Capítulo 43

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Boa leitura!

~•~

Merda! Pensei que ele havia esquecido. Não tem outro jeito, terei que contar. Opa, estou agindo como se tivesse feito algo errado e não fiz.

— Bom, não foi nada demais. Quando saí da farmácia, literalmente, esbarrei no Igneel, sua mãe 'tava com ele e pronto.

— "Pronto" o quê? 

Suspirei pesadamente e sentei na cama.

— Ele me falou algumas coisas e…

— Lucy, para de ser vaga e ficar enrolando. – disse sério.

Suspirei mais uma vez.

— Bom, quando eu esbarrei nele, ficou claro que ele ainda pensa que tentei estragar sua vida e foi só isso que aconteceu ali. Eles foram embora e eu fiquei parada no mesmo lugar. Então decidi ir atrás e falar também, faz tempo que eu 'tava querendo dizer algumas coisas na cara deles e...

— Você foi atrás deles? – assenti. — Você foi? – assenti novamente. — Por quê?

— Como eu disse, tinha coisas 'pra falar. Enfim, entrei na casa, mas sua mãe não 'tava. Então apenas Igneel escutou o que eu tinha a dizer. U...

— Escutou? 

— Sim e…

— Ele gritou com você? – neguei. — Te xingou? – neguei. — Então por que você 'tava chorando?

— Bom, se você me deixar falar, saberá o motivo. – já estava perdendo a paciência com essas interrupções. Ele assentiu. — Seu pai não me ofendeu, nem nada, apenas me mandou ir embora, mas não fui, pois não entrei lá 'pra sair sem dizer nada, né? E...

— Espera. – revirei os olhos. — Tem uma coisa que eu não 'tô entendendo. Como ele te ouviu sem se exaltar? Não entra na minha cabeça.

— Ah, isso? – ri. — Ele não foi grosseiro, mas também não queria me ouvir. Então gritei que as pessoas iam falar por ele receber a vagabunda sem a esposa estar perto. – o boca dele abriu 'O'.

— Você ficou maluca?! – exaltou-se e levantou. — Ele poderia ter te batido ou sei lá!

— Fala direito comigo, Natsu. – sentou. — Seu pai fez sim uma coisa ruim, mas ele não é esse monstro. – ia falar, mas o interrompi. — Eu até insinuei que ele teria que me bater 'pra me tirar de lá e foi aí que o homem se fechou na cozinha. – sua expressão era de desgosto e surpresa. — Foi aí que eu gritei aquele negócio. Então ele saiu e me mandou embora, não fui. Entrei na frente dele e falei tudo, quase tudo que eu queria.

— E o que era?

— Que eu não engravidei de propósito, não tentei estragar sua vida e que esse orgulho dele é ridículo. Não chamei exatamente de ridículo, mas dei a entender. Claro que não fui tão simples e curta, mas resumindo, foi isso o que eu disse.

— Que orgulho? Ele duvida de você e da paternidade dela.

— Não, Natsu, é orgulho. No fundo, Igneel sabe que você é o pai, mas por ter agido daquela forma antes, ele não consegue assumir isso e prefere agir assim. Me pintar como vilã, 'pra não aceitar que errou.

— Você 'tá errada.

— Outra coisa que disse a ele foi que você pode pensar o que quiser e acreditar nessa cena, mas eu não. – franziu as sobrancelhas. — Natsu, seu pai sempre foi um homem muito orgulhoso, muito, você sabe. Acha mesmo que depois de fazer aquilo comigo, ele simplesmente ia falar: "sinto muito, eu errei"? Sério? – ficou pensativo. — Claro que esse seria o ideal, mas o orgulho não deixa… Quem sabe um dia?

A Mistura PerfeitaOnde histórias criam vida. Descubra agora