Capítulo 15

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~Natsu narrando.

Boa leitura!

~•~

Cheguei em casa após mais um longo e cansativo dia de trabalho. De vez em quando, eu olho meu apartamento e ele parece tão frio e vazio. Bem diferente do da Lucy que está sempre animado, alegre e com um clima familiar.

Andei até o banheiro e tomei um banho, me troquei e parti para a cozinha. Pensei em fazer algo rápido, mas desisti. Voltei à sala, sentei no sofá e liguei a televisão. Quem sabe não vamos ao cinema quando sairmos de novo? 

— Será que tem chances dela gostar de "O Rei Leão?". Vou perguntar a Lucy. – falava comigo mesmo.

Nashi baixou a guarda comigo, não totalmente, mas a mudança era clara. Desde o "Dia dos Pais", há 3 meses, ela está um pouco mais próxima. Fala diretamente, segura minha mão, pede colo e fica sozinha comigo. Ainda não me chamou de pai, mas eu posso esperar. O problema mesmo foi no dia que a menina nos flagrou no meio de um beijo, ela chorou tanto. O ciúme e a "competição" se tornaram maiores por causa disso.

***

Estava sentado no sofá, esperando Lucy sair do banho e Nashi se aproximou.

— 'Nashu, você pode 'pega 'aqueie biscoito 'pa mim? – apontou para o balcão.

Levantei e o peguei, entregando à menina.

— Aqui.

— 'Bigada! – olhou para o biscoito e depois para mim. — É 'pa você, 'pesente.

— Obrigado. – dei uma mordida no doce, ela sorriu para mim e voltou a brincar.

Sentei novamente no sofá, emocionado com o gesto da minha pequena. Não muito depois, Lucy saiu do banheiro e foi à cozinha. Veio até o meio da sala e cruzou os braços.

— Quem comeu o último biscoito que 'tava na bancada? Eu o deixei ali 'pra comer depois do banho. Era meu. Quem foi?

— Foi o 'Nashu, mamãe. Eu 'faiei que 'eia seu e 'eie comeu mesmo assim. – me olhou e sorriu sapeca.

Fiquei abismado com a armação. 

***

Claro que depois ela chorou ao ser duramente repreendida pela mãe, que deu um sermão sobre mentir ser errado. A menina queria mesmo queimar meu filme.

Ri lembrando do olhar que ela me deu, claramente um: "mamãe vai brigar com você", mas quem levou bronca, obviamente, foi ela. 

Além do flagra ter rendido uma Nashi chorosa, percebi que voltamos alguns passos no meu avanço e por isso nós estávamos sendo mais cuidadosos, meu objetivo é criar laços e não desfazê-los.

Lucy me aceitou mesmo de volta, sem reservas. Confesso que, no início, estive meio receoso e mesmo ela falando que eu não tinha porquê me culpar, não consiguia deixar de o fazer. Por isso estava difícil me entregar totalmente, então a loira me deu um aviso.

***

— Natsu, se for 'pra ficar assim, é melhor você estar aqui apenas como o pai dela, não tem problema nenhum. A gente não precisa voltar, nem nada. Não tenho mais idade 'pra ficar com alguém pela metade e nem quero.

A Mistura PerfeitaOnde histórias criam vida. Descubra agora