Boa leitura!
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Eu estava naquele estado entre acordar e permanecer dormindo. Mesmo não tendo aberto os olhos, minha cabeça está explodindo. Sério, é como se alguém tivesse segurado e esmagado meu cérebro.
"Mamãe…"
Ai meu Deus, não.
"Você voltou."
Não me obrigue a abrir os olhos… Por favor.
"Eu 'tô feliz! 'Bigada 'po volta!"
Como se essas palavras não fossem o suficiente, ainda senti um beijo ser deixado na minha bochecha.
Não sendo capaz de ignorar nada disso, abri os olhos e quis me dar um soco até perder a consciência. Nashi estava com um sorriso tão brilhante, quase me cegou.
— Eu não disse que voltaria? – assentiu e me abraçou. — Viu? Você abriu os olhos e já 'tava aqui.
— Eu 'sempe 'aquedito na mamãe. – me apertou mais. — Senti muita saudade! – jogou a perna por cima da minha cintura.
— Eu também. – a apertei.
— Mamãe 'tá dodói? – assenti. — Vou 'faia 'baixiio. – meu deu um beijinho.
Ela me chamou para levantar, mas eu não conseguia mover um músculo. Pedi um tempinho e fechei os olhos para pensar, coisa que fez minha cabeça doer demais.
"Meu amor…"
Ah, porra! Não se pode nem dormir nessa casa? Suspirei e abri os olhos.
— São 13h15, você precisa comer alguma coisa.
— Comer? Acho que estou me despedindo da vida. – disse e cobri a cabeça com o lençol.
— Vai lá tomar um banho, comer algo e usar seu kit ressaca. – disse baixinho e rindo.
Depois de mais um pouco, finalmente levantei e me dirigi ao banheiro. Entrei sem pensar debaixo do chuveiro e senti a água fria me despertar na marra.
— Mamãe, você vai 'almoça? – perguntou assim que cheguei na sala.
— Não 'tô com fome.
— Aqui. – me entregou um Engov e água.
Mal sentei no sofá e Nashi aconchegou-se no meu colo.
— Você deu muito trabalho ontem? – perguntei.
Eu não estava querendo conversar, minha cabeça e estômago estavam doendo, mas não posso simplesmente ignorar minha filha o dia todo.
— Foi 'iegal.
— Foi… diferente.
— Ué? – o olhei e ele negou com a cabeça.
Depois de muita insistência, resolvi comer alguma coisa leve. Logo após, tomei outro remédio, uma para a cabeça e outro para o estômago.
— Natsu, como foi ontem? – perguntei deitando a cabeça em seu colo.
Confirmou que Nashi estava longe demais para nos ouvir e suspirou.
— Foi terrível. – começou carinho na minha cabeça. — Ela demorou horrores 'pra parar de chorar e quando se acalmou, não queria sair de dentro da barraca. "'Xim", "não" e "'tá", eram as únicas resposta que consegui receber. Um pouco mais tarde, nós fomos à praça, mas parecia que estávamos indo à um enterro. 'Pra você ter uma ideia, nem sorvete de chocolate ela quis. – me surpreendi. — Quando Romeu apareceu, vi uma luz a sua volta e encarei como minha última salvação. O chamei e ele conseguiu que Nashi tivesse algumas respostas, até alguns sorrisos, mas nada realmente animador. – coitadinha da minha filha. — Ela até tentou brincar, mas dava 'pra ver que não era o que a menina queria, ela 'tava tentando me agradar. Voltamos e ela se enfiou novamente na barraca. Eu não quis ser muito enérgico com ela, pois entendi que não era birra, apenas saudades de você. Aí depois do jantar, ela ficou mais caidinha e vi que Nashi 'tava com febre.
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A Mistura Perfeita
Romance[EM REVISÃO] Por causa do conservadorismo, as pessoas da cidade não gostavam de Lucy e sua liberdade, mas ela sempre suportou tudo, mesmo sendo difícil, pois possuía o apoio de quem realmente importava: sua mãe e namorado. Infelizmente, a vida não...