Capítulo 81

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Boa leitura!

~•~

O tempo passava e o casamento estava cada vez mais próximo. O grande dia acontecerá em três meses e eu estou um misto de sentimentos. Meu sono está completamente desregulado por causa disso.

Não importa o quanto eu force, não consigo dormir. Os pensamentos borbulhavam na minha mente e isso impede meu momento de descanso. Tem sido assim recentemente e infelizmente isso tem interferido no meu trabalho. Abri os olhos e soltei um longo suspiro.

Virei de lado e mesmo com a pouca luz no ambiente, pude ver o rosto adormecido do meu anjinho. Toquei com carinho sua testa e suspirei aliviada ao constatar que a febre baixou. Nashi ainda estava meio febril, mas não mais como antes e isso é muito bom.

Minha pequena começou a passar mal na tarde de ontem e durante a noite a febre apareceu. Como sempre, ela ficou chatinha e carente. Obviamente eu a deixei dormir comigo. Depois que dei o antitérmico, a quentura foi abaixando lentamente.

Procurei a caixinha de chás e peguei um saquinho. Preparei tudo e acendi o fogo. Eu amo esse chá. O que é engraçado, porque eu odiava o sabor da camomila, mas depois de virar mãe e ser necessário alguns estímulos calmante, passei a usar essa bebida. Além de ter virado um hábito, também caiu no meu gosto.

Peguei o celular e suspirei novamente, mas dessa vez ao ver o horário. 2h15 da manhã e eu tomando um cházinho.

Estou cansada, mas não consigo dormir. Ainda bem que amanhã é sábado e não preciso trabalhar.

Decidi mexer no aparelho enquanto esperava a água ferver. Lembrei de algo que uma das minhas crianças disse hoje. Abri as mensagens e escrevi aquela frase boba, mas tão boba, que foi impossível não rir, principalmente depois do menino ter caído na gargalhada.

"Você sabe por que a água foi presa? Porque ela matou a sede."

Minha intenção era apagar a mensagem, mas como eu estava distraída, acabei selecionando "enviar".

"Não acredito nisso."

— Bom, pela hora ele deve estar dor- – o celular tocou e na tela brilhava "Natsu". — Alô.

— Você 'tá bêbada de novo, é?

— Não. – a água ferveu e a coloquei na xícara, tampando a boca do objeto em seguida. — Minha intenção era excluir, mas acabei enviando sem querer. Uma das crianças me contou hoje e eu ri.

— Ah sim. – riu. — E Nashi, 'tá melhor?

Ele queria vir, mas eu disse que era desnecessário. 

— Muito. A febre diminuiu e ela 'tá dormindo tranquilamente.

— Ótimo.

— Você acordou com a mensagem?

— Eu nunca acordaria com o som de mensagens. – isso é verdade. — Já 'tava acordado. Pensei em dormir cedo hoje, mas encontrei um filme que prendeu minha atenção. – "Ah sim", respondi. — Você acordou agora ou não conseguiu dormir?

— A segunda opção. – suspirei. — Vou tomar um chá de camomila e ver se o sono vem, mas é muito difícil voltar a dormir após tanto tempo acordada.

— É verdade. Ah, Lucy, como não poderei ir esse fim de semana, depositei o dinheiro na sua conta.

— Ah obrigada.

Natsu estava pagando pensão, mas como ele é presente na vida dela e nós somos um casal, Dragneel propôs colaborar de outra forma. Então ele se ofereceu para pagar algumas contas. Tentei negar por dois motivos: primeiro que ele tem suas próprias despesas e segundo que não tem sentido, pois Natsu não mora ou passa muito tempo nessa casa, mas ele alegou que Nashi consome e é responsabilidade dele também.

"Nada mais justo do que dividir tudo." – ele falou.

Consegui negociar e bati o pé sobre as contas. Ele aceitou pagar apenas o gás e metade de tudo que é relacionado a Nashi.

