Capítulo 27

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Gente, por favor, se cuide e também cuide dos seus!

Essas são flores de camomila.

~ PoV Natsu.

Boa leitura!

~•~

Não consegui falar com Lucy hoje. Me faltou tempo durante o dia e agora à noite, o celular dela só dá desligado. Aquela distraída deve ter esquecido de carregar. Só não vou lá porque acho que está tarde.

Após tomar banho e jantar, tentei mais uma vez ligar, sem sucesso. Resolvi então dormir, amanhã terei um dia cheio e tentarei falar com ela cedo para não correr o risco de acontecer o mesmo que hoje. 

Depois de me acostumar a conversar com elas antes de dormir, era difícil quando não consiguia. Sentia falta.

Ouvia um som distante e reconheci como o toque do meu celular. Procurei o aparelho debaixo do travesseiro e ao pegá-lo, não reconheci o número que brilhava na tela, só esperava que não fosse trote.

— Alô?

— Natsu.

— Lucy? – olhei novamente a tela. — Que número é esse? 

— Você pode vir me buscar no 9°DP?

Levantei num pulo, me senti até tonto, mas ignorei e peguei as roupas no armário.

— 9°DP? O que houve? Você 'tá bem? Nashi 'tá bem?

Prendi o telefone entre o ouvido e o ombro e vesti minha calça com dificuldade.

— A gente 'tá bem. Você pode?

— Claro, já chego aí.

Joguei o telefone na cama, vesti uma camisa de manga comprida qualquer e meu moletom. Calcei o tênis, peguei as chaves e o aparelho celular e saí. Liguei para um colega, que eu sabia que estava acordado, e perguntei onde ficava essa DP.

"No bairro vizinho". – ele disse e me explicou a localização.

O que Lucy estava fazendo lá? No meio da madrugada ainda por cima?

Dirigi o mais rápido que pude, multa eu pagava depois. O importante era que tinha chegado e já estava pensando nas inúmeras perguntas que faria quando a encontrasse, mas não consegui mais me mover quando a encontrei.

Nashi estava deitada com a cabeça em seu colo enquanto a loira fazia carinho em seu cabelo. Ela usava um casaco da polícia. Sua perna estava imobilizada, mas não foi isso que me fez travar no lugar. Lucy parecia tão pequena, tão frágil. Senti como se ela pudesse quebrar a qualquer momento e eu nunca gostei daquela imagem.

Me aproximei lentamente e ela não notou minha presença, mesmo eu estando ao seu lado.

— Lucy?

Levantou o olhar e me encarou. A lateral de seu rosto estava vermelha e pude contar três pontos no lábio superior. Era óbvio que ela tinha chorado e muito.

— Ah, Natsu, que bom que você chegou.

Agachei na sua frente e toquei sua outra bochecha, a que não estava machucada.

— O que houve?

— Eu fui assaltada, acredita? – falou assim, como se não fosse nada. Meu olhar caiu sobre Nashi e olhei seu corpinho adormecido. — Não se preocupe, ela 'tá bem. Eu nunca deixaria nada de ruim acontecer com a minha filha.

A última frase saiu de um jeito diferente, novo para mim. Falou como se eu duvidasse dela.

— Eu sei, tenho certeza disso.

A Mistura PerfeitaOnde histórias criam vida. Descubra agora