Capítulo 23

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✨Aqui será a primeira vez que pedirei isso: tenham a mente aberta e tentem entender a Lucy.✨

✨ Independente do que você acredita ser certo e errado, o respeito deve prevalecer.✨

Boa leitura!

~•~

Sequei as lágrimas antes de entrar no apartamento. Fechei a porta atrás de mim e ouvi choramingos. Ao entrar na sala, vi que Nashi estava no colo de Gray.

— M-Mamãe… – disse assim que me viu. 

Aproximei-me e a peguei, passando a mão no seu cabelo enquanto a balançava.

— Shiiii. Já acabou. 

— 'Po que o papai e o tio 'bigaiam?

— Porque são dois bobões. – o encarei e ele desviou o olhar.

Ela deu uma risadinha.

— São bobões? 

— Sim, muito bobões. – mais uma. — Então não precisa se preocupar. Não é, Gray?

— Sim, sem brigas. Você me desculpa? – a menina assentiu.

Vi que ela estava bem mais calma e que tinha cochilado. Normalmente não a deixaria dormir agora, mas eu precisava desse tempo. A deitei no sofá e arrumei as almofadas atrás dela. Peguei Gray pelo braço e o levei para o quarto, encostando a porta em seguida.

— Qual é o seu problema?! Eu disse 'pra você parar, não disse? Por que não parou? Precisava mesmo daquilo e ainda na frente dela? Você parecia uma criança... Vocês dois, no caso.

— O meu único erro foi ter feito isso aqui e eu peço mil desculpas. – sentou na cama. — Não acredito que você voltou com ele. 

— Vo-

— Depois do que você passou e não me refiro apenas ao financeiro. Sabe, não foi comigo, mas senti como se fosse. Eu acompanhei tudo, não consigo ignorar isso e fingir que não tem nada de errado. Agora ele volta e quer brincar de ser "pai"? 

Eu sabia que era sobre isso. Soltei um suspiro e sentei ao seu lado.

— Não imagina como me deixa feliz saber que você me valoriza tanto quanto eu te valorizo e eu não saberia expressar o quão importante você é 'pra mim. – sorri. — Lembra que teve um período que Nashi te chamou de "papai"? Porque você era, sempre foi, a referência de "pai" que ela tinha. Demoramos muito 'pra te transformar em "tio". – sorri ao lembrar.

— E mesmo assim ela escorregava com a palavra. – riu, mas logo ficou sério. — É por isso que eu não consigo ficar apenas observando. – segurou minhas mãos. — Vocês duas são muito importantes e imaginar que pode acontecer tudo de novo, me deixa com raiva e assustado. Não quero te ver sofrer daquele jeito, fingindo ser inabalável e chorando escondida pelos cantos.

— Gray, olha, eu entendo você e por esse motivo não te expulsei da minha casa. Olha, tem uma coisa que eu não te contei, pois não tinha certeza e não quis acusar alguém de algo tão sério sem provas, mas agora eu sei de tudo. 

— O que é?

— Ele não sabia sobre a gravidez.

— O quê?

— Os pais dele não contaram. 

— E você acredita nisso?

— Sim. Eu já desconfiava disso naquela época. – ele me olhou confuso. — Mas quando ele apareceu na loja, pela expressão, o jeito que ele ficou e depois nossa conversa, minhas desconfianças se provaram.

A Mistura PerfeitaOnde histórias criam vida. Descubra agora