— Bom, vai dormir. Eu vou tomar meu chá e tentar fazer o mesmo. – falei.

— Ok. Eu te amo.

— Também te amo.

Encerrei a chamada e destampei a xícara. O líquido ainda estava muito quente, então decidi assistir televisão para esperar estar numa temperatura agradável.

Há muito tempo cheguei a conclusão que os empresários acreditam que se você não consegue dormir de madrugada, é por um único e exclusivo motivo: frustração sexual. Apenas isso explica a quantidade absurda de conteúdo adulto em diferentes canais.

— Eu nunca faria isso. – falei olhando o casal na tela e tomei um gole de chá. — Parece tão… desconfortável. Ainda bem que não temos esses gostos peculiares. – tomei mais um gole e revirei os olhos diante da nova cena. — Aí a pessoa vê essas coisas e acha que na vida real é do mesmo jeito. – neguei com a cabeça. 

Bom, não julgo quem pensa assim, pois eu mesma tive porno como o manual do real e vivia complexada por minha vagina não ser igual a dessas moças. Sem contar que acreditei mesmo que as coisas aconteciam daquela forma e a vida foi quem mostrou-me que não era bem assim. Descobri isso na primeira vez que tentei fazer anal tendo apenas cuspe como lubrificante, se é que posso chamar assim. Achei que seria fácil sem a devida preparação, igual fazem parecer nesses filmes e não é. Doeu tanto. Não aguentei nem a pontinha da glande. Foi assim que eu percebi que não devia ter a pornografia como referência de nada.

— Que tipo de posição maluca é essa? – disse enquanto observava a cena. Tombei a cabeça para o lado e ri. — Nem sabia que isso era possível e olha que experiência sexual não me falta.

Terminei meu chá, deixei a xícara na mesinha e deitei no sofá.

Toda essa pornografia me fez lembrar da lingerie que comprei para a lua de mel. Era um conjunto rendado vermelho e ao meu ver muito sensual.

Espera… Como teremos um momento adulto com Nashi por perto? Não quero ter que ser discreta ou precisar esperar ela dormir. Quero algo especial, íntimo, livre e numa cama. 

Nesse momento, a oferta feita por Grandine surgiu na minha mente, mas confesso que ainda estou receosa sobre isso. Ela sugeriu deixarmos a menina na casa deles e assim termos liberdade para curtir a sós. O problema não são meus sogros e sim a adaptação da menina. Não seria por muito tempo, três dias e duas noites, mas mesmo assim. Uma coisa é passar um dia divertido com os avós, outra é dormir na casa deles. Com certeza não é algo que possa ser decidido no impulso, é preciso considerar todas as possíveis situações.

Putz, minha intenção era dormir e acabei ocupando mais ainda a mente com coisas desnecessárias no momento. A lua de mel é importante? Sim, mas não preciso planejá-la no meio da madrugada.

Desliguei a televisão, encarei o teto e fechei os olhos em seguida. Ouvi um choro baixinho e corri até o quarto. Ao entrar, ela estava sentada na cama.

— Shiiii. – deitei ao seu lado e a trouxe para meus braços. – Eu 'tô aqui. Volta a dormir. – deixei um longo beijo na sua testa.

Fiz carinho na sua cabeça e dei leves tapinhas no seu bumbum. Ela abraçou forte meu pescoço e sua respiração tornou-se tranquila, indício de que dormiu. Pude perceber que não havia mais qualquer sinal de febre.

— Hum… 'Chocoiate. – aconchegou-se mais a mim e sua perna caiu em cima do meu quadril. — Mamãe.

Essas pequenas coisas aquecem meu coração.

A apertei mais um pouco e cheirei seu cabelo. Assim eu soube que finalmente conseguiria dormir.

~•~

Precisava passar essas informações pra vocês.

Seria estranho se a Nashi simplesmente desaparecesse, né?

A Mistura PerfeitaOnde histórias criam vida. Descubra agora