Capítulo 09

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✨Deixa eu explicar uma coisa.✨
Eu não sei se vocês já passaram por isso, mas... Sabe quando algo indesejado acontece, você não aceita, fica com raiva, entra em negação e rejeita? Então, é a mesma questão com os pais do Natsu. Eles sabem que a menina é neta deles, mas por não aceitarem o fato, agem daquela forma.

Na cabeça deles, uma criança arruinaria a vida do filho e esse foi o momento em que a raiva pela "mulher que quer destruir tudo" se tornou maior do que qualquer coisa, até mesmo do que a razão.

E o motivo de eu estar falando isso? Um negócio nesse capítulo pode causar uma certa confusão.

Boa leitura!

~•~

Um mês passou desde que Natsu voltou. Apesar de ter matado a saudade que sentia, levou um tempo para me acostumar totalmente com ele por perto, porque sim, ele sempre estava. 

Durante esses 3 anos, fomos apenas nós duas contra o mundo, então tê-lo inserido na nossa rotina me causou uma certa estranheza. Ele aparecia quase todos os dias para me buscar no trabalho ou simplesmente passava um tempo no meu apartamento. Não que eu esteja reclamando.

Meu coração acelerava a cada abraço, com um simples toques e a cada frase que me fazia sonhar, mas eu não dava vazão aos sentimentos que clamavam pela exposição. Apesar de suas atitudes darem a sensação de que as coisas continuavam as mesmas, eu sabia que havia uma lacuna de 3 anos entre nós e aquilo me assustava. Acreditava que era possível o coração estar pregando uma peça, me fazendo ver coisas e sentir coisas.

Quem não está muito satisfeita com essa aproximação toda é Nashi. Não por desgostar dele, eu sei que gosta. O problema é que ela ainda está com ciúmes e a forma que os expressa é grudando em mim e o afastando. Em sua cabecinha, ela precisa disputar minha atenção.

Durante esse mês, descobri que mesmo que eu tivesse dinheiro antes, teria sido impossível matricular minha menina na creche. Natsu assumiu sua responsabilidade, exatamente como eu sabia que faria, e nós fomos até a escolinha, só para descobrir que eles não estavam aceitando crianças fora da idade escolar, 6 anos. Quem diria, não? Me martirizei tanto tempo por algo que não era nem mais possível.

— Finalmente, filha, hora de ir. – falei virando a placa da loja.

Uma babá era ideia descartada, mesmo Natsu cumprindo seu papel. Não sei se o valor cobrado era alto mesmo ou se aumentaram por ser para mim. Bom, nunca saberei.

Talvez seja melhor eu me mudar.

— 'Nashu vai 'vim?

— Não, seremos apenas nós duas hoje. – sorri.

— Oba. Só eu e mamãe é bom. – riu.

Ciúmes. Espero que ela acostume logo com sua presença, não é como se ele fosse desaparecer. Não forçarei nada, pois pode ter o efeito errado.

Após conferir se tudo estava no lugar, peguei a mochila e saí, trancando a porta e fechando a grade. O ponto de ônibus estava deserto, não só porque passava das 21h20, mas também por causa do frio que fazia. 

Estou saindo mais tarde do trabalho, expondo Nashi ao sereno, atrapalhando na rotina alimentar e tudo isso porque o Sr. Makarov quer se vingar pelo soco que Natsu deu nele. Sim, descobri na segunda-feira que meu patrão foi o tal vizinho que apanhou e ao invés de tirar satisfações com Natsu, ele veio atrás de mim e mudou meu horário para mais tarde. Um verdadeiro covarde.

Um carro branco parou na minha frente e eu já imaginei alguém me roubando. Não que assaltos sejam comuns aqui, mas com minha sorte, não duvido. A janela desceu e eu quis sair correndo na hora. Eram os pais dele. 

A Mistura PerfeitaOnde histórias criam vida. Descubra agora