Capítulo 06

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Boa leitura!

~•~

Nós duas estávamos sentadas no sofá, assistindo televisão, enquanto Natsu lavava a louça suja do café. Bom, ela assistia o desenho, já eu observava as costas dele. 

Quando o vi apenas de cueca, não pude deixar de notar que seu corpo estava mais trabalhado. Natsu sempre teve um físico invejável, mas agora estava mais definido e gostoso.

"Será que ele me analisou da mesma forma que eu estou fazendo? Espero que não."

Desde que Nashi nasceu, não sobra dinheiro, disposição e, principalmente, tempo para praticar atividades e manter a forma. Engordei alguns quilos com a gestação e ainda não consegui me livrar deles, mesmo depois de 3 anos, sem contar também as estrias que deram as caras. Às vezes acho que a Lucy do passado me julga por ter descuidado de mim mesma.

— Lucy!

— O quê? 

— 'Tô te chamando há um tempo e você aí, viajando. – riu. — Já acabei.

— Obri-

— Mamãe vai 'viaja? – olhei para ela. — Eu 'vo 'tamém.

— TamBém! – falei.

— 'Vo!

— Não, Nashi, se fala tamBém.

— TamBém 'vo.

Ouvi Natsu rindo.

— Eu não vou a lugar nenhum. 

— Mas 'eie 'faio- – a interrompi. 

Íamos ficar nisso o dia todo.

— Ele 'tava brincando. 

— Ah… – ela disse e virou para a televisão.

Olhei para Natsu e ele a olhava com carinho. Tive uma ideia.

— Meu amor-

— Oi./O quê? – falaram ao mesmo tempo. Senti meu rosto queimar, levantei o olhar e vi que Natsu estava com as bochechas num tom rosado. 

— É com ela, né? Eu… Eu vou ao banheiro. – disse saindo.

Olhei para Nashi e ela claramente não entendia nada. Eu estava envergonhada, mas o sorriso não abandonava meu rosto.

— Mamãe, que 'caia é essa? – a joguei no sofá e comecei com as cosquinhas. — 'P-Paaia… 'Paiaa… – gargalhava.

Pode parecer bobagem, mas fiquei feliz.

A porta do banheiro abriu e Natsu saiu de lá, parecia recuperado. Nos encaramos por um tempo até eu desviar o olhar.

— Filha, por que você não mostra 'pra ele aquele bichinho de pelúcia que você chorou 'pra eu comprar? – foi a vez dela corar.

— Eu não 'choiei! – me olhou indignada.

— 'Tá bom, você não chorou.

— Não 'queio 'mosta. – falou olhando para baixo e eu me surpreendi.

— Por que não?

— 'Poque… 'eie vai 'i, igual os 'outos. – disse baixinho.

— Vou onde? – falou sentando ao meu lado.

— Não é ir, é rir e ele não vai.

— Sim, não sei o que é, mas não vou. – ele pôs um braço no encosto do sofá, atrás da minha cabeça e sua perna encostou na minha. Foi o suficiente para meu coração acelerar.

A Mistura PerfeitaOnde histórias criam vida. Descubra agora