Boa leitura!
~•~
No meio da tarde, comecei a me sentir muito mal, mas pensei que melhoraria com o tempo. Ledo engano, não só não melhorei, como piorei. Enjôos e a cabeça explodindo, uma baita crise de enxaqueca. Suportei até agora, mas não dava mais.
— Sr. Makarov? – falei baixinho quando ele atendeu.
— O que foi? Tudo bem na minha loja?
— Sim. Eu é que não 'tô bem. Queria saber se posso fechar? Amanhã eu compenso, venho mais cedo ou saio mais tarde.
— Falta apenas 1 hora 'pra fechar. Não dá 'pra você esperar mais um pouco?
— Infelizmente não. Eu 'tô muito mal. – ele bufou.
— Já que não tem jeito… Pode ir.
— Obri- – ele desligou na minha cara.
A gente precisa engolir muitos sapos para sobreviver.
— Nashi, pega suas bonecas e vamos.
— JÁ?! – ela gritou.
— Shiii. Fala baixo, a mamãe 'tá com dor de cabeça. – ela cobriu a boca com as mãos, assentiu e levantou.
Peguei as coisas, tranquei tudo e andei em direção ao ponto de ônibus. No meio do caminho, fiquei tonta e precisei encostar em uma parede para não cair. Respirei fundo, tentando me acalmar, mas não teve jeito, vomitei no cantinho.
— Eca! – a menina fez cara de nojo.
— Vamos pegar um táxi.
Não podia pagar por um luxo daqueles, mas não tinha confiança de pegar um ônibus com ela. E se eu desmaiasse?
— O que é 'tachi?
— É um carro que a gente paga e ele nos leva 'pra casa ou a qualquer lugar que quiser.
— Ah...
Andei até o meio-fio e esperei. Um, dois, três carros passaram e nenhum parou para mim. Por que é tão difícil pegar um táxi? Olha que eu vou pagar, não estou pedindo nenhum favor. Fiz sinal para o quarto carro, já sem esperanças, e ele parou. Entramos no carro e o motorista, um idoso, olhou pelo retrovisor.
— Boa noite. 'Pra onde?
— 'Bo noite. 'Pa casa. – falou como se fosse óbvio e ele riu.
— Boa noite. Rua A, número 222, é um prédio azul. – me virei para ela. — E é: "boA" que fala, você sabe muito bem disso.
— BoA? BoA noite, moço. – ele riu mais uma vez.
— Boa noite, moça bonita. – ela corou e escondeu o rosto no meu peito. — Já peço desculpas caso erre o caminho, é que eu não sou daqui. Acabei de deixar uma passageira, te vi ali e pensei que era sorte fazer mais uma corrida. – falou sorrindo.
É assim que se faz dinheiro e não com pré-conceitos.
— Okay. – tomara que ele não erre, não estou com paciência para indicar caminhos.
Quando passamos pela pracinha, vi Natsu, a mãe e um mulher bonita. Ele estava sorrindo todo amigável e ela ainda tocou sua mão, não sei se ele aceitou o toque, pois o carro passou e eu não pude ver o restante da cena.
"Não me admira ele buscar companhia melhor. A gente não sai dos beijos há meses, ele tem suas necessidades." – esse pensamento quase me fez chorar.
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A Mistura Perfeita
Romantizm[EM REVISÃO] Por causa do conservadorismo, as pessoas da cidade não gostavam de Lucy e sua liberdade, mas ela sempre suportou tudo, mesmo sendo difícil, pois possuía o apoio de quem realmente importava: sua mãe e namorado. Infelizmente, a vida não...