Capítulo 51

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Boa leitura!

~•~

Coloquei a mochila nas costas e peguei o envelope que Makarov me estendia. Conferi o valor e vi que não faltava nada, pelo menos isso.

Eu realmente estava preparada para ser demitida, mas confesso que ontem quando ele me pediu para vir no horário normal, pensei que manteria o emprego e receberia apenas um desconto no salário ou algo assim. 

— Apesar de tudo, eu agradeço por ter me dado essa chance. Afinal, foi com esse trabalho que sustentei a mim e minha filha durante esses anos.

Eu quero chorar, mas não darei esse gostinho a ele.

— Eu não tinha intenção de te dispensar agora, Heartfilia, mas você me forçou a isso.

— Eu apenas tirei férias, Makarov. Coisa que nunca fiz e nem recebi nada a mais por não fazer. Você pode não gostar, mas era um direito meu.

— Isso é o que você pensa.

— Não é o que penso, é o que a lei diz. Em todo caso, eu tive um bom desenvolvimento pessoal e profissional aqui. Mais uma vez, obrigada. – vou manter a linha.

— Espero que você tenha mais responsabilidade no próximo emprego.

Não acredito que ele teve a coragem de dizer isso! Manter a linha para quê?

— Ah, vá a merda, Makarov! – arregalou os olhos. — Mais responsável do que eu fui? Você acha que cobrar um direito meu é irresponsabilidade? Passei anos aturando sua falta de educação, fui explorada e nem um pouco valorizada. Aí só porque tirei um mês de férias, em mais de dois anos, você acha que isso é ser irresponsável?! Vai tomar no cu, seu velho mão de vaca e explorador!

— O qu…

— Eu hein! – o rosto dele estava vermelho de raiva. — Ah, e você diz a sua esposa, aquela bruxa, que se ela falar alguma merda na minha frente novamente, eu vou virar a mão na cara dela.

Não tenho um emprego para manter, não preciso mais pisar em ovos.

Andei em direção à porta.

— VOCÊ 'TÁ ME AMEAÇANDO?

— NÃO! EU 'TÔ AMEAÇANDO A ELA. A ÚNICA COISA QUE ME IMPEDIA DE BATER NAQUELA BRUXA FILHA DA PUTA, ERA ESSE EMPREGO, MAS JÁ O PERDI MESMO, ENTÃO NÃO PRECISO ME SEGURAR! 

Bati a porta com força, pensei até ter trincado o vidro.

— VOCÊ ACHA QUE PODE FALAR ASSIM COMIGO E SAIR? – ele veio atrás e gritou no meio da calçada.

Sorte que já estava de noite e não tinha muitas pessoas em volta. Se bem que, todos ficarão sabendo mesmo.

Aproximei-me, mas não muito. Não sou burra, óbvio que mantive uma pequena distância de segurança para o caso dele avançar em mim.

— SIM, EU POSSO E VOU! VAI TOMAR NO CU, SEU VELHO FILHO DA PUTA! – virei e segui meu caminho.

Ouvia seus gritos, mas não prestava atenção. Em certo momento, parei, dei meia-volta e sorrindo, lhe mostrei o dedo do meio. Mesmo distante, ainda pude ver como ele estava com o rosto vermelho, só faltava sair fumaça da cabeça. Sorri e voltei a caminhar.

Ah, que se foda! Não é como se eu fosse conseguir outro emprego aqui.

Respirei fundo antes de abrir a porta do apartamento.

— Mamãe! – correu e abraçou minhas pernas. — Senti muitas saudades!

A peguei no colo e lhe dei alguns beijinhos.

A Mistura PerfeitaOnde histórias criam vida. Descubra agora