Capítulo 36

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Gostaram da nova capa? ^^

Boa leitura!

~•~

Depois de tudo que Lucy me contou, me senti horrível por não ter estado lá. Me senti envergonhado e quis me afastar. Ela diz que nada do que aconteceu é culpa minha, mas eu não consigo ver dessa forma. O fato de não saber o que estava acontecendo, não muda o que aconteceu. O que importa para mim é: ela sofreu e eu não estava presente.

Andava distraído, mas tinha um destino em mente. Parei em frente ao lugar e observei a fachada. Entrei e sentei ao balcão, espero que alguém perceba logo que estou aqui.

— Já vai beber? – levantei o olhar.

— Gray? O que faz aqui?

— É o bar da minha família, esqueceu? – verdade. — Eu tive que vir pegar algumas coisas e acabei preso aqui, mas amanhã mesmo já 'tô voltando 'pra casa.

— Ah tá… – eu estava me sentindo péssimo. — Cara, desculpa por aquele dia.

— Que dia? Não sei do que você 'tá falando. Aconteceu algo? – riu e o acompanhei.

— Não vai me servir? – perguntei.

— É sério que você vai beber a essa hora? – assenti. — Ok. – me serviu whisky. — Então, o que aconteceu?

— Nada… – tomei um gole e fiquei mexendo o líquido.

— Qual é, cara, a gente se conhece há quanto tempo? Fala aí. – fiquei quieto e bebi mais um gole. — É sobre a Lucy?

— Ela me contou algumas coisas.

— Hum...

— Só isso que você tem a dizer?

— Ué, não sei o que ela te contou. 

— Não sabe? – me revoltei. — Como não? Já percebi que a amizade de vocês é dessas que contam tudo um 'pro outro. 

— Não é possível que esses dois goles já subiram?

Realmente.

— Eu me sinto péssimo sobre. Ela cogitou aborto, só por isso eu imagino o desespero que ela sentiu.

— Ah… – exclamou. — Você e Lucy são as pessoas inocentes nessa história. Tudo bem que nada muda o que aconteceu, mas isso tudo ficou no passado. Os verdadeiros culpados são seus pais e não você. Eu duvido que a loira te culpe por algo e digo mais, sei que naquela época ela não culpou.

— Eu sei, mas… Sabe, tenho fingido 'pra Lucy que não me sinto mal ou culpado, pois ela não me culpa e não quer que eu o faça, mas a verdade é que eu me sinto assim. – encarei o líquido no copo. — Eu sou um estúpido por não tê-la procurado mais do que eu fiz. Se eu não tivesse ido naquela loja, não saberia que tenho uma filha.

— Procurar onde? Ela se mudou. Seus pais são os únicos culpados por toda essa bagunça, não você. Eles que mexeram com a vida de vocês e interferiram em tudo. – disse afastando o copo, mas eu o peguei de volta. — Eles enfiaram Lucy naquela situação. Vocês dois foram vítimas da maldade deles. – suspirou. — E você não devia estar bebendo.

— Eu sei, mas é isso que quero fazer agora. – virei de uma vez. — Gray, você tem noção? Eu vim atrás dela e como não a encontrei em nem uma das vezes, simplesmente desisti. Que merda de homem eu sou?! Não sei como ela pôde me perdoar, eu não o faria, nunca! Patético, né?

— Esse tempo todo, pensei que você havia decidido abandoná-la grávida. Acreditei que escolheu deixar 'pra trás a mulher que tanto dizia amar e sua própria filha. Sim, eu te considerava um merda e minha vontade era ir atrás e te matar, mas agora que sei toda a verdade, minha imagem de você voltou a ser a mesma de antes disso tudo. Você é um cara legal, Natsu, sempre foi e é isso que a Lucy enxerga quando olha 'pra você. Por que você acha que ela diz que você não tem culpa? Acha que é por que ela é boazinha? Não! Digo, ela é boa, mas esse não é o motivo e sim o fato da loira te olhar e ver o homem que tanto ama. O mesmo homem que não tem culpa de nada e 'tá aqui se culpando.

A Mistura PerfeitaOnde histórias criam vida. Descubra agora