✨Sintam-se livres para imaginar a cor e modelo do uniforme. Eu procurei algum, mas nenhum me agradou tanto.✨
Boa leitura!
~•~
No final de tudo, não conseguimos batizar os cômodos. Estávamos cansados demais para fazer qualquer coisa, que não fosse jantar e assistir televisão. Diferente de nós, Nashi estava elétrica naquele dia. A menina não parava quieta, falando o tempo inteiro e correndo pelo apartamento. Ainda bem que moramos no primeiro andar.
Natsu foi embora naquela mesma noite e a menina não desesperou-se tanto quanto pensei que faria. Houve choro, declarações e promessas, mas nada na intensidade que estávamos preparados para receber. Essa é a nossa filha, sempre surpreendendo. Eu acredito que minha bebê finalmente aceitou de coração, porque fingir uma coisa assim, ela ainda não consegue e espero que nunca consiga.
Depois de uma semana, recebemos a notícia que as aulas voltariam e é exatamente por isso que nossa manhã está sendo bastante agitada.
Confesso que eu sentia falta dessa animação e correria matinal.
— Mamãe, 'po que eu tenho que 'usa essa 'ioupa?
— Porque é o uniforme da escola. – terminei sua trança e assim a maria-chiquinha estava pronta.
— Ah… E 'po que eu tenho que 'coioca esse 'shot debaixo da saia?
— Porque com ele você pode correr, pular e brincar sem preocupações. – ajeitei o chapeuzinho amarelo em sua cabeça. — Você não gostou?
Nashi estava extremamente fofa com o uniforme. Dá vontade de abraçar e não soltar mais. Talvez eu faça isso quando voltarmos.
— Eu achei muito bonito. – sorriu. — 'Tiia uma foto 'miia? – assenti. — Depois 'mosta 'po papai, 'tá?
Passou a alça da bolsa amarela pelo corpo e fez pose. Depois tirei outras de ângulos diferentes. Se tem uma coisa que ela gosta de fazer, é tirar fotos.
— Ok, acabou a sessão. – fez bico. — Vai fazer xixi 'pra gente ir.
Pus a máquina na mesa, mas achei melhor levar. Hoje é seu primeiro dia. Que mãe eu seria, se não tirasse uma foto dela e nossa na porta da escola? Ah, em frente a placa também.
— Mamãe?
— Hum? – terminei de guardar algumas coisas que eu quase esqueci.
— 'Seiá que 'eies vão 'gosta de mim?
As inseguranças do primeiro dia de aula.
— Claro. – agachei na sua frente. — Quem não gostaria de você? Uma criança tão legal! – fiz carinho em seu rosto.
— Eu sou 'iegal?
— A mais legal! – abracei a menina. — Apenas seja você mesma e vai dar tudo certo.
— É 'caio que vou 'se eu mesma. Se eu não 'fo eu, quem mais vou 'se? – perguntou claramente confusa.
Eu sorri diante dessa frase carregada de inocência.
— Você tem razão. – deixei um beijinho em seus lábios. — Agora para de me enrolar e vai fazer xixi. – dei um tapinha em seu bumbum e ela correu rindo para o banheiro.
Olhei em volta para conferir se estava tudo no lugar e, apenas por via das dúvidas, chequei o fogão. Após confirmar que estava tudo certo, saímos do apartamento.
Temos duas opções para chegar à escola: o transporte público e o caminho por dentro do parque. A segunda opção é a mais agradável, mas gasta mais tempo e eu não quero correr o risco de chegarmos atrasadas. Acho que poderemos sair mais cedo um outro dia e fazer isso.
Por hoje, decidi que iremos de ônibus.
"Você é muito linda, sabia?" – uma senhora disse a Nashi e ela corou, escondendo o rosto no meu pescoço.
Quando chegou o momento da velhinha descer, ela acenou para Nashi e a menina retribuiu. Após isso, ela sentou no assento ao lado do meu. Troquei de lugar com minha filha e sentei na ponta.
Olhava para fora enquanto Nashi tagarelava sobre algo, que eu sinceramente não prestava atenção. As ruas eram diferentes, não reconhecia nenhuma daquelas pessoas e nem elas conheciam a mim. Levantei o olhar e encarei o céu azul. Ele é o mesmo em qualquer lugar.
— Quem diria, né, mãe? – sorri.
— O quê? – ela perguntou.
— Do ano passado até hoje, nossa vida mudou bastante, né?
Subiu no meu colo e sentou de lado.
— 'Xim, muito! O papai voltou, nós mudamos de casa, você vai 'tabaia em 'outo 'iuga e eu vou 'pa 'escoia. – contou cada mudança nos dedos. — A gente vai 'se 'feiz aqui, né? – segurou minha mão e brincou com os dedos.
— Vamos. – beijei o dorso da sua.
— 'Agoia só falta o papai 'temina de 'tabaia e a vamos 'todo mundo 'moia junto 'pa 'sempe. – disse sorrindo e olhou-me.
Apenas assenti, pois é a mais pura verdade.
Ao descermos no ponto e virarmos a esquina, fiquei encantada com o caminho que levava até a escola. Árvores com folhagem brancas e rosas davam um ar especial ao lugar. Eu estava hipnotizada e não conseguia tirar os olhos delas.
"OPA!"
Quando percebi, Nashi estava limpando as mãos uma na outra. Aposto que ela caiu. Do nada, ela começou a correr para todo o lado e também a pular, tentando pegar as folhas que caíam das árvores. Ela caiu, levantou e voltou correr novamente.
— 'OIA, MAMÃE! ESSA É 'BANCA E ESSA AQUI É 'IOSA! – jogou para o alto e riu.
— PARA DE CORRER, NASHI! VOCÊ VAI SE SUJAR ANTES DE CHEGAR À ESCOLA.
Se eu fui ignorada pela criança? Completamente.
— MAMÃE! – veio correndo e eu realmente achei que ela fosse cair novamente. — 'Tiia uma foto 'miia 'ai, 'naqueia 'ávoie. – apontou e correu até lá antes que eu dissesse algo.
Eu tirei várias, porque Nashi combinou tanto com aquele cenário. A cada clique, uma pose diferente. Ela nasceu para tirar foto. Não consegui segurar a vontade, tirei algumas minhas e nossas fazendo careta.
Estávamos parecendo turistas em algum cartão postal.
— Pron-
— 'Agoia 'tiia uma foto do meus pés. – parou na minha frente e olhou para baixo.
— Por quê?
— 'Poque eu 'queio, ué. – deu de ombros. — 'Pa 'mosta ao papai 'miias meias e sapatos.
— Mas ele já viu. Foi Natsu quem comprou seu uniforme, esqueceu?
Ela pôs a mão na cintura.
— Ai, mamãe, o que que custa você 'tiia uma foto do meus pés? 'Eies estão bem aqui, 'oia. – apontou para baixo.
Segurou a alça da bolsa e olhou-me com seus olhinhos pidões.
— Okay, okay! – disse rindo.
— EBAAA! – pulou e voltou à posição anterior.
Eu não aguento com essa minha filhota.
~•~
Sim, gente, o próximo será o primeiro dia de uma certa menina na escola. 🤗
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A Mistura Perfeita
Romance[EM REVISÃO] Por causa do conservadorismo, as pessoas da cidade não gostavam de Lucy e sua liberdade, mas ela sempre suportou tudo, mesmo sendo difícil, pois possuía o apoio de quem realmente importava: sua mãe e namorado. Infelizmente, a vida não...