Capítulo 41

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✨Algumas palavras/frases estão em itálico. Elas não significam gritos e sim que a frase/palavra foi dita num tom diferente do normal (deboche, raivoso...) ou apenas tá dando ênfase. Aí vai depender da situação.✨

Boa leitura!

~•~

As coisas estão tão tranquilas recentemente que não sei nem como reagir a isso. Para falar a verdade, tanta tranquilidade faz o alerta de desconfiança acender. Não que minha vida tenha sido composta apenas de coisas ruins durante esses anos, mas se tem uma coisa que aprendi com ela, é que sempre que está tudo muito bem, com certeza algo ruim virá em seguida.

"Depois da tempestade vem a calmaria."

Não é bem assim que funciona. Claro que para alguns, é bem dessa forma, mas para mim sempre que as coisas estão bem demais, calmas demais, é sinal de que algo grande e nada bom está chegando. Será que estou sendo pessimista? Não, o nome disso é ser realista.

— Mamãe vai 'saí? – assenti.

— Vou ao mercado.

— E eu?

— Como você disse que não é mais o meu bebê e já é adulta, resolvi te deixar sozinha aqui. – peguei a bolsa e a coloquei. 

Deixei o banheiro, ela passou correndo e parou na minha frente.

— Mas… Eu não posso 'fica sozinha. – cruzou os braços. — Eu sou 'quiança!

— Ué, você não disse que é adulta? – assentiu. — Então, adultos ficam sozinhos em casa. – me abaixei e deixei um beijinho em sua bochecha. — Tchau, meu amor. Eu vou demorar só um pouquinho, ok?

— Ma…

Passei por ela bem lentamente em direção à porta. Quando minha mão segurou a maçaneta, ouvi o primeiro soluço. Olhei para trás e ela estava chorando no mesmo lugar.

— O que foi?

— E-Eu não 'xou adulta. – limpou as lágrimas. — Eu 'xou 'q-quiança e não 'queio 'fica sozinha aqui. Me 'ieva, mamãe.

Agachei e abri os braços. Ela veio correndo e jogou-se neles. Deitou a cabeça no meu ombro e chorou.

— Você achou mesmo que eu ia te deixar sozinha aqui? Nashi, não importa quantos anos passe, você sempre será meu bebê.

— M-Mamãe não vai mais 'saí? – os soluços estavam diminuindo.

— Eu vou!

— Eu 'queio 'i.

— Não vai.

Começou a chorar novamente e nesse mesmo momento a campainha tocou. Abri a porta e Natsu estava lindo como sempre e também sem camisa. A expressão alegre deu lugar a uma de preocupação.

— O que foi?

— Viu só? Eu chamei seu pai 'pra ficar com você. – ela me encarou e limpou os olhos. — Até parece que eu, Lucy Heartfilia, te deixaria aqui sozinha. Sou sua mãe e por isso sei que você não gosta de ficar só. 

— Não vai?

— Não! Eu só brinquei um pouquinho contigo, porque você me deixou triste quando disse que ia embora porque eu sou chata e só porque mandei você comer tudo. – fiz uma carinha triste.

— E-Eu não vou 'emboia, mamãe! – me abraçou apertado e voltou a chorar no meu ombro.

Natsu negou com a cabeça e eu sorri mostrando a língua.

A Mistura PerfeitaOnde histórias criam vida. Descubra agora