Capítulo 63

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Gente, desculpa! 🙇

O que houve? Vocês já devem ter percebido que sempre coloco Lucy pra reagir fisicamente ao nervosismo e isso é porque sou assim. Minha intenção era postar no domingo passado, mas fiquei tão nervosa que passei mal. Senti muito enjôo e acabei tendo uma crise de enxaqueca horrível. Só a ideia de postar o capítulo já me fazia mal. Então decidi me dar esse tempinho, mas percebi que não adianta, já que o capítulo será sempre o mesmo. Então meu coração tá disparado aqui, mas não tem jeito. :/

~Assunto delicado.

Boa leitura!

~•~

Não tinha mais como evitar o assunto e a verdade era que eu não queria mais. Mesmo que a conversa não ajude em nada nosso relacionamento, era o melhor a ser feito. Aliás, uma escolha melhor do que mentir. O ideal era arrancar o curativo de uma vez. Eu estava tão nervosa. Desejava conseguir dizer tudo, pois, sinceramente, não aguentava mais não conseguir me expressar.

Mesmo sem ainda ter dito um "a", eu já sentia que aquilo era o certo e por mais difícil que fosse, era o melhor.

— Como disse, não se obrigue a falar. 

Respirei fundo uma última vez antes de começar minha história.

— Lembra quando contei que voltei da casa dos meus parentes?

— Lembro.

Oh, não achei que ele fosse responder.

— A-Ah, ok. – droga, me pegou de surpresa. — Foi alguns meses após Nashi nascer, 6 meses 'pra ser exata. Como disse, Gray me ajudou muito com contas e outras despesas, mas mesmo sabendo que não havia espaço 'pra orgulho, eu secretamente me sentia mal por depender de um amigo, ainda mais sabendo que ele não ganhava tão bem. Então ele fazia um malabarismo 'pra sustentar minha casa e contribuir na dele. Eu aceitava mesmo com peso na consciência, não tinha escolha. Era isso ou passar fome. Por conta disso, desmamei Nashi com 7 meses e assim comecei minha busca por emprego. Procurei tanto, mas não consegui nada em lugar nenhum, inclusive nos bairros próximos. Já é difícil conseguir emprego com filhos maiorzinhos, imagina com um bebê. – suspirei, encostei a cabeça na porta e olhei para o teto. — E nisso, o tempo passava e Gray continuava levando minhas despesas, até que eu cansei daquela situação. Liguei 'pra minha tia Anna, a parente que me acolheu antes, e expliquei minha situação. Novamente fui muito bem recebida pela família. Nashi estava com 9 meses. – estiquei as pernas. — Como havia outra criança na casa, a adaptação de nossa filha não foi tão difícil e isso me ajudou demais. Eu tive muitas esperanças de conseguir logo um emprego. Sabe, cidade nova e grande, a gente sempre pensa assim, mas me enganei. Não encontrei nada e pelo mesmo motivo: "se você trabalhar, quem vai cuidar da criança?" – dobrei novamente as pernas. — Certo dia, voltando de mais uma entrevista frustrada, vi um anúncio na frente de um bar e eles estavam precisando de garçonete. Entrei e depois de conversar com o gerente, descobri que não era um bar comum e sim aquele tipo de bar, de adulto. – limpei a garganta. — Enfim, eu 'tava precisando mesmo de emprego, então aceitei. No meu primeiro dia, descobri que as garçonetes que topassem dançar em cima do balcão numa determinada hora da madrugada, ganhavam mais e eu não topei. O que eu recebia dava 'pra suprir as necessidades da menina e ajudar um pouco com as contas da casa de minha tia. Até Nashi ter pneumonia e eu precisar escolher: ajudar nas contas ou tirar tudo 'pros remédios e exames. Bom, eu não queria mais ser tão dependente daquele jeito e achava injusto não contribuir em nada naquela casa, eles fizeram tanto por mim e criança dá tanta despesa. Por isso aceitei dançar no balcão. – o ambiente estava mergulhado em um total silêncio. — Dançar, seduzir e mexer com a imaginação daqueles homens, sinceramente, não foi nada difícil. Você pode pensar que sim, mas não. Uns jogavam dinheiro e os mais atrevidos pediam 'pra colocar no cós do short ou na parte de cima do top. Tinha também aquele tipo que tentava nos puxar do balcão e tocar onde não devia, mas a segurança do bar era excelente e sempre que algum "engraçadinho" surgia, era posto 'pra fora na mesma hora. – toquei o anel no meu anelar. — E assim, Nashi completou 11 meses e eu 2 naquele emprego. Com o salário mais as gorjetas, eu conseguia suprir nossas necessidades e ainda ajudar na casa. Parecia que finalmente minha vida 'tava entrando nos eixos, apesar do emprego. – olhei para as mãos. — Mas eu não reclamo, sabe, pois foi dele que tirei nosso sustento e nos impediu de ser um peso 'pra minha tia. Mesmo tendo problemas aqui, eu tinha ideia de voltar 'pra nossa casa, então eu poupava o que sobrava, que não era muito. – parei por um momento. — Você 'tá me ouvindo?

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