e um pouco forte demais, me fazendo dar uma careta de dor no meio do cumprimento.

- Sinto muito, força do hábito. 

Seu rosto parece um pouco, eu disse um pouco mesmo, corado.

- Tudo bem, não doeu. - meu sorriso de bosta deve tê-lo constrangido pois ele coça a nuca de leve.

- Deixe que eu leve sua cesta, parece pesada. - se pronuncia, quase arrancando meu braço fora com a proatividade.

- Não... precisa....

Mas já era tarde demais, agora ele segurava minha cesta.

- Quem vir conosco receber as encomendas para o restaurante? - convida Grace, sorridente.

- Acho que não quero atrapalhar, preciso terminar as compras e ir pra casa ainda. - tento não dispensá-los de forma tão grosseira. - Tomar um banho, sabe. 

Dou de ombros, completamente apavorada com aquelas interações sociais em excesso.

- Ajude-a a terminar e depois vá para o escritório. - Thomas lhe dá um tapa no ombro, virando-se e pronto para partir. - Foi um prazer encontrá-la hoje chef.

